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Armamar reforça, por estes dias, o seu estatuto de capital da maçã. A feira dedicada a este produto conta com 120 expositores. Já tem 20 mil visitantes e um impacto económico direto de 600 mil euros. Em tempo de “festa”, o presidente da Câmara, João Paulo Fonseca, deixa o alerta de que com o mau tempo não foi só a produção que teve uma quebra
O que se pode esperar este ano da Feira da Maçã e que convite deixa a quem visita Armamar?
À imagem dos anos anteriores, este é um certame que pretende dar a conhecer a quem nos visita tudo aquilo que são os produtos de excelência que esta região produz, nomeadamente a maçã que é o que dá nome a esta festa e por bons motivos. Armamar é o maior produtor de maçã do país, maçã de altitude, maçã de grande qualidade e maçã reconhecida não só no mercado nacional, mas que também começa a ser reconhecida nos mercados internacionais. Temos também outros produtos de excelência, como os fumeiros, como, o mel, a cereja que neste momento não é a época dela, mas que também já produzimos em quantidade e em qualidade… Portanto, diria que temos aqui muitos bons motivos. É isto tudo o que se pode esperar desta feira e levar de Armamar.
Tem havido uma evolução desde a primeira edição até agora. Onde é que se vê mais essa evolução? É nos visitantes, na presença dos produtores, na qualidade?
Houve aqui uma evolução muito grande desde a primeira edição que foi feita ainda no nosso Mercado Municipal e com apenas 12 expositores. Este ano, contamos com cerca de 120 expositores. A evolução também tem muito a ver com aquilo que foi a evolução das próprias atividades e, neste caso, deste setor primário que evoluiu muito em termos daquilo que é a qualidade de produção, a quantidade de produção e aquilo que também é uma visão diferente dos nossos hagricultores. Eles percebem que este certame acaba por ser uma forma de promoção dos próprios produtos. Evoluímos muito naquilo que é o setor dos vinhos. Hoje, Armamar tem cerca de 50 marcas de vinhos rotulados, vinhos feitos por por enólogos também de renome, o que dá uma qualidade ao produto. Também aqui há evolução. E, depois, o número de visitantes. Na primeira edição, digamos assim, foi mais para consumo interno, para as nossas populações, e tivemos cerca de 1500 visitantes. Hoje, segundo dados da feira de 2023, tivemos 20 mil visitantes. Portanto, há aqui uma evolução a todos os níveis.
E em termos daquilo que é o retorno económico direto é possível contabilizar?
Com este número de visitantes há um retorno direto e imediato para a restauração e outras atividades comerciais como as padarias, as pastelarias, os próprios alojamentos locais, os hotéis. Esse retorno direto, calculamos que possa ser cerca de 600 milm euros. Mas, depois, há um retorno indireto que nós não conseguimos quantificar que é aquele a médio e longo prazo da aquisição dos produtos por parte de quem nos nos visita.
A feira este ano vai ter mais ou menos maçã?
A feira vai ter praticamente o mesmo número de expositores do ano passado. Há quem diga que no concelho que mais maçãs produz no país o número de expositores podia ser mais alargado. Mas eu acho que o número de expositores da feira é aquele que é normal para um certame desta dimensão.
A minha pergunta até era mais no sentido também de tentar perceber se com os prejuízos decorrentes do mau tempo a quantidade será menor?
Os ventos que se fizeram sentir na última semana causaram, efetivamente, algum prejuízo em termos da quantidade e da tonelagem de maçã. Estamos a fazer esse levantamento em conjunto com a associação dos agricultores e aquilo que é a quebra na produção poderá rondar os 30 por cento. Mas quando estamos a falar de 30 por centro de cerca de 90 milhões de quilos de maçã, podemos dizer que continua a haver muita maçã em Armamar.
Além do levantamento, o que a autarquia pode fazer mais para que os apoios cheguem mais rapidamente àqueles que sofreram prejuízos?
Aquilo que a autarquia pode fazer é o que tem feito e continua a fazer e é mais uma intervenção, digamos assim, do foro político perante a tutela. Foi com este sentido que tive já em contacto com o senhor Ministro da Agricultura que está sensível ao problema. Acontece que além do prejuízo da queda dos frutos, há também o derrube de pomares que esses, além do prejuízo com a não produção deste ano, irão ficar pelo menos mais cinco anos sem produção. Esta situação já foi reportada ao Ministério que já assumiu este compromisso não só comigo, mas com outros presidentes de Câmara também de áreas afetadas de concelhos vizinhos como Moimenta da Beira, Tarouca, Lamego, que estará disponível para que haja aqui um apoio à reposição desse potencial produtivo.
Esta quebra na produção vai afectar as exportações?
Não consigo responder directamente à sua pergunta. E porquê? Porque nós nunca sabemos. Nós continuamos a ter 70 por cento da produção prevista, não é? Portanto, os mercados são dinâmicos e pode afectar ou não as exportações consoante aquilo que possa ser o valor da maçã no mercado interno ou no mercado externo. Se o valor da maçã no mercado externo for mais favorável, provavelmente teremos mais exportação. Mas eu não consigo fazer essa correlação direta.
Porquê consumir a maçã de Armamar e não a maçã do outro lado do rio Douro?
(Risos) Porque vale mais comer as uvas do lado de lá e as maçãs em Armamar. Mas eu não farei essa distinção. O que costumo dizer é que estas maçãs de altitude, estas maçãs, não só em Armamar, mas nesta região, têm efectivamente uma qualidade acima de outras localizações geográficas. Eu até posso ser suspeito para o dizer, mas é reconhecido. Estas são maçãs de uma região que os mercados reconhecem e que tem valorizado o produto.