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Conceição Matos, resistente antifascista, homenageada pelo PCP em São Pedro do Sul

A antiga resistente antifascista foi presa política, sujeita a atos de tortura pela PIDE e viveu na clandestinidade ao serviço do PCP. Uma das principais opositoras da ditadura, Conceição Matos nasceu em São Pedro do Sul

Diogo Paredes
 Conceição Matos, resistente antifascista, homenageada pelo PCP em São Pedro do Sul
19.02.25
fotografia: Youtube // Museu do Aljube Resistência e Liberdade
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 Conceição Matos, resistente antifascista, homenageada pelo PCP em São Pedro do Sul
21.02.25
Fotografia: Youtube // Museu do Aljube Resistência e Liberdade
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 Conceição Matos, resistente antifascista, homenageada pelo PCP em São Pedro do Sul

O Partido Comunista Português vai organizar, no dia 1 de março em São Pedro do Sul, uma iniciativa de homenagem à resistente antifascista Conceição Matos. Inserida nas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, a iniciativa vai ter lugar no auditório do Centro Cultural de São Pedro do Sul.

Intitulada “Para toda a gente voltar a sorrir”, esta homenagem vai contar com a presença tanto da homenageada como de Octávio Augusto, membro da comissão política do centro cultural. O anúncio do PCP de Viseu justifica a homenagem a Conceição Matos, “destacada resistente antifascista e empenhada lutadora pela conquista e defesa das liberdades alcançadas com a Revolução de Abril de 1974”, com a “importância dos valores humanistas que sempre estiveram presentes na vida e luta de Conceição Matos”.

O Centro Cultural de São Pedro do Sul foi inaugurado em dezembro do ano passado e funciona na antiga cadeia municipal da cidade. Um investimento de 1,5 milhões de euros que transformou este cárcere num espaço que acolhe a biblioteca municipal, a CPCJ do concelho, um núcleo museológico e um auditório com mais de 60 lugares destinado a eventos culturais.

A Ditadura, o PCP e a PIDE

Maria da Conceição Rodrigues de Matos nasceu em 1936 em São Pedro do Sul. Com três anos foi viver com a família para o Barreiro, “para uma ‘barraca de madeira’ que partilhava com os pais e irmãos no Bairro das Palmeiras”, de acordo com a plataforma Memória Comum – Memorial aos Presos e Perseguidos Políticos (1926-1974).

Após a prisão do irmão, Alfredo Matos, pela PIDE, quando Conceição Matos tinha 18 anos, a então jovem sampedrense aderiu ao Movimento de Unidade Democrática (MUD), uma organização política antifascista que se opunha ao regime salazarista. Na década de 1950, depois de conhecer o seu futuro companheiro, Domingos Abrantes, Conceição Matos torna-se membro do Partido Comunista Português. Após vários anos a viver na clandestinidade, enquanto trabalhavam para o PCP, os dois namorados foram presos pela PIDE pela primeira vez a 21 de abril de 1965.  

A plataforma de arquivo explica que “por volta das quatro da madrugada, uma brigada de agentes da PIDE, acompanhada por guardas da GNR, invadiu a casa onde, no Montijo, viviam Conceição Matos e o seu companheiro”. Antes de ser mantida prisioneira em sua casa com armas de fogo apontadas a si, a jovem resistente conseguiu queimar os papéis mais comprometedores das suas atividades e do PCP. A si haveria de ser associada a prática de “atividades contra a Segurança do Estado”, de acordo com a sua ficha da PIDE, tendo depois sido levada para a prisão de Caxias. Após um mês em que não pôde receber visitas, Conceição Matos foi julgada e condenada a 18 meses de prisão preventiva, tendo sido decretada ainda a suspensão dos seus direitos políticos.

Durante o seu tempo detida, Conceição Matos foi “espancada, sovada durante vários dias, despojada das suas roupas, obrigada a urinar e a defecar numa sala de interrogatório e a limpar a sujidade com aquilo que trazia vestido”, explica a plataforma Memória Comum. Nenhum destes meios de tortura, contudo, constavam do seu processo junto da polícia política. Dentro da prisão, a comunicação de Conceição Matos com os restantes prisioneiros era feita com recurso a um sistema de toques, que a jovem prisioneira foi decifrando ao longo dos dias.

Em 1968, Conceição Matos foi novamente detida pela PIDE e colocada em Caxias, onde passou mais de dois meses em total isolamento. Apenas quando saiu da prisão, em meados de 1969, é que a jovem antifascista soube que Oliveira Salazar tinha morrido e que Marcelo Caetano tinha sido nomeado presidente do conselho de ministros. Conceição Matos e Domingos Abrantes casaram em 1969, quando ambos se encontravam na prisão de Peniche.

Em clandestinidade e a trabalhar para o Partido Comunista Português, Conceição Matos e Domingo Abrantes chegaram a emigrar para França, onde estiveram dois meses, até à Revolução dos Cravos. Regressaram a Portugal naquele que ficou conhecido como “avião da liberdade” e no qual viajavam também Álvaro Cunhal, Luís Cília e José Mário Branco.

Conceição Matos trabalhou nos quadros do Partido Comunista Português até à sua reforma. Vive em Lisboa com Domingos Abrantes.

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