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Penedono é o município da região de Viseu que mais gasta em cultura per capita e Nelas o que menos dinheiro despende para este setor.
De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre despesas em atividades culturais no ano de 2020, o concelho mais pequeno da região e que tem 2738 pessoas é o que mais investe nesta área. Por cada habitante foram 108 euros despendidos nas iniciativas que a autarquia promoveu.
As contas são fáceis de fazer: divide-se o número da população pelo valor que é divulgado pelas autarquias nesta área.
No top cinco dos que mais investem em cultura por habitante, posicionam-se ainda os municípios de Resende, Sernancelhe e Penalva do Castelo.
No sentido inverso, os menos “gastadoras” com as “coisas” da cultura foram as autarquias de Nelas, Armamar, Lamego e Sátão, onde per capita a despesa não ultrapassa os 22 euros.
E nove em cada dez portugueses revelaram ter, antes da pandemia, um “baixo consumo” de atividades culturais, e os chamados “omnívoros culturais” são sobretudo jovens ou com rendimentos mais elevados, segundo o estudo “Práticas culturais dos portugueses”, feito pelo Instituto de Ciências Sociais, da Universidade de Lisboa, a pedido da Fundação Calouste Gulbenkian, a partir de um inquérito nacional sobre hábitos de consumo de Cultura dos portugueses, em particular nos 12 meses anteriores à pandemia da covid-19.
Um dos objetivos do estudo é permitir “discutir o que as políticas públicas têm vindo a fazer, o que ainda podem desenvolver, e aferir sobre os circuitos de criação e difusão que as sustentam”, afirmam os coordenadores do trabalho, os investigadores José Machado Pais e Pedro Magalhães e o ex-programador cultural Miguel Lobo Antunes.
Ao longo de mais de 400 páginas, a equipa revela múltiplos dados e informações estatísticas sobre o comportamento dos portugueses no consumo de Cultura, concluindo que, na altura do inquérito realizado, “93% do total dos inquiridos se encontravam na categoria de ‘baixo consumo cultural'”, de atividades como teatro, ballet, dança, ópera, cinema, circo, concertos, festivais e festas locais.
Segundo o estudo, os consumidores omnívoros “são mais vezes estudantes e trabalhadores, com os rendimentos do agregado familiar mais elevados; e, em termos de classe socioprofissional, identificamos um eco mais forte de omnivorismo nos profissionais socioculturais”.
Por outro lado, os consumidores unívoros são sobretudo os inquiridos a partir dos 65 anos, que se identificam mais frequentemente como “domésticos não remunerados ou reformados”, e com níveis de escolaridade mais baixos.
Sejam unívoros ou omnívoros, os coordenadores do estudo consideram que as pessoas “valorizam práticas, estilos e géneros que se baseiam em valores pessoais e sociais próximos da sua cultura”.
“O que nos leva a pensar sobre a importância de aprofundarmos a relação dos indivíduos com a Cultura que não é ‘trabalhada’ na escola, mas com diferentes tipos de instituições e equipamentos culturais”, escreveram.
O estudo “Práticas culturais dos portugueses” assenta em resultados obtidos por um inquérito feito entre os dias 12 de setembro e 28 de dezembro de 2020, tendo sido recolhidas 2.000 entrevistas completas a pessoas de todo o território nacional.
Segundo a ficha técnica, as 2.000 entrevistas completas correspondem a 39% do inquérito feito.
A ida ao cinema, com uma resposta positiva de 41% dos inquiridos, foi a atividade cultural com maior taxa de participação dos portugueses, nos 12 meses anteriores ao início da pandemia, o mesmo período que mobilizou 38% os festivais ou festas locais e, 24%, para concertos de música ao vivo. Cerca de 30% disse ter visitado museus e monumentos. A ida ao teatro é admitida por 13% dos inquiridos.
Nos hábitos de leitura, o inquérito revelou que 61% dos inquiridos não leram um único livro em papel, nos 12 meses anteriores ao inquérito.