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Da imigração ao interior, passando pela coesão territorial ou as políticas do Presidente argentino, Javier Milei, os cerca de 1.500 membros da IL inscritos na convenção deste fim de semana vão votar em 24 moções setoriais.
Um dos temas com principal destaque nestas moções, que serão votadas no domingo, é a imigração, com a líder parlamentar da IL, Mariana Leitão, o vice-presidente da Assembleia da República Rodrigo Saraiva e a deputada Joana Cordeiro a assinarem uma moção que defende que o foco das propostas seja “o da integração, em vez da exclusão e da segregação”.
“A IL, em matéria de imigração deve, por princípio, apresentar propostas que permitam conciliar liberdade e responsabilidade, sem castrar sonhos, dando a qualquer ser humano um tempo razoável para encontrar um meio de sustento que lhe permita reconstruir a sua vida em Portugal”, lê-se nesta moção, que acrescenta que a IL deve excluir “qualquer fator discriminatório” ou “visão instrumental dos seres humanos” nas suas propostas.
Os deputados Bernardo Blanco e Mário Amorim Lopes assinam uma moção que defende que a IL deve focar-se mais na segurança, numa altura em que e apresentar uma “visão clara sobre o tema”, sem cair na “apatia centrista ou berraria populista”.
Bernardo Blanco é um dos membros mais ativos na elaboração destas moções setoriais, sendo um dos primeiros signatários em seis, entre as quais a “Moção 6 – Afuera, menos Estado, mais liberdade”, que defende a necessidade de se implementar em Portugal políticas inspiradas “no movimento cultural (…) protagonizado pelo Presidente argentino, Javier Milei”.
Os signatários desta moção – que incluem também o atual dirigente António Costa Amaral – defendem que, no próximo mandato de dois anos, a IL deve elaborar um “plano reformista” que inclua uma lista de “leis e regulamentos a revogar, entidades e organismos a extinguir, cargos diretivos e políticos a eliminar, e reforma e redução da administração pública”.
Além de segurança e imigração, Bernardo Blanco assina ainda outra moção em que defende a “modernização profunda da máquina do Estado com inteligência artificial”, através da sua utilização na justiça, educação ou saúde, num foco na transformação digital que parece ser transversal a vários membros da IL.
O fundador da IL e antigo candidato à Câmara Municipal de Lisboa, Bruno Horta Soares, é, por exemplo, o primeiro signatário de uma moção em que considera que “a semana de quatro dias (ou menos) é o futuro” e será um “resultado natural” caso se promova a adoção da inteligência artificial e se crie um “ambiente fiscal favorável” à sua implementação nas empresas.
Além destas propostas mais dedicadas a setores específicos, há também quem tenha elaborado moções sobre questões internas, em particular no que se refere à política de alianças nas próximas eleições autárquicas.
Assim, na “Moção 21 – O futuro das nossas cidades exige coragem e liberdade, não coligações”, 28 membros da IL defendem que o partido não deve integrar qualquer coligação pré-eleitoral em Lisboa, Braga ou Porto e pedem que qualquer entendimento seja submetido à votação prévia do Conselho Nacional.
O interior do país e a coesão territorial é uma preocupação transversal a várias moções, entre as quais a “Moção 6 – Revitalizar o interior: descentralizar, desburocratizar e desenvolver”, que propõe a criação de zonas económicas especiais em distritos como Viseu, Guarda, Vila Real, Castelo Branco e Bragança.
Já o deputado da IL no parlamento regional da Madeira Nuno Morna é o primeiro signatário de uma moção (igualmente subscrita pelo vice-presidente da Assembleia da República Rodrigo Saraiva) que pede uma “nova visão para a autonomia” do arquipélago, propondo a extinção da figura do representante da República ou uma redução de 30% no IRC, IRS e IVA.
A IX Convenção Nacional da IL realiza-se este fim semana no Pavilhão Paz e Amizade, em Loures, com 1.545 membros inscritos.