A psicóloga acaba de lançar “O Mundo cabe no coração de uma…
A taróloga Micaela Souto Moura traz as previsões do Tarot, na semana…
No quarto episódio do programa “Bem-Vindo a”, tivemos o prazer de conversar…
por
André Rodilhão - Destak Imobiliária
por
Ana Rodrigues Silva
por
Eugénia Costa e Jenny Santos
A Câmara de Viseu decidiu não transformar o Pavilhão Multiusos no Viseu Arena e optou por reapreciar o projeto já existente para o Centro de Artes e Espetáculos, disse esta quinta-feira (20 de janeiro) o presidente da autarquia, Fernando Ruas (PSD).
“A decisão que estamos a tomar neste momento é uma decisão política, pura e simplesmente. É não fazer o Viseu Arena e começar a preparar – o que já fizemos – todas as iniciativas para lançar o centro de artes” junto à Rotunda Cibernética, explicou Fernando Ruas, durante a reunião pública do executivo.
Em agosto de 2020, o executivo então liderado por Almeida Henriques (PSD) tinha aprovado o financiamento do Viseu Arena (que representava um investimento total de 6,4 milhões de euros), para que a cidade pudesse vir a ter a maior sala de espetáculos e recinto multiusos do Centro do país. Teria uma capacidade superior a 5.500 espetadores e uma arena de 2.500 metros quadrados.
Durante a campanha para as eleições autárquicas, Fernando Ruas – que já tinha sido presidente da Câmara de Viseu entre 1989 e 2013 – deixou claro que pretendia retomar o projeto do Centro de Artes e Espetáculos.
Hoje, Fernando Ruas frisou que será necessário atualizar o projeto do Centro de Artes e Espetáculos, uma vez que tem mais de oito anos, e que este novo equipamento cultural funcionará em complementaridade com o Pavilhão Multiusos.
“O que nós queremos é fazer um equipamento específico para a cultura, para as artes e para os espetáculos e servir como complemento ao multiusos”, justificou.
Entre os argumentos para não avançar com o Viseu Arena, Fernando Ruas apontou que especialistas sempre disseram “que o pavilhão multiusos era de difícil insonorização”, a impossibilidade de o usar durante os dois meses e meio em que decorre a Feira de São Mateus e o facto de ter deixado na Câmara “o espaço e o projeto” para o Centro de Artes e Espetáculos.
O autarca pretende concluir o projeto do Pavilhão Multiusos, aproveitando uma parede estrutural já existente para fazer a cobertura de um estacionamento, mas o interior ficará “exatamente na mesma”.
Questionado pelos jornalistas sobre as verbas necessárias para a construção do Centro de Artes e Espetáculos, Fernando Ruas lembrou que está prevista “uma grande operação urbanística” para aquela zona da cidade, onde a Câmara tem um terreno que pretende urbanizar.
“Estamos a contar que essa vá ser a grande fatia da dotação financeira para começar as obras do centro de artes, que candidataremos a fundos comunitários”, explicou.
Já a oposição absteve-se na votação do cancelamento do contrato do Viseu Arena. O vereador do PS, Vítor Oliveira, sublinhou que a revogação foi feita por “decisão política”.
“Sempre fomos adeptos de que Viseu precisa de uma infraestrutura capaz, com dimensão, para acolher eventos culturais na cidade”, lembrou o socialista.
Apesar disso, Vítor Oliveira disse que o executivo PSD não esclareceu a oposição sobre os eventuais encargos financeiros da decisão sobre “um projeto que corre desde 2019 (ano em que foi aprovado o anteprojeto), já com projetos de especialidade e toda uma série de licenças”, nem sobre as indemnizações “a pagar aos candidatos que os formularam”.
Viseu Cultura muda de nome e vai dar novos apoios
Ainda na reunião do executivo desta quinta-feira, a Câmara de Viseu anunciou que o programa Viseu Cultura vai mudar de nome e ter agora novos apoios. O Eixo Cultura 2022/2025 vai ter uma dotação orçamental de mais de 1,2 milhões de euros nos próximos três anos.
Aos jornalistas, a vereadora da Cultura, Leonor Barata, revelou que o programa passa a poder atribuir “apoios quadrienais para os eventos âncora”, que terão disponíveis 350 mil euros.
“Ao contrário do que acontecia no passado, em que os eventos tinham de concorrer todos os anos, a partir de agora conseguiremos dar mais estabilidade aos agentes culturais”, afirmou a vereadora.
Leonor Barata revelou ainda novidades nos apoios emergentes, “que eram inexistentes no passado e que nos orgulhamos de poder apresentar”. Este tipo de projetos contará com uma linha de apoio de 50 mil euros.
A autarca acrescentou ainda que as associações culturais poderão ser financeiras a partir de agora com base nos seus planos de atividades. “No passado, estávamos organizados por secções e, neste momento, estamos mais atentos às reais necessidades das próprias instituições. A ideia de haver uma possibilidade de financiamento ao plano de atividade muda muito na vida das instituições”, defendeu.
Já o Teatro Viriato vai receber mais 50 mil euros para integrar a Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses. Ao todo, o espaço cultural receberá 380 mil euros da autarquia de Viseu.
Os vereadores do PS votaram a favor destas mudanças no programa municipal de apoio às artes, elogiando a forma como o documento é transparente e estruturado, mas abstiveram-se na votação das formas de apoio às atividades culturais nas freguesias.
Vítor Oliveira critica os apoios culturais a atribuir às juntas de freguesia do concelho, acusando a maioria de “dois pesos e duas medidas” e praticar uma disparidade entre estes e outros apoios.
“Nas verbas para as freguesias, não aparecem discriminadas quais são nem a forma como os apoios vão ser distribuídos. O senhor presidente mencionou que reserva o poder discricionário e a falta de transparência na distribuição dessas verbas”, sem mencionar as entidades promotoras, a forma de distribuição e o horizonte temporal, disse o vereador.
Verbas que representam cerca de 20 por cento da dotação do Eixo Cultura, no valor de mais de 240 mil euros.