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Em fevereiro de 2022, aproveitando a formação de um novo governo, decidimos (eu e o Médico / Gerontólogo Alexandre Kalache, Presidente do Centro Internacional da Longevidade no Rio de Janeiro e ex-diretor da Organização Mundial da Saúde), escrever uma “provocação” a quatro mãos que preconizou o objetivo de Portugal inspirar o mundo, tornando-se um país mais amigo de todas as idades, onde vencer a solidão seja um objetivo maior.
Retive uma máxima que, desde então, me acompanha e orienta o pensamento: “Políticas públicas viáveis e sustentáveis devem inspirar-se no que já foi feito e aprimorá-las. Há uma tendência de «reinventar-se a roda».” Tendo por base o pressuposto enunciado, sempre que estou noutro país, de férias ou em trabalho, procuro conhecer modelos de intervenção social e comunitária que possam ser replicáveis na nossa comunidade.
Tive a oportunidade de conhecer o projeto Casas Multigeracionais, na Alemanha, lugares de encontro onde se promove e vivência, ativamente, a convivência entre as gerações. Estas estruturas oferecem espaços para uma panóplia diversificada de atividades conjuntas e criam um sentimento de união e pertença na comunidade. As casas estão abertas a todos, independentemente da idade ou origem. A abordagem intergeracional dá nome às casas e é um argumento diferenciador único: os mais jovens ajudam os mais velhos e vice-versa. O ponto de encontro é um café, uma sala onde se contam histórias, onde se joga, onde se estimula o convívio para todas as gerações…
Os interessados podem contribuir com as suas experiências e competências e, ao mesmo tempo, beneficiarem do conhecimento e das capacidades de outras pessoas. Este programa é uma iniciativa do estado alemão, em parceria com os municípios e as organizações da sociedade civil e contribui para a promoção da coesão social e da convivência democrática.
Fica a ideia para 2023, estudarmos, desenharmos e implementarmos uma estratégia de apoio às comunidades que permita: a criação de oportunidades de desenvolvimento, a promoção da equidade, o incremento da participação cívica, a criação de um ambiente de vida atrativo para todos e a prevenção e combate à solidão.
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