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Em tempos de medo, silêncio e opressão, muitas foram as mulheres que combateram a ditadura fascista. Com palavras e atos de resistência, contribuíram para que hoje possamos viver em democracia e usufruir de liberdade.
Foram mulheres dotadas de uma enorme coragem, firmeza e tenacidade, mas relegadas para um relativo esquecimento. Mulheres que sofreram formas de torturam especificamente dirigidas às mulheres, mulheres que passaram a vida a caminho da prisão para visitar os seus familiares presos políticos. Apesar disso são pouco conhecidas e raramente as vemos referenciadas.
Procurando combater esta ocultação e prestando homenagem a estas mulheres, a URAP, na obra “Elas estiveram nas prisões do fascismo” dá a conhecer os nomes das 1755 mulheres que estiveram presas durante o Estado Novo e que constam dos ficheiros da PIDE que se encontram na Torre do Tombo. Fora desta lista estão os anos de 1926 a 1934 e todas as prisões feitas por GNR, PSP e Guarda Fiscal, que não terminaram na esfera da PIDE, mas que foram feitas por motivos políticos.
Uma dessas 1755 mulheres surge na capa do livro, Albina Fernandes, mulher de Octávio Pato, com seu filho Rui ao colo. Presa pela PIDE a 15 de dezembro de 1961 e levada para a Cadeia de Caxias com os dois filhos, Rui, então com dois anos, e Isabel, que com ela lá ficaram. Deitava-os no único divã e “descansava de joelhos no chão e com as mãos agarradas aos pulsos deles, para que não lhos tirassem”, pode ler-se no livro, tendo por base uma descrição feita por Albina a Maria Rodrigues Pato, mãe de Octávio, a quem acabou por entregar as crianças. Foi julgada no ano seguinte e condenada, tendo estado presa na Cadeia de Caxias por seis anos e sete meses. Suicidou-se a 2 de outubro de 1970, aos 41 anos.
Os relatos sucedem-se levando à evidência a crueldade fascista. Conceição Matos, natural de S. Pedro do Sul, foi presa pela primeira vez em 1965, sujeita a tortura, horrivelmente brutal e humilhante. Na Rua António Maria Cardoso, na sede da PIDE em Lisboa, chegou a estar 17 dias numa cela, isolada. Durante três dias e três noites, resistiu à tortura do sono, espancamentos, obrigada a defecar e urinar no chão e a limpar tudo com a sua própria roupa. Não falou.
Integrando as comemorações do 48º aniversário do 25 de abril, o Núcleo de Viseu do MDM-Movimento Democrático de Mulheres e o Núcleo de Viseu/Stª Comba Dão da URAP-União dos Resistentes Antifascistas Portugueses, levam a efeito uma Sessão Pública, no próximo Sábado, dia 23 de Abril, pelas 15 horas, no Bar “Pinguinhas”, na Rua Alberto Sampaio.
Para falar sobre o livro e sobre a sua experiência nas prisões da PIDE, os promotores convidaram um símbolo maior dessa resistência, Conceição Matos, numa sessão certamente inesquecível.
*«Coragem hoje, abraços amanhã» era a mensagem de apoio partilhada entre as mulheres presas pela PIDE durante a ditadura.
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