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E se pensássemos o SNS como Organismo Vivo?

 E se pensássemos o SNS como Organismo Vivo?
08.09.24
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 E se pensássemos o SNS como Organismo Vivo?

por
Jorge Marques

Depois das comparações feitas entre a Gestão do nosso Corpo e a Gestão de Organizações como o SNS, quais são as aproximações possíveis? Primeiro continua a ser importante o paralelo entre Células e Pessoas! Nas células, apesar das suas diferenças, não existem células-chefe. O que existe é que algumas delas (neurónios) são transmissores de energia e agentes de motivação. Este deveria ser o papel das chefias nas nossas organizações. E porquê?

Porque as pessoas estão por natureza motivadas, isso está no cérebro e o Sistema Motivacional do Corpo é o mais avançado que se conhece. A solução está em não criar desmotivação! Também não se motiva forçando a igualdade, mas com a clareza das diferentes missões e objetivos. Depois parece que investimos tudo na motivação dos melhores, aqueles que já estão motivados e abandonamos os que precisam de alguma ajuda! Gastamos dinheiro e criamos modelos para detetar e criar talentos, mas depois gastamos ainda mais dinheiro a criar modelos de gestão baseados no tratamento igual. A falta de aproveitamento do nosso potencial humano, da energia das nossas organizações, acontece por deficiência das lideranças. Façam como o cérebro! Era isso que me dizia aquele médico que também era Prémio de Liderança no nosso país!

Existe hoje uma holística científica, onde há cada vez mais cruzamentos e aprendizagens entre as várias ciências e de onde resultam novas ideias, novas perguntas, novas abordagens. Esse movimento não existe na Gestão das Organizações, sendo que ela é por si mesma, o cruzamento de várias disciplinas. Estamos reféns da economia e da política, entre números e leis e por isso perdemos a imaginação. Talvez a Biologia Humana nos possa ajudar muito, como se pode ver:

– No Corpo, no cérebro, os conflitos são naturais, a diversidade é uma coisa boa. Não existe a não decisão, o meter o nariz na areia ou fabricar falsos consensos;

– O aprender não é para saber mais, mas aprender para a vida, saber como as coisas funcionam, aprender para mudar. É o que faz o nosso cérebro e essa deveria ser a realidade das organizações e das suas lideranças;

– Trabalhar para hoje, certamente! Mas aprenda-se com o nosso cérebro que está sempre a trabalhar com previsões para nos orientar por antecipação;

– Uma organização que recusa a incerteza e o conflito está a tomar decisões erradas na sua gestão. Decidir não é calar o debate interno das partes em conflito. É como no cérebro, o esquerdo e o direito são oposições, mas continuam a dizer o que pensam e sempre ajustam soluções.

O que é que a Gestão de uma Organização como o SNS deve aprender com a Gestão do Corpo Humano?

– Aquilo que começa por as separar é a Humildade! Nestes dois mundos é preciso ter mais perguntas e dúvidas do que certezas! A educação deveria preparar para isto mesmo, para pensar e fazer coisas;

– Depois aprender como uma célula e trazer isso para a organização. É que a célula mantém a disciplina de servir o todo sem qualquer tipo de exigência. Respeita e mantém-se ao serviço dos outros, ao serviço do organismo todo, mesmo percebendo que há diferenças. Liderar é antes de tudo servir a organização. É isso que faz o cérebro. É este o grande desafio da Organização;

Agora e para terminar vale a pena olhar um dos Sistemas Humanos que é um espantoso exemplo para as Organizações. Aquele que mais pode ajudar o SNS e o seu melhor investimento. Chama-se Sistema Imunitário:

– Começa na definição da sua missão: Proteger o Organismo das infeções! Quer dizer na organização: Proteger das deficiências e problemas de funcionamento que a afetam e podem ser mais ou menos graves;

– Funciona como um Grande Auditor e permite distinguir o que é muito grave e onde se deve agir antes da doença. Os problemas a detetar são constantes, variados e gerados com cada vez mais criatividade. Isso obriga a intervenções criativas e sofisticadas. Permite até detetar aqueles que se alimentam dos erros formais com pequenos truques. Permite perceber e aprender antes de atuar. A auditoria, tal como o Sistema Imunitário, chama a atenção para os crescimentos rápidos e desordenados, patrulha a organização para verificar e acabar com as células cancerosas;

– Todas as células, todas as pessoas, independentemente da sua especialização, podem participar nestes combates. Estas auditorias não são apenas tarefa dos auditores, mas uma preocupação de todos. Há dois níveis de auditorias no Sistema, um que é o inato, o básico. Outro que é o adaptativo, que dá respostas específicas e cria memórias de defesa para o futuro. Há ainda o que chamamos “tolerância periférica”, onde andam células pelo corpo todo, como devem andar os auditores. Estas não atacam, apenas previnem, basta a sua presença;

– O Sistema Imunitário dá também uma grande lição ás auditorias tradicionais. É a sua independência relativamente a todos os outros sistemas, inclusive ao cérebro. Está criado um Santuário Imunológico onde esta independência é preservada na sua ação. Também acontece por vezes, o prevaricador ser mais hábil que o polícia e vence a auditoria. Vale a pena falar no cancro, porque também há cancros na Gestão das Organizações;

– Outro risco é o ataque que se faz ás auditorias, aos sistemas reguladores, porque em geral o que se pretende é inibir a sua ação ou até ameaçá-los. É daqui que saem os cancros das organizações e que aparecem nos media;

– Voltando ao Santuários Imunológicos! Existe uma barreira que impede a entrada de células estranhas no Sistema Imunitário. São locais preciosos para a nossa sobrevivência ou reprodução e que tem que ser salvaguardados das infeções ou atividades destrutivas. Temos três Santuários no nosso organismo, os olhos, testículos e a placenta/feto. Chama-se a esta proteção o “Privilégio Imunológico”. Organizações como o SNS devem criar os seus Santuários para proteger o Sistema da má ou da informação falsa! O SNS precisa de um bom Sistema Imunitário que garanta boas auditorias, sobretudo que sirvam para prevenir, para antecipar os problemas e a ação no tempo certo!

O SNS pode ser uma Escola de Investigação e Inovação dentro do seu próprio Conhecimento…

 E se pensássemos o SNS como Organismo Vivo?

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