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O rio Dão terá sido alvo de descargas ilegais que deixaram as águas turvas, com muita espuma e uma espécie de pó branco nas margas. Testemunhas falam em peixes mortos e num cenário nunca antes visto. A alegada descarga aconteceu no passado sábado (22 de abril) e atingiu sobretudo as águas do rio, em Mangualde, junto à ponte da A25 e as poldras de travessia em Vila Garcia.
“No sábado, vi o rio com uma cor como nunca vi até agora. Era uma cor azul clara, branca e muita espuma por cima da água. Numa área de cerca de um quilómetro e meio encontrámos todo o leito do rio em mau estado, depois estivemos num local onde ficamos acima do rio e vimos os peixes a tentar fugir, peixes a morrer”, conta Freya Van Dien.
Segundo a testemunha, “hoje ainda se vê a poluição, numa grande quantidade, mas em comparação a sábado já é muito menos”. Ainda assim, Freya Van Dien teme que estas descargas possam vir a ter consequências graves no ciclo do rio e que os animais continuem a morrer.
“Uma grande preocupação que temos neste momento é perceber as consequências disto. Este material fica no fundo do rio e com a falta de caudal vai afetar todo o ciclo do rio durante os meses que vêm e, de certeza, que vamos ver mais animais mortos por causa disto, sejam peixes, mamíferos, aves. O nosso grande medo são as consequência a longo prazo”, disse.
A também proprietária de um espaço dedicado a atividades na natureza diz “desconhecer a origem das descargas”.
“Infelizmente, até agora, não consegui identificar a origem e não faz sentido estar a dar palpites, porque não há provas. Chegámos a ir verificar se a descarga poderia vir da ETAR, mas percebemos que não. Não fazemos ideia de onde pode ter vindo, mas esperamos que as autoridades façam esse trabalho e se perceba o que aconteceu”, destacou.
Denúncia já chegou à GNR e presidentes de junta pedem respostas
Assim que se deparou com a poluição no rio, Freya Van Dien contactou as autoridades, que se deslocaram ao local.
Ao Jornal do Centro, a GNR confirmou a denúncia. “Neste momento, o Núcleo de Proteção do Ambiente está a desenvolver as diligências necessárias para perceber a origem da poluição da água”, assegurou a mesma fonte.
No terreno estiveram ainda alguns autarcas, quer do concelho de Mangualde, quer de Viseu, localidades por onde passa o rio.
Humberto Fernandes, presidente da Junta de Freguesia de Fornos de Maceira Dão (Mangualde), lamenta a situação e espera que “se perceba a origem da descarga”.
“Estive no local, pude confirmar o estado do rio e estou solidário com a população. Agora é esperar que se perceba a origem da descarga, para evitar que uma situação destas se repita”, disse.
Humberto Fernandes admite que tem conhecimento de episódios de possíveis descargas, “mas nunca com esta intensidade”.
Também o presidente da Junta de Freguesia de Fragosela (Viseu), José António Lopes, se deslocou ao local e diz que a imagem “foi assustadora”.
“Ainda não conseguimos perceber de onde veio, mas tem que vir de algum lado. Quando lá fui e vi o rio daquela maneira temi o pior, era uma situação assustadora”, refere. O autarca lamenta que um rio que está repleto de animais esteja agora a atravessar esta situação.
“Corremos as margens todas e a descarga não terá sido feita do nosso lado, o que me deixa mais tranquilo. Ainda assim, é preciso perceber o que aconteceu, morreram peixes de quatro quilos, naquele rio há lontras, aves, muitos animais que têm que ser preservados”, frisou.