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por
Joaquim Alexandre Rodrigues
O cancro colorretal é uma neoplasia com origem no cólon ou reto. No Mês Europeu de Luta Contra o Cancro Colorretal torna-se fundamental alertar para um dos dos cancros mais prevalentes a nível mundial e para a importância da deteção precoce, crucial para melhores resultados do tratamento.
O cancro colorretal começa geralmente como pólipos adenomatosos, que são pequenos nódulos no revestimento do intestino. Com o tempo, alguns podem transformar-se em tumores e estas células podem eventualmente disseminar-se para outras partes do corpo, ao que se chama de metastização. A idade, fatores genéticos, uma dieta rica em gorduras e pobre em fibra, o sedentarismo, o tabagismo e o consumo excessivo de álcool são alguns dos fatores de risco.
Os sintomas do cancro colorretal são variados e, por vezes, inespecíficos, o que dificulta o diagnóstico precoce. A alteração nos hábitos intestinais, como diarreia ou obstipação persistente, e alterações na consistência das fezes ou a presença de sangue nas mesmas, dor abdominal, perda de peso inexplicada, fadiga e anemia, que pode estar associada à perda de sangue no trato digestivo, são alguns dos sinais a ter em conta. É fundamental consultar um médico caso apresente um ou mais destes sintomas, especialmente se forem persistentes.
Por outro lado, está preconizada a deteção precoce do cancro colorretal em Portugal, através de exames de diagnóstico que procuram detetar lesões antes de estas provocarem sintomas.
O tratamento do cancro colorretal depende do estadio da doença e da saúde geral do doente. As principais opções incluem: a cirurgia – base do tratamento curativo e que envolve a remoção do tumor e os gânglios/tecido saudável circundante; a quimioterapia, usada para destruir células cancerígenas, sendo que esta pode ser administrada antes (neoadjuvante) ou após (adjuvante) a cirurgia, ou para tratar doença metastizada (paliativa), dependendo do caso; radioterapia, utilizada para ajudar a reduzir o tumor do reto antes da cirurgia ou para aliviar sintomas em casos avançados; e a terapia-alvo e imunoterapia, tratamentos mais recentes que aumentam a eficácia do tratamento sistémico.
Para a definição do tratamento adequado, é indispensável a discussão em reunião multidisciplinar, em que os profissionais das várias especialidades envolvidas colaboram para desenhar a estratégia individual mais ajustada a cada caso.
O cancro colorretal é uma doença grave, mas a deteção precoce e o tratamento adequado podem melhorar significativamente a sobrevivência, os sintomas e a qualidade de vida. A ciência tem evoluído no sentido de permitir a estes doentes viverem mais e melhor após o diagnóstico.
Maria João Leitão, oncologista no Hospital CUF Viseu