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Casos de SIDA duplicam no distrito de Viseu

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 Casos de SIDA duplicam no distrito de Viseu - Jornal do Centro
01.12.22
fotografia: Jornal do Centro
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 Casos de SIDA duplicam no distrito de Viseu - Jornal do Centro
01.12.22
Fotografia: Jornal do Centro
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 Casos de SIDA duplicam no distrito de Viseu - Jornal do Centro

Os casos de infeção por VIH (vírus da imunodeficiência humana) duplicaram no ano passado no distrito de Viseu, revela um relatório realizado pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA). O Dia Mundial do Combate à SIDA é assinalado esta quinta-feira.

Em 2021 foram detetadas 27 novas infeções por VIH na região, mais 14 que no ano anterior. 2021 foi na última década o terceiro ano com mais casos de VIH, logo atrás de 2018 (31) e 2015 (29).

Desde 1983, quando começaram a ser registadas as infeções, já foram diagnosticados no distrito 764 casos.

O último relatório da doença elaborado pela DGS e INSA releva ainda que “em 2021, o distrito de Viseu apresentou a terceira taxa mais elevada de diagnóstico de SIDA (2,5 casos/105 habitantes), a seguir a Lisboa e Setúbal (respetivamente com 3,4 e 2,6 casos/105 habitantes).

Casos em Portugal também aumentaram no último ano
A nível nacional, o número de novos casos de infeção aumentou de 2020 para 2021, invertendo a tendência de descida que se registava desde 2017.

Em 2020, foram notificados 870 novos casos de infeção em Portugal, entre os quais duas crianças, e no ano seguinte 933, entre os quais mais duas crianças, correspondendo a uma taxa média de diagnósticos para o biénio de 8,7 casos por 100 mil habitantes, não ajustada para o atraso da notificação, refere o “Relatório Infeção por VIH em Portugal – 2022”.

Durante os anos 2020 e 2021 foram também diagnosticados 415 novos casos de sida, (dois casos por 100 mil habitantes), revela o documento apresentado pela Direção-Geral da Saúde e pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge.

No mesmo período, foram comunicados 298 óbitos em pessoas que viviam com o vírus da imunodeficiência humana (VIH), que provoca a sida (148 em 2020 e 150 em 2021). Em 24,5% das mortes, o tempo decorrido desde o diagnóstico foi superior a 20 anos e em 19,8% o óbito ocorreu no primeiro ano após o diagnóstico.

Relativamente aos novos casos de infeção, os dados revelam que a maioria corresponde a homens (2,5 casos por cada caso em mulheres), sendo a mediana das idades ao diagnóstico de 39 anos. Em 27,6% dos novos casos os indivíduos tinham 50 ou mais anos.

“A idade mediana mais baixa (31 anos) foi apurada em homens que têm sexo com homens (HSH), estes correspondem a 70,1% dos casos diagnosticados em indivíduos de idade inferior a 30 anos”, salienta o documento conjunto da DGS e do INSA divulgado na semana em que se assinala o Dia Mundial da Luta Contra a Sida (01 de dezembro).

Segundo o relatório, a taxa de diagnóstico mais elevada registou-se no grupo etário 25-29 anos, 27,3 casos por 100 mil habitantes, em particular nos homens (45,1 casos/100 mil habitantes).

Em 91,9% dos casos diagnosticados nestes dois anos, a transmissão ocorreu através de relações sexuais, a maioria (51,8%) por contactos heterossexuais e 40,2% em homens que têm relações sexuais com homens (HSH). Os casos em utilizadores de drogas injetadas corresponderam a 2,3% do total.

A residência de 48,9% dos indivíduos situava-se na Área Metropolitana de Lisboa (15,3 casos/100 mil habitantes) e a região do Algarve apresentou a segunda taxa mais elevada de diagnósticos (9,3 casos/100 mil habitantes).

Portugal foi indicado como país de naturalidade na maioria dos casos (53%). Dos 820 casos que referiam ter nascido noutro país, 47,2% eram originários de países situados na África Subsariana e 40,9% de países da América Latina.

“Observa-se uma tendência crescente nas proporções de diagnósticos tardios que acompanha o aumento da idade à data de diagnóstico, atingindo o valor de 71,3% nos casos com idades de 50 ou mais anos ao diagnóstico”, salienta.

Desde 1983 até 31 de dezembro de 2021, foram identificados em Portugal 64.257 casos de infeção por VIH, dos quais 23.399 atingiram o estádio de sida e ocorreram 15.555 óbitos.

Até 31 de dezembro de 2021 foram diagnosticados e notificados, em Portugal, 633 casos de infeção por VIH em crianças com menos de 15 anos à data do diagnóstico, indica o relatório, ressalvando que 92,6% destes casos foram diagnosticados há mais de uma década e que as medidas implementadas em Portugal para a prevenção da transmissão vertical resultaram num decréscimo dos novos casos em crianças.

Entre 2012 e 2021, observou-se uma redução de 48% no número de novos casos de infeção por VIH e de 66% em novos casos de sida, valores provisórios uma vez que os totais relativos a 2021 não estão ajustados para o atraso na notificação.

No mesmo período, observou-se que em 55,4% dos casos o diagnóstico foi tardio.

“Não obstante a tendência decrescente sustentada, Portugal continua a destacar-se pelas elevadas taxas de novos casos de infeção VIH e sida entre os países da Europa Ocidental”, refere o relatório, salientando que “o elevado número de novos diagnósticos” em HSH com idades jovens continua a justificar um “forte investimento no desenho, implementação e alargamento de medidas preventivas dirigidas a esta população”.

Defende ainda que “a elevada percentagem de diagnósticos tardios, com particular expressão entre os homens heterossexuais e as pessoas com 50 ou mais anos, valida a necessidade de compreender melhor as razões e incrementar.

Liga Contra a Sida preocupada com os diagnósticos tardios de VIH
A Liga Portuguesa Contra a Sida (LPCS) manifestou-se preocupada com os diagnósticos tardios de VIH, defendendo o reforço de estratégias diferenciadas para aumentar a testagem, aproveitando os contactos dos utentes com o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“São sempre números que preocupam a Liga Portuguesa Contra a Sida que há 32 anos desenvolve o seu trabalho para prevenir esta infeção por VIH e que desde 2012 alargou às outras IST [infeções sexualmente transmissíveis]”, afirmou Eugénia Saraiva.

Relativamente aos 298 óbitos registados neste período, disse que são igualmente “números sensíveis”, assim como os diagnósticos tardios que, segundo o relatório, foram observados em 55,4% dos casos entre 2012 e 2021.

“[Estes dados] leva-nos a refletir que podemos identificar oportunidades de quebrar a cadeia e de evitar mortes prematuras, se chegarmos a estas pessoas”, defendeu.

A Liga lançou a campanha “Na sida existe vida” que pretende sensibilizar a população para o estigma e a discriminação que ainda persiste, através de dois “spots” que serão transmitidos nos cinemas, na canais generalistas de televisão, nas redes sociais e ainda no Congresso Nacional do VIH, que se realiza entre quinta-feira e sábado, em Peniche.

A organização alerta que as infeções sexualmente transmissíveis, como o VIH, as Hepatites Víricas, HPV, ocorrem, na sua maioria, após relações sexuais desprotegidas e os estudos indicam que ainda “há muito trabalho a fazer junto dos mais jovens, e também dos menos jovens, de forma a fomentar o uso do preservativo, como um método seguro para prevenir estas infeções e também as gravidezes indesejadas”, refere a Liga.

Prevenção da infeção por VIH vai ser alargada a centros de saúde e a organizações
A profilaxia pré-exposição (PrEP) ao vírus VIH vai ser alargada aos centros de saúde e a organizações de base comunitária no próximo ano, anunciou a secretária de Estado da Promoção da Saúde.

“Queremos alargar o acesso de PrEP aos cuidados de saúde primários e às organizações de base comunitária que tenham condições, motivação e meios para o fazer”, uma medida que está inscrita no Orçamento do Estado para 2023, adiantou Margarida Tavares.

Segundo a antiga diretora do Programa Prioritário para as Infeções Sexualmente Transmissíveis e Infeção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH), a PrEP constitui uma “ferramenta muito poderosa” para interromper a transmissão e “reduzir drasticamente a incidência da infeção”.

“De facto há pessoas que, neste momento, têm total noção do risco que correm e que querem esta solução”, salientou a secretária de Estado, ao considerar que em causa está um “programa estruturado”, que pode também prevenir outras infeções sexualmente transmissíveis.

Atualmente, a PrEP existe sob a forma de comprimidos e é utilizada por pessoas que não estão infetadas com o VIH com o objetivo de reduzir o seu risco de infeção.

Está atualmente disponível em Portugal nos hospitais que integram a rede de referenciação hospitalar para o VIH, sendo a sua prescrição realizada por médicos especialistas, após avaliação do risco de infeção e mediante o consentimento informado da pessoa.

Margarida Tavares admitiu ainda que a doença possa deixar de ser de declaração obrigatória, uma possibilidade que disse necessitar de ser “muito bem pensada” para encontrar formas de monitorizar os dados.

A declaração obrigatória de uma doença pretende que se consiga rapidamente atuar para cortar a transmissão e controlar uma infeção, através de inquéritos e rastreio de contactos, uma situação que não se aplica ao VIH, disse.

Em Portugal, “felizmente muito rapidamente iniciámos a terapêutica antirretrovírica dos doentes infetados diagnosticados e interrompemos desta forma a transmissão” do vírus, salientou a governante.

“É muito importante esta função de notificar, de recolhermos a informação, mas temos de ser capazes de dar um passo adicional com toda a segurança”, disse Margarida Tavares.

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