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Ana Rodrigues Silva
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Eugénia Costa e Jenny Santos
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Joaquim Alexandre Rodrigues
Ainda não é conhecido o projeto que a autarquia de Viseu tem previsto para a preservação dos achados arqueológicos que foram encontrados em 2019 junto à Igreja da Misericórdia.
Tratam-se de casas que, de acordo com os especialistas, marcarão a passagem da Idade do Ferro para a época Romana (ler entrevista nesta edição) e cuja descoberta atesta a importância da cidade enquanto povoado importante, com uma dimensão bastante grande, que ocupava todo o morro da Sé e que ia até meio da rua do Gonçalinho.
As ruínas (debaixo de uma cobertura explicativa) foram descobertas durante trabalhos de escavações a propósito do projeto de ajardinamento que a autarquia liderada por Almeida Henriques tinha previsto para aquele local.
Na altura, o executivo tinha avançado com a ideia da musealização in situ, um projeto que estava a ser articulado com a então Direção-Geral do Património e Cultura.
Ao que o Jornal do Centro conseguiu apurar, o projeto terá já sido aprovado pela agora entidade responsável que está na dependência da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro.
Questionada, não foi possível obter esclarecimentos junto da Câmara de Viseu.
Mas estas ruínas juntam-se a novos achados arqueológicos que dão a conhecer Viseu na época romana e que indicam que a zona da Rua João Mendes (conhecida como Rua das Bocas) poderá ter sido um complexo termal. Os elementos arquitetónicos que estão a ser recolhidos nas escavações que ali se estão a realizar indicam uma cidade ativa. Também nesta zona surgiu mais um torreão da muralha romana de “Vissaium”. Segundo a empresa responsável pelas escavações arqueológicas (EON), este é o terceiro troço e “ao contrário do que era suposto, o traçado da muralha não passa sob a rua, passando sob os edifícios do lado sul”, como explicou o arqueólogo Pedro Sobral.
“O torreão tem a mesma arquitetura que o primeiro torreão encontrado (no início da rua), sendo que estes dois são diferentes do que está em exposição na Rua Formosa o que pode indicar que as partes da muralha foram feitas em fases diferentes”, desvendou. “A muralha, de certeza, que não se fez em dois dias. Deve ter durado décadas a ser feita. O troço da Santa Cristina (Rua Formosa) é mais monumental”, reforçou.
Pedro Sobral disse que não deixa de ser curioso este facto, que dá mais conhecimento sobre a muralha e as necrópoles da cidade.
“Agora é importante ver noutros pontos da cidade. Temos de ver se ela dava volta pela Rua Silva Gaio e depois pela rua dos Loureiros, mas provavelmente aí o traçado da muralha afonsina deve sobrepor-se à Romana e deve fechar ali junto à Igreja da Misericórdia onde foram encontradas castros romanizados”, assinalou o arqueólogo.
“Aos poucos, a história desta extraordinária cidade vai-se fazendo”, sustentou.