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O distrito de Viseu teve, no ano passado, cinco homicídios, dos quais dois foram no contexto de violência doméstica. A região representa cerca de seis por cento dos assassinatos realizados em todo o país em 2021.
Os dados foram revelados esta quarta-feira (24 de maio) pelo Observatório de Crimes de Homicídio da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), que recolheu as informações com base em notícias de jornais e outros órgãos de comunicação social.
Também segundo a APAV, a Rede de Apoio a Familiares e Amigos de Vítimas de Homicídio e de Vítimas de Terrorismo atendeu três pessoas da região de Viseu no ano passado. Ao todo, em 2021, foram apoiadas 100 pessoas de todo o país. A RAFAVHT fez 954 atendimentos no âmbito dos novos processos de apoio e 701 relativos a processos iniciados antes de 2020.
Dos homicídios consumados que motivaram pedido de apoio da RAFAVHT, 40% (por cento) foram motivados por violência doméstica e 20% por desavenças intrafamiliares.
Já nos homicídios tentados, dezasseis por cento dos pedidos de ajuda vieram de casos de violência doméstica, quinze por cento de desavenças intrafamiliares e oito por cento de violência sexual.
Face a 2020, registaram-se mais dois homicídios na região, revelou Carla Ferreira da APAV. Também segundo a porta-voz, o número de vítimas apoiadas foi inferior em comparação com o ano anterior, quando “tinham sido apoiadas nove pessoas no distrito”.
Os crimes ocorreram em contexto de proximidade. Carla Ferreira mostra-se preocupada com os números.
“Todas as situações são muito diferentes. Obviamente, para nós, é sempre preocupante que haja vítimas de homicídio. Cada vítima é sempre uma pessoa a mais”, disse.
Carla Ferreira lembrou ainda que os crimes de homicídio atingem não apenas as pessoas que estão diretamente envolvidas e tomam um “efeito de cascata, que pode fazer com que muitas pessoas possam vir a necessitar de apoio especializado na sequência do crime, seja ele tentado ou consumado”.
Os homicídios do distrito
Na lista de homicídios, o relatório da APAV contabiliza cinco que ocorreram no distrito de Viseu no último ano, que vitimizaram três mulheres e dois homens.
Em janeiro do ano passado, um homem asfixiou a companheira em Viseu, com recurso a um laço. Neste caso de violência doméstica, o suspeito terá tentado esconder o homicídio, recriando um cenário de morte súbita, mas acabou detido pela Polícia Judiciária e Ministério Público pede 14 anos para homem que asfixiou companheira. Acabou condenado a 19 anos de prisão.
Já em fevereiro, um homem de nacionalidade ucraniana foi morto à facada em Viseu. O crime ocorreu no bairro da Falorca, em Mundão, onde o suspeito, também ucraniano, esfaqueou o colega de quarto até à morte depois de ambos se terem desentendido por desavenças antigas. Homem condenado a 11 anos de prisão por matar colega de quarto.
Também nesse mesmo mês, uma mulher de 53 anos foi morta no concelho de Castro Daire, tudo por causa de 300 euros e de desavenças familiares. Os três arguidos acabaram recentemente a 24 e 25 anos de prisão pelo Tribunal de Viseu.
Em março, noutro crime motivado pelo contexto de violência doméstica, Homem suspeito de matar mãe ficou em prisão preventiva, na sequência de uma discussão entre ambos. O suspeito chegou a estar barricado na casa da vítima, mas acabou detido. O homem ainda ameaçou matar a irmã, mas esta conseguiu sair de casa. Foi condenado a 20 anos de cadeia.
Em abril, um agricultor de Tabuaço matou a tiro um outro homem e também disparou em direção à filha da vítima, na sequência de um desentendimento. Detido homem suspeito de homicídio em Tabuaço.
Em todo o país, o observatório contabilizou 84 homicídios consumados, dos quais 33 foram em contexto de violência doméstica. Do total nacional, 24 ocorreram no distrito de Lisboa, 11 no Porto, 6 em Coimbra, 5 em Aveiro e 4 em Leiria. No distrito da Guarda, o observatório não encontrou nenhum crime. Dos crimes contabilizados, houve três infanticídios.
Segundo o relatório, a maioria das vítimas de homicídios consumados são 69% do sexo masculino e quase 30% do sexo feminino. A maioria das vítimas tinha entre 50 e 59 anos (correspondendo a 17 casos) e entre 40 e 49 anos (14 casos).