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Membros da Santa Casa da Misericórdia de Viseu acusam a lista única que concorre à direção desta instituição de estar agarrada a interesses político-partidários e de usar a Misericórdia como “trampolim político”.
Numa carta aberta enviada aos Irmãos da Santa Casa e a que o Jornal do Centro teve acesso, os signatários dizem que o que está em causa neste sábado (7 de dezembro) – data das eleições – “é mais do que uma mera disputa eleitoral”. “Mais parece tratar-se de uma tentativa de captura da Misericórdia por um conjunto de Irmãos pouco alinhados com os valores de serviço ao outro, mas antes por ambições pessoais e estratégias partidárias”, lê-se na carta.
As eleições estão marcadas para este sábado e a votos está uma lista única liderada por Nuno Carrilho. Para os signatários da carta aberta, que não fizeram mais declarações além do que foi transmitido aos irmãos, “a Misericórdia não pode ser um trampolim político nem um reduto para garantir votos ou favores”.
Falam ainda que muitos que integram a lista terão sido apanhados de surpresa. “Algumas pessoas boas e de bem que integram a lista, guiadas pelas melhores intenções, deixaram-se enredar numa filosofia alheia à cultura organizacional da Misericórdia, comprometendo, talvez sem perceber, o sossego do espírito de serviço e normalidade da Instituição”, acusam.
“Esta lógica perversa não só compromete a independência e a missão da Instituição, como desrespeita a memória de tantos irmãos que, ao longo dos séculos, dedicaram as suas vidas e o seu gracioso tempo ao bem-estar da comunidade de Viseu, bem como a memória de numerosos beneméritos que a ela entregaram um valioso património”, acrescentam, frisando que também ficam “fragilizados” os funcionários da Misericórdia de Viseu.
A Santa Casa da Misericórdia de Viseu, fundada em 1516, é uma instituição de referência na cidade, com uma história marcada pelo apoio aos mais vulneráveis e pela promoção de valores como a caridade e a solidariedade.
A sua atuação abrange a assistência social, com serviços como lares e apoio a idosos, cuidados médicos continuados, acolhimento de crianças em risco e combate à pobreza.
Com mais de cinco séculos de história, os signatários recordam que a Instituição construiu a sua identidade “em torno de valores católicos, como a caridade, a solidariedade e a defesa intransigente dos mais vulneráveis”.
“A única lista candidata às próximas eleições parece ignorar este legado em favor de um grupo de interesses político-partidários”, reforçam.
Sobre os objetivos da carta aberta, os signatários realçam que quer “proteger a doutrina essencial da Instituição” e que é a sua “dedicação aos idosos abandonados, às crianças desprotegidas, às famílias carenciadas e aos doentes que necessitam de cuidados”.
“Estes valores, profundamente enraizados na ética cristã, não podem ser sacrificados no altar de interesses pessoais ou partidários. É inaceitável que esta venerável Instituição, que há tanto tempo serve a Comunidade, possa ser colocada nas mãos de quem a possa entender como uma plataforma de poder e influência”, concluem.
Candidato fala em renovação
Nuno Carrilho, advogado com mais de 30 anos de experiência, assumiu a candidatura a Provedor da instituição em novembro.
A equipa apresenta a candidatura como resultado de um “longo e participado processo de auscultação junto dos Irmãos da SCMV”. Segundo a equipa, o projeto combina os valores centenários da Misericórdia com uma aposta na renovação da gestão e num reforço do papel da instituição na sociedade.
Entre as principais medidas propostas estão o desenvolvimento de uma gestão mais próxima dos Irmãos, utentes e trabalhadores, o estabelecimento de programas de benefícios para os Irmãos através de parcerias com entidades públicas e privadas, e a criação de políticas de recursos humanos baseadas na organização e motivação das equipas. A equipa candidata compromete-se ainda a reforçar a comunicação da instituição com a sociedade, a procurar apoios públicos e fundos europeus para financiar projetos sociais e a estabelecer parcerias com entidades como o Município de Viseu e instituições de ensino superior.
Nuno Carrilho é acompanhado na candidatura por Isidro Augusto Pinto Cardoso de Menezes, candidato a presidente da Mesa da Assembleia Geral, e por João Oliveira e Cunha, candidato a presidente do Conselho Fiscal.