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Ana Rodrigues Silva
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Eugénia Costa e Jenny Santos
A Companhia Paulo Ribeiro vai sair do Teatro Viriato, em Viseu, onde era a companhia de dança residente.
A companhia vai instalar-se no Convento São Francisco em Coimbra, ainda no primeiro semestre deste ano, anunciou esta segunda-feira (7 de março) a Câmara local.
“A Companhia Paulo Ribeiro, uma das principais referências nacionais de dança contemporânea, vai passar a trabalhar em Coimbra, a partir do Convento São Francisco”, afirmou hoje a Câmara Municipal de Coimbra (CMC), em nota de imprensa enviada à agência Lusa.
Segundo a mesma nota, o coreógrafo Paulo Ribeiro “esteve recentemente na cidade em visita a vários locais, sendo que as negociações com a autarquia entram agora na fase final”.
O objetivo passa por instalar a companhia de dança em Coimbra ainda durante o primeiro semestre do ano, passando a trabalhar “em pleno a partir daquela que é uma das cidades candidatas a Capital Europeia da Cultura em 2027” (o livro de candidatura de Coimbra apresentado em dezembro comprometia-se a instalar uma companhia de dança até 2023).
“A companhia, até aqui residente no Teatro Viriato, em Viseu, pretende manter a colaboração e o trabalho desenvolvido com Viseu e desenvolver os laços com outras companhias nacionais e internacionais, projetando a dança para novas dimensões”, esclarece a nota de imprensa.
Paulo Ribeiro, diretor da companhia com o seu nome, garante que nunca vai dizer adeus a Viseu “a não ser que me mandem embora”.
“Eu posso continuar a trabalhar com a cidade e o Teatro. Aliás, fiz questão de me reunir na semana passada com o senhor presidente (Fernando Ruas) a anunciar que há esta vontade de Coimbra, mas há-que trabalhar no assunto. Também não sei que direção o Teatro vai ter, mas imagino que a próxima direção seja permeável a este princípio de manter uma relação produtiva, interessante e criativa com a companhia”, diz em declarações ao Jornal do Centro.
A Companhia Paulo Ribeiro esteve 24 anos sediada em Viseu. O coreógrafo considera uma mais valia a mudança para Coimbra.
“Estamos todos com imensa vontade que as coisas se façam e aconteçam porque, para a companhia, é uma mais-valia. Um convento como espaço de ensaio e apresentação é fantástico, mas estamos a trabalhar nesse sentido porque há pormenores que têm de ser definidos. Podemos ir para Coimbra, mas não é para apagar Viseu o que quer que seja”, garante.
“Vamos potenciar ainda mais projetos até a nível pedagógico com um nível de programação que possa beneficiar não só o local mas também o nacional e por aí fora”, acrescenta Paulo Ribeiro.
O município de Coimbra recorda que a intenção de ser criada uma companhia profissional de dança na cidade já tinha sido manifestada há cerca de um ano, estando o novo executivo, liderado por José Manuel Silva, “fortemente empenhado na sua concretização”.
“A vinda para Coimbra da Companhia Paulo Ribeiro é um sinal claro e inequívoco da importância que damos à cultura e às estruturas profissionais. Coimbra não quer apenas ser palco de exibições. Quer ser centro de criação”, afirmou o presidente da Câmara, citado na nota de imprensa.
Na mesma nota, o coreógrafo Paulo Ribeiro (que foi diretor do Teatro Viriato e da Companhia Nacional de Bailado) mostra-se “profundamente grato” pela oportunidade “e pela possibilidade de trabalhar a partir de uma cidade como Coimbra e de um equipamento como o Convento São Francisco”.
Na reunião da Câmara de Coimbra de hoje, a vereadora do PS Carina Gomes, que assumiu a pasta da cultura no anterior executivo, considerou que a instalação de uma companhia residente no Convento São Francisco “é uma péssima ideia”.
“Seja uma orquestra, seja uma companhia de teatro, uma estrutura residente resultará de forma danosa na vida quotidiana do Convento, na gestão da programação e na gestão dos eventos corporativos”, criticou, lançando um apelo para que não seja tomada uma decisão “precipitada”.
Em resposta, José Manuel Silva frisou que a decisão “foi ponderada, tomada e irá avançar”.
A Companhia Paulo Ribeiro era residente no Teatro Viriato desde 1998. Já o presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas, diz que não vê qualquer problema nesta mudança.
“Vejo com muita naturalidade porque o Paulo Ribeiro teve o cuidado de ir à Câmara e garantiu que não vai sair de Viseu e que ia fazer ação nos dois lados. Portanto, fica com um pé cá e outro lá. E não é nenhuma novidade”, diz.
O autarca recorda que, nos anos 2000, Paulo Ribeiro já tinha saído da direção do Teatro Viriato para o Ballet Gulbenkian e depois voltou.
“Sinceramente, até vejo algum aspeto positivo nesta colaboração com uma cidade que espera ser capital europeia da cultura e que tem pergaminhos grandes na cultura porque, se se vai fazer atividade nos dois lados, não perdemos nada com isso”, garante.
Fernando Ruas acrescenta que não tentou demover Paulo Ribeiro.
O Jornal do Centro aguarda reações do Teatro Viriato sobre a mudança da companhia de Viseu para Coimbra.