A psicóloga acaba de lançar “O Mundo cabe no coração de uma…
A taróloga Micaela Souto Moura traz as previsões do Tarot, na semana…
No quarto episódio do programa “Bem-Vindo a”, tivemos o prazer de conversar…
por
André Rodilhão - Destak Imobiliária
por
Ana Rodrigues Silva
por
Eugénia Costa e Jenny Santos
O distrito de Viseu continua em seca severa e a situação é idêntica aos anos em que a região passou por dificuldades com o abastecimento de água.
Segundo os relatórios de seca meteorológica elaborados pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o distrito chegou a estar em seca severa e extrema nos meses de junho, outubro e novembro de 2017, um ano marcado pela crise de água que culminou com o abastecimento por via de camiões cisterna e autotanques.
Há cinco anos, a situação manteve-se extrema na região sobretudo durante o verão, sendo que a seca foi severa em setembro e moderada e severa em agosto e julho.
Em 2012, a seca não chegou a ser extrema na região, que contou com períodos de seca severa e moderada durante os meses de verão.
Outro ano marcado pela seca foi o de 2005, altura em que o distrito esteve em seca severa e extrema no mês de julho. Em agosto, a região de Viseu esteve totalmente em seca severa e, em setembro, parte do distrito passou a apresentar seca moderada.
Os cálculos foram feitos de acordo com o índice PDSI (Palmer Drought Severity Index), que deteta a ocorrência de períodos de seca e classifica-os em termos de intensidade tendo em conta a quantidade de precipitação, a temperatura do ar e a capacidade de água disponível no solo, com escalas que vão desde fraca a extrema.
Agora, o distrito encontra-se em seca severa, isto de acordo com os mais recentes dados datados de finais de julho deste ano. O IPMA alerta, no seu último relatório de seca, para o facto de ter havido “diminuições mais significativas” dos valores de água no solo em particular na região e noutros distritos do país, incluindo Porto, Coimbra, Leiria e Faro.
Os meteorologistas apontam nesta altura para o agravamento da situação de emurchecimento permanente, com um aumento da área com valores inferiores a 10% (por cento) de água.
“A região do interior Norte e Centro permanece com valores de água no solo muito baixos, em particular os distritos de Bragança e Guarda, com muitos locais ao nível do ponto de emurchecimento permanente”, escreve o relatório de seca.
De acordo com os gráficos do IPMA, há já locais no distrito de Viseu que têm precisamente menos de 10% de água no solo e outros com menos de 20%. A situação é mais grave no norte da região, onde a Barragem do Vilar apresenta uma capacidade de apenas 14%.
Os meteorologistas recordam que, durante o mês de julho e que Viseu em seca severa no mês mais quente dos últimos 92 anos, os valores de temperatura do ar sempre muito acima do valor normal.
Em comparação com os anos anteriores, o IPMA lembra que as secas de 2005 e 2012 tinham mais de metade do território na classe de seca extrema em julho, enquanto a atual seca apresenta uma percentagem elevada em cerca de 45% do território nacional. Em todo o país, 55,2% do território está em seca severa e 44,8% em seca extrema.
Portugal continental está a viver uma situação de seca hidrológica que as autoridades admitem ser a pior dos últimos 100 anos, com todo o país praticamente em seca severa ou extrema. A situação tem obrigado à tomada de medidas, nomeadamente por parte das autarquias com a racionalização da água.
Desde há um ano que o país tem tido algum nível de seca na maior parte do território, com exceção do mês de outubro do ano passado, quando não ocupava a maior parte. Nos meses de inverno todo o país também esteve em seca, com mais de metade do território em seca extrema em fevereiro passado.
A juntar a isto, estão também as elevadas temperaturas. A estação meteorológica de Viseu teve, no último dia de julho, uma temperatura máxima absoluta de 38,7 graus. Lá, o IPMA registou médias de 16,8º de mínima e 32,5º de máxima durante o mês passado. A mínima mais baixa foi verificada no dia 1, com 11,2º.
Os valores de precipitação também foram inferiores por causa do calor em todo o país, mas a chuva foi superior aos valores normais em Viseu, onde foi registado um valor máximo de 27,5 milímetros de chuva no último mês. Segundo o IPMA, os valores da quantidade de precipitação acumulada no ano hidrológico 2021/2022, em termos espaciais, são inferiores ao normal em todo o território, com valores inferiores a 75% em relação ao valor médio.
Quanto à evolução até ao final de agosto, o IPMA prevê três cenários. O primeiro prevê um agravamento da seca no distrito, com algumas zonas a chegar mesmo à seca extrema, isto caso os valores da quantidade de precipitação continuem a ser inferiores ao normal e aumente a intensidade da seca meteorológica, com quase todo o território na classe de seca extrema.
O segundo cenário coloca o distrito ainda em seca severa, caso os valores da quantidade de precipitação passem a estar próximos do normal. Nessa hipótese, a seca extrema poderá diminuir na região Centro.
E o terceiro cenário põe grande parte da região de Viseu em seca moderada caso a chuva regresse com força, ou seja, caso os valores de precipitação sejam superiores ao normal, o que implicaria a diminuição da intensidade da seca em todo o país.