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Um confronto geracional foi o que se assistiu esta manhã na Assembleia Municipal de Viseu e a água esteve no início de troca de uma conversa mais “acalorada” entre o presidente da Câmara, Fernando Ruas, e Inês Silva, eleita pelo PS.
A “deputada” municipal usou da palavra para, por um lado, criticar a inação do Conselho Municipal da Juventude que acredita não ter reunido em 2024 e, por outro, deixar críticas ao que considera ser um “casamento” entre a autarquia e a empresa Águas do Douro e Paiva, entidade do setor empresarial do Estado, para o abastecimento de água em alta ao concelho.
A jovem perguntou se o autarca de Viseu estava “mesmo interessado em perder o controlo do bem mais preciso que a nossa população tem”, questionando ainda se já tinha sido apresentado alguma vez um estudo de projeção das despesas e dos valores a pagar pelas famílias e o que vai ser feito dos funcionários do SMAS.
Uma intervenção que mereceu reparos do presidente da Câmara não por causa do conteúdo, mas pela forma como foi articulada. “Ó jovem, não é por falar mais depressa que tem razão. O que acabou de dizer aqui foi um corrilho de asneiras”, acusou o autarca, pedindo à eleita para ter “mais cuidado” com o que declarou e que “um bocadinho de modéstia não lhe ficaria mal”.
Lembrou a sua experiência de autarca para deixar conselhos e dizer que o que conta é que os viseenses vão ter “água de qualidade” e sem passar por apertos como os que aconteceram em 2017 (ano de seca).
Na defesa da honra, Inês Silva pediu a Fernando Ruas para a não “minorizar” e exigiu ser tratada “como qualquer outro deputado”. Um pedido que, mais tarde, foi também deixado pela eleita do BE aquando do debate sobre o orçamento municipal.
A adesão
Viseu aderiu à empresa Águas do Douro e Paiva para a distribuição em alta, uma decisão que tem vindo a ser contestada.
Na declaração na Assembleia Municipal, Inês Silva criticou a escolha do município, não só por ter arredado a solução que antes estava a ser preconizada de um associação intermunicipal, como por haver ainda desconhecimento sobre as consequências desta adesão. “ O que lhe garante que o monopólio criado na gestão de água iria manter as tarifas de serviço a curto e médio prazo”, questionou.
“Sendo o SMAS uma estrutura que presta um serviço satisfatório aos viseenses, a um preço também ele satisfatório e que gera excedente na receita para futuros investimentos no serviço de água e saneamento, o que aconteceria a este serviço municipalizado e aos seus 320 colaboradores”, perguntou ainda.
Fernando Ruas voltou a reafirmar que o problema de falta de água fica resolvido em Viseu e deixou claro que antes de chegar à Câmara (em 2022) não havia nada feito neste sentido. “nada. Não havia nada a não ser uma reunião”, sustentou, referindo-se ao anúncio que tinha sido feito pelo seu antecessor de que Viseu, juntamente com os municípios servidos pela barragem de Fagilde, estaria a criar uma associação intermunicipal para a gestão da água.
Orçamento
Na última sessão de 2024 da Assembleia Municipal de Viseu foi também aprovado o orçamento municipal para 2025, no valor de 133 milhões de euros, com 35 votos a favor e 11 contra, do Partido Socialista (PS) e do BE.
Para os socialistas o documento contém “medidas a avulso”. Pela voz de João paulo Rebelo, os socialistas destacaram o programa do Viseu Social que teve uma redução, assim como a transferência para as freguesias e as estratégias para o turismo. “Gostaríamos mais ambição e, sobretudo, um compromisso com a inovação”, disse o socialista.
Já Carolina Gomes, do BE, lamentou que as chamadas de atenção que fez no ano passado esteja agora a repetir. “Este orçamento não faz uma boa avaliação das pessoas. Não está a ouvir os cidadãos”, atirou.
Antes da ordem de trabalhos, os membros eleitos votaram ainda moções de pesar a Rui Martins (ex-deputado municipal do PS) e a João Oliva. Foi ainda feito um voto de saudação aos 100 anos de Mário Soares que teve cinco abstenções.