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Junto de uma das duas últimas portas da muralha afonsina, em Viseu, a “Casa do Arco” ou “Solar dos Albuquerque” foi construída na segunda metade do século XVII, a mando do então capitão-mor de Viseu, D. João do Amaral Coelho. Localizada junto da Fonte de São Francisco e da Porta dos Cavaleiros, esta casa é famosa, principalmente, por ser um dos cenários de “Amor de Perdição”, obra do escritor romancista Camilo Castelo Branco.
Atualmente, a casa pertence à Escola Secundária Emídio Navarro, e conta com uma biblioteca escolar, um auditório, um museu e uma sala nobre para receção a entidades. Além disso, através do solar, é possível aceder à parte superior da muralha da Porta dos Cavaleiros.
Posteriormente, o Solar dos Albuquerque foi herdado pela filha do capitão-mor, Eugénia do Amaral, depois casada com D. Duarte Pacheco de Albuquerque Cardoso de Vilhegas. Foi, contudo, apenas durante a época em que pertenceu ao filho deste casal, D. Francisco de Albuquerque do Amaral Cardoso e Vilhegas, que a Casa do Arco ficou com aspeto semelhante ao que tem atualmente. Até finais do século XIX, a Casa do Arco foi residência dos Albuquerque.
Em agosto de 1882, o Solar chegou, inclusive, a hospedar o rei D. Luís e a rainha D. Maria Pia. Aquando da receção da família real, o proprietário da Casa do Arco, António Albuquerque Amaral Cardoso – um fervoroso ‘miguelista’ – terá saído da residência para não receber a família real. A receção terá sido feita pelo irmão, Fernando Albuquerque. No final do século XIX, a família dos Albuquerque contraiu elevadas dívidas, e a Casa do Arco acabou por ser hipotecada e vendida em hasta pública a 5 de outubro de 1886.
A 2 de agosto de 1887, a Casa do Arco foi comprada pelo Estado e utilizada como Escola Prática de Agricultura, sendo mais tarde anexada à Escola Industrial e Comercial de Viseu.
Na obra “Amor de Perdição”, publicada em 1862 por Camilo Castelo Branco, seria esta a casa de Teresa Albuquerque, uma das protagonistas da história e par romântico de Simão Botelho. Além disso, uma das lutas descritas no livro ocorreu na Fonte de São Francisco, localizada a escassos metros da entrada da Casa do Arco. As personagens ‘Albuquerque’ criadas por Camilo Castelo Branco, contudo, são meramente ficcionais.