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Somos hoje milhões a viajar todos os dias pelo mundo, seja por prazer ou por razões profissionais. Apesar de nos parecer que o “mundo está a encolher”, viajar para outra região acarreta sempre a exposição a riscos muito diferentes do nosso habitual, e por isso estamos mais suscetíveis a adoecer.
A maneira mais segura de diminuir este risco de doença é consultar um médico com formação em Medicina de Viagem. Nesta consulta são avaliados os diferentes factores de risco, os pessoais e os relativos à viagem, e são discutidas as estratégias para os diminuir, aumentando a probabilidade de uma viagem bem sucedida.
Esta consulta está particularmente indicada para os viajantes com alguma doença crónica. Se viajar por mais de 4 semanas ou tem como destino a Ásia, África ou América do Sul, também é importante estar preparado. Deve ser marcada com uma antecedência ideal de 4 a 6 semanas, já que podem ser prescritas vacinas com esquemas pré-viagem de 2 doses ou vacinas apenas administradas nos Centros Internacionais de Vacinação. As vacinas são, de facto, uma excelente arma contra as doenças infecciosas: testadas, seguras e muito eficazes a prevenir doença por vírus ou bactérias. É também revisto o Plano Nacional de Vacinação, assegurando a actualização de vacinas, como contra o tétano e a poliomielite.
É essencial aprender a prevenir e a tratar a Diarreia do Viajante, responsável em até 60% por todos os casos de doença infecciosa em viagem. Estes cuidados vão também ajudar a prevenir outras doenças, potencialmente mais graves. Mosquitos são outro grande tema nesta consulta, já que transmitem doenças como a Malária, Dengue, Febre-amarela, entre outras. A primeira linha de defesa é sempre o repelente, DEET de 35 a 50% para os adultos, complementada com outros cuidados, no sentido de evitar a picada. Para a prevenção da malária existem comprimidos recomendados, que são seguros e eficazes.
Na consulta são ainda abordados outro tipo de cuidados relacionados com a viagem, a exposição solar ou prevenção de acidentes, e são também esclarecidas todas as dúvidas do viajante, como por exemplo, sobre seguros de saúde, enjoos, jet-lag, altitude da montanha, medo de voar, entre muitos outros.
O viajante é também avaliado do ponto de vista do seu estado de saúde/doença actual, de forma a gerir eventuais descompensações durante a viagem. Para a consulta deve levar a sua medicação crónica, o Boletim de Vacinação e o itinerário da sua viagem, com menções a atividades de risco aumentado: mergulho, escalada, safari, viagens humanitárias, etc.
Qualquer que seja o motivo da viagem e qualquer que seja a sua antecedência há sempre muito que discutir. O aconselhamento especializado, baseado em informação diariamente actualizada, é a melhor arma para uma viagem sem percalços!
Susana Silva, Especialista em Medicina Geral e Familiar no Hospital CUF Viseu
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