No terceiro episódio do programa “Bem-Vindo a”, tivemos o prazer de conversar…
São mais de 100 presépios, de diferentes tamanhos e construídos ao longo…
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Teresa Machado
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Isalita Pereira
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Joaquim Alexandre Rodrigues
O presidente do Clube de Caça e Pesca de Nelas disse esta segunda-feira (21 de outubro) que a coletividade investiu cerca de 10 mil euros em grãos de cereais e 500 aves, de duas espécies, para “dar à vida” às áreas ardidas pelos incêndios no concelho.
“Só depois deste último incêndio de 2024 [de 15 a 20 de setembro], já tivemos um custo direto de, sensivelmente, 10.000 euros para adquirir grãos de diversos cereais e 500 aves de duas espécies, 250 perdizes e 250 faisões, para devolver vida ao território”, disse Rui Ventura.
O responsável falava à agência Lusa sobre o “trabalho de recuperação do território e da fauna” que o Clube de Caça e Pesca de Nelas tem desenvolvido depois dos incêndios, nomeadamente “após 24 horas, com a distribuição nos terrenos de frutas, algumas doadas por populares e empresas, para os animais se alimentarem”.
“O objetivo é que os animais continuem no nosso território e, por isso, espalhámos frutas nas áreas ardidas e não ardidas, onde alguns se refugiaram para que não morressem e assim permanecessem aqui”, justificou.
Uma permanência que Rui Ventura se recusa que seja “com vista à caça, pelo contrário, o objetivo do clube não é só caçar, é a permanência de animais cinegéticos e não cinegéticos, ou seja, caçáveis e não caçáveis, e isto é muito importante”.
“Estamos a trabalhar um bem comum e ainda hoje o secretário de Estado [das Florestas, Rui Ladeira] me deu os parabéns e disse que estávamos a ser um exemplo no país pelo trabalho que temos feito”, realçou.
Até hoje, contabilizou, a direção do clube e “alguns associados, mediante a disponibilidade” já plantaram “cerca de 2.500 quilos de sementes” de trigo, centeio e aveia adquirida, “praticamente, na totalidade a expensas do clube”.
Estas sementeiras sobressaem na área ardida, manchada de preto, com os rebentos verdes que as chuvas dos últimos dias, entretanto, provocaram e, “daqui a um mês, mais notório vai estar e mais atrativo vai ser para os animais”.
Rui Ventura sublinhou que “é importante que as pessoas saibam que o Clube de Caça e Pesca de Nelas não permite caça em área ardida” o que o deixa “muito à vontade, para fazer este repovoamento e sementeira para os animais” se alimentarem.
“Estamos a fazer uma dupla função: alimentar os animais e sustentar o território, evitando o desmoronamento, erosão dos solos, enriquecendo-os e estamos a substituir áreas abandonadas por áreas totalmente geridas e, ao meso tempo, combatemos o surgimento de espécies invasoras como as silvas e mato”, defendeu.
Com estas sementeiras, acrescentou, “foi possível, há cerca de uma semana, libertar 500 aves em áreas, adquiridas pelo clube, num investimento de cerca de 5.000 euros”, em área ardida e adjacente, com o intuito de devolver vida ao território”.
“A área ardida está interdita à caça. É possível ver os animais nestas áreas. Isto é uma decisão e gestão cinegética nossa, porque o nosso grande objetivo é ajudar o nosso território e potenciá-lo para haver mais caça, mas muito mais sustentável e, acima de tudo, com condições de haver parques de alimentação” dos animais.
Rui Ventura contou ainda que, entre o trabalho desenvolvido, está a “criação de quase 40 comedouros e bebedouros e, a curto prazo, haverá cerca de 100 parques de alimentação” nessas áreas.
Desde os incêndios que atingiram o concelho de Nelas em 2023 que o Clube “já construiu cerca de 15 charcas naturais para que os animais possam, de forma natural, alimentar-se no verão, já que haverá água permanente nesses sítios”.