A taróloga Micaela Souto Moura traz as previsões do Tarot, na semana…
A Farmácia Grão Vasco procura estar perto da comunidade e atenta às…
O ano passa a correr e já estamos no Natal. Cada mês…
por
Jorge Marques
por
Vitor Santos
por
José Carreira
A comunicação social tem noticiado, e as redes sociais reproduzido e amplificado, casos de treinadores que têm tido comportamentos intoleráveis, ou mesmo criminosos em alguns casos. Estes casos nada têm a ver com a atividade de quem a exerce, mas sim com a falta de caráter e a má formação do indivíduo.
Várias denúncias de assédio e abuso sexual têm vindo à tona no futebol feminino. Intolerável.
Servem estas notícias para refletir sobre o papel do treinador, de quem o contrata e porquê. Se o treinador não tem comportamentos adequados, são os clubes os grandes responsáveis, pois não são exigentes na sua escolha. O perfil do treinador não é considerado importante, quando o devia ser. Não chega ter formação técnica e académica para se ser formador. Até quando se vão permitir desvios comportamentais éticos e desportivos em troca de vitória efémera e, quase sempre, utilizada como vaidade pessoal?
Para que serve ter conhecimentos de teoria e metodologia de treino, de fisiologia do esforço quando não se tem perfil para lidar com crianças e jovens?! O treinador é responsável pelo equilíbrio no desenvolvimento físico, mental e espiritual dos atletas, tendo em conta que estes são os fatores fundamentais de uma perspetiva de vida equilibrada.
A falta de recursos financeiros não serve de justificação para contratar o treinador barato ou mesmo voluntário. Os custos destas opções são enormes. É preciso ter noção de que, de uma forma indireta, os treinadores são das pessoas mais influentes na orientação pessoal e educativa dos jovens com quem lidam. São-no, quer tenham ou não consciência dessa ação no sentido positivo ou negativo. Os testemunhos dos atletas confirmam a preponderância do papel do treinador que para a maioria das crianças e adolescentes é uma das pessoas com mais importante significado pessoal. É notável a forma como os atletas depositam a sua confiança nesta pessoa, com o propósito de atingirem os seus objetivos pessoais.
O treinador tem de ser coerente e justo. O impacto do treinador é de tal modo importante que a sua atitude e comportamento pode ter consequências negativas ao nível do auto-conceito ou auto-estima, de forma tão intensa como, no sentido positivo, é determinante o bom treinador!
A principal função de um treinador de jovens é potenciar o atleta e não vencer mais vezes. Este desempenho tem de ser enquadrado na filosofia do clube e coordenado por quem tem essa responsabilidade para que atletas e familiares percebam desde início as tomadas de decisões.
Ser bom treinador não é algo com que se nasça, nem é algo que resulte de anos de experiência. Os treinadores devem refletir e aprender as lições na sua própria vivência desportiva, para serem cada vez melhores.
A formação de treinadores tem de dar cada vez maior relevância aos comportamentos para que não sejamos nem cúmplices nem facilitadores de casos intoleráveis e criminosos.
A árvore não faz a floresta. É verdade. Maus existem em todas as atividades.
Vítor Santos
Embaixador do Plano Nacional de Ética no Desporto
por
Jorge Marques
por
Vitor Santos
por
José Carreira
por
Alfredo Simões
por
Eugénia Costa e Jenny Santos