A taróloga Micaela Souto Moura traz as previsões do Tarot, na semana…
Neste vídeo, viajamos até Castro Daire para conhecer um dos tesouros mais…
Nesta Páscoa, há tradições que se destacam e os ovos de pano…
A tradição milenar da Soenga e a gastronomia da região Viseu Dão Lafões vão estar em destaque nos dias 29 e 30 de abril no Pavilhão de Portugal da Exposição Mundial de Osaka 2025 pela mão da Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões em parceria com o Turismo de Portugal e AICEP.
Durante dois dias, o Japão é palco de uma das manifestações mais identitárias do artesanato português: o ritual de cozedura do Barro Negro de Molelos. “Craft” é o nome do projeto que quer mostrar o saber fazer tradicional com uma “roupagem” contemporânea.
O centro da proposta é uma instalação imersiva inspirada no “círculo do fogo” da Soenga, prática comunitária de cozedura ao ar livre que transforma o barro com o calor e o tempo e que é identitária da freguesia de Molelos, concelho de Tondela. Recriada na sala multiusos do pavilhão português, a instalação envolve os visitantes num ambiente sensorial onde imagem, som e vozes conduzem ao universo simbólico desta tradição. As pessoas vão poder sentir a experiência comunitária desta prática ancestral que, impossibilitada de ser reproduzida por questões de logística, é contada através de imagens e explicações.
Nas paredes, uma galeria fotográfica da autoria de Luís Belo mostra peças artesanais oriundas dos 14 municípios que integram a CIM Viseu Dão Lafões, documentando a riqueza e diversidade do artesanato local.
“Escolhemos participar com a nossa autenticidade, sobre o saber fazer. É procurada, cada vez mais, a identidade dos territórios, as suas autenticidades e tradições”, explicou o secretário executivo da CIM. Para Nuno Martinho, “através da soenga e de todas as peças artesanais da região que vamos levar a Osaka, estamos a valorizar uma prática com enorme valor cultural. É um convite para mais pessoas visitarem o território, conhecerem os nossos artesãos e levarem consigo um pedaço desta herança”.
A viagem sensorial não termina no olhar. Através da arte culinária do chef Michelin Diogo Rocha, os visitantes terão oportunidade de saborear a gastronomia da região. Para além de protagonizar este momento gastronómico, Diogo Rocha será o responsável pela cozinha do restaurante português durante o evento.
“Vamos levar coisas que sejam sedutoras para que depois quem visitar a Exposição venha conhecer a região”, salientou o chef.
A presença da CIM em Osaka marca o início de uma nova etapa estratégica na promoção internacional do património artesanal de Viseu Dão Lafões. Ao valorizar a cerâmica enquanto expressão contemporânea da tradição oleira, a Comunidade Intermunicipal pretende levar esta herança a novos públicos em feiras e eventos nacionais e internacionais, posicionando-a como um ativo turístico e identitário.
Carlos Martins, da agência Opium que está a fazer a curadoria desta exposição, explicou que a ideia da cerâmica tem uma relação muito forte com o Japão que é um dos principais países “aficionados” pelas técnicas. “E nós vamos mostrar uma que é única”, reforçou.
“Vamos mostrar o saber fazer e com um discurso contemporâneo”, disse ainda, revelando que a exposição que seria de um dia acabou por passar a dois dado o interesse.
Esta presença ganha ainda mais relevância com a recente inscrição do processo de produção do Barro Negro de Molelos no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, reconhecimento que reforça o valor desta prática ancestral como património vivo.
“São importantes estas embaixadas conjuntas. Nós temos de mostrar o que temos e de forma agregada”, disse, também, Fernando Ruas, presidente da CIM, frisando que só o facto da região Dão Lafões já estar na exposição é “um motivo de orgulho que nos dignifica”.
A Expo Osaka 2025 abriu as portas ao público no dia 13 e irá decorrer até outubro, com a participação de 161 países, incluindo Portugal, e a previsão de atrair cerca de 28 milhões de pessoas nos próximos seis meses.
A participação portuguesa na exposição tem como tema “Oceano: Diálogo Azul” e conta com o envolvimento de mais de 150 empresas, associações, autarquias e artistas nacionais.
O Pavilhão de Portugal foi projetado pelo arquiteto japonês Kengo Kuma e a mascote oficial portuguesa na exposição é um cavalo-marinho, chamado Umi – que significa oceano em japonês.
A Expo, que encerra no dia 13 de outubro, tem como tema “Desenhar as Sociedades do Futuro para as Nossas Vidas”.