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E se pensássemos o SNS como um Organismo Vivo?

 E se pensássemos o SNS como um Organismo Vivo?
24.08.24
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 E se pensássemos o SNS como um Organismo Vivo?

por
Jorge Marques

Tem vindo a público que o problema do SNS é a sua Gestão de Recursos Humanos! Vivi nesse mundo mais de 40 anos e quer os gestores, quer os especialistas dessa área do conhecimento já não falam em recursos humanos faz muito tempo. A sua associação profissional mudou até de nome para Associação Portuguesa de Gestão das Pessoas. Porque começo por aqui? Porque se continua a ver as pessoas como recursos e se elevam os recursos á categoria de pessoas. Talvez o problema do SNS comece aqui!

Ao fim desses anos, alguns acumulados com o ensino, refleti muito sobre esse Mundo da Gestão das Pessoas nas Organizações, sobre o seu Estado da Arte. Percebi que afinal o que faltava nas Organizações era Vida, porque o pensamento continuava mecânico. A sua evolução, naqueles mais de 40 anos tinha passado por fases administrativa, legalista, contratual, económica, comportamental e sócio política. Sempre lhe faltou a visão de um Organismo Vivo, de um Ser Vivo! Nos anos 90, um pouco por todo o Mundo, começou a chamar-se a atenção para este constrangimento e fazia-se até a pergunta: E se pensássemos a Organização como um Ser Vivo?

Em 2014 decidi ir atrás desta pergunta e ouvir a gente do conhecimento e prática das Ciências da Vida, desde médicos de várias especialidades, neurociência, neurocirurgia, genética, imunologia, Conselho Nacional de Ética, um médico líder empresarial que foi Prémio Neurociência, Prémio Liderança, Cidadão-Comendador e até um filósofo das ciências especialista em robótica.

Levei um ano a procurar perceber o funcionamento do corpo humano e a querer compará-lo com o funcionamento das nossas Organizações, como é o caso do SNS. Eu queria saber se havia aspetos comuns, quer no funcionamento, gestão e formas de liderança? Saber se era possível comparar os sistemas de vida das pessoas com os sistemas de vida das organizações? Parti com aquela mesma pergunta que dá título a este artigo e com uma outra, caso esta se confirmasse: Podem as Ciências da Vida ajudar a pensar a Gestão das Organizações? Confirmada a primeira pergunta, falarei aqui e num próximo artigo sobre o que é comparável, a aproximação desejável e as grandes questões que a envolvem e prejudicam. No caminho encontrei dois conceitos que se casam, o primeiro entre Vida/Gestão e o outro entre Gestão da Vida/Vida da Gestão. A partir daqui vamos aproximar-nos do SNS, organização que todos desejamos funcione, não como um relógio, mas como um corpo humano saudável!

Quais são os suportes da Gestão do SNS, considerando ser verdade que o seu principal problema é a Gestão de Recursos Humanos? Começa na política definida pelos governos para a Saúde e através do Ministério da Saúde. Passa por legislação, pelo SNS enquanto liderança das várias organizações de saúde como hospitais, ULS, USF, CRI. Passa por todos os profissionais de saúde desses serviços, por recursos tecnológicos, financeiros e outros. Tudo isto centrado no doente! Penso que já percebemos, que apesar de se ter autonomizado o SNS, produzido legislação, aumentado recursos financeiros e tecnológicos, discutido e preparado aumentos salariais, carreiras e tempos de trabalho, muitos dos problemas continuam, ao ponto de se falar na necessidade de um Pacto Político para a Saúde!

É aqui que nasce o paradoxo! Então, se é no SNS que está o maior conhecimento sobre Gestão da Vida, através dos seus profissionais, estruturas, saber e experiência acumulados, porque é tão problemática a gestão da sua própria vida? Porque é que tanto conhecimento dos Organismos Vivos, como é o nosso corpo, não torna possível a criação de um modelo de gestão e liderança que se reveja no funcionamento desse Corpo? Porque não usar o conhecimento que está dentro de portas? Digo isto, porque a própria ciência assume que não existe no Mundo nenhuma organização mais complexa e mais perfeita que o corpo humano. Basta comparar a complexidade de uma única célula humana, ela é equivalente á complexidade da gestão de uma cidade! É claro que na vida de organizações como o SNS precisamos aprender a sua gestão e liderança com o funcionamento dos sistemas do corpo, essa tal organização mais perfeita que se conhece! Ninguém o pode fazer melhor que os seus profissionais! Então que se faça benchmarking!

Não é fácil desmontar o pensamento do atual modelo e criar uma nova forma de pensar e agir. Também porque nos habituámos a resolver tudo com gestão política, leis, dinheiro, criação de mais estruturas, nomeação de novas pessoas e o sonho da IA. Mas se falarmos de reformas estruturais, então tem que se começar por criar um pensamento e um modelo novo de gestão. Já tive uma experiência num hospital, onde era difícil a relação e comunicação entre Administração e Corpo Clínico. Foi a comparação das relações entre o cérebro e o corpo que deixou as coisas claras! É o momento de fazer comparações entre o funcionamento do Corpo e de uma Organização Viva como o SNS. Comparações que vão de A a Z e que prolongarei no próximo artigo. Por agora:

– Corpo e SNS estão ambos organizados em Sistemas. Cada um dos sistemas tem missões diferentes, órgãos, tecidos e células diferentes. Tem autonomia de funcionamento e grande interdependência entre sistemas. Se no corpo um fornece oxigénio, sangue, na organização fornece serviços, informação, pessoas. As células no corpo, tal como as pessoas na organização são o seu suporte e componente básico.

– A comparação seguinte também é comum nas duas estruturas. Ambas são multiestruturas e podem funcionar ao mesmo tempo com estruturas funcionais, por processos, matriciais e em rede. Tudo se liga e interliga com a mesma facilidade, disponibilidade e motivação. E como é que se garante toda esta eficiência e eficácia? Primeiro através da sólida competência dos milhares de milhões de células do corpo ou dos milhares de pessoas do SNS. Todos a saberem o que tem que fazer e a funcionar com grande autonomia.

Quando nesta minha procura entrevistei um médico, que era também líder empresarial, Prémio Neurociência, Prémio Liderança e condecorado com uma Comenda Nacional, perguntei-lhe se fazia sentido esta comparação? Ele respondeu-me: “Se eu achasse que não, não teria aceite estar aqui consigo! Eu acho que faz todo o sentido…”

(continua na próxima semana semana)

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