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Home » Notícias » Concelho » Carregal do Sal » Em Carregal do Sal, a história aprende-se a céu aberto

Em Carregal do Sal, a história aprende-se a céu aberto

No coração da Região de Viseu, Carregal do Sal é um concelho que transpira história. História essa que recua 5.000 anos na linha do tempo, com um património arqueológico que faz deste local um verdadeiro museu a céu aberto

 Em Carregal do Sal, a história aprende-se a céu aberto - Jornal do Centro
22.03.25
fotografia: Jornal do Centro
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 Em Carregal do Sal, a história aprende-se a céu aberto - Jornal do Centro
22.03.25
Fotografia: Jornal do Centro
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 Em Carregal do Sal, a história aprende-se a céu aberto - Jornal do Centro

Uma simples caminhada em Carregal do Sal transforma-se numa viagem ao passado com estruturas monumentais, testemunhas de rituais, enterros coletivos e histórias da vida das primeiras comunidades que habitaram a região. Carregal do Sal cruza o passado pré-histórico com o presente, cada monumento, carregado de lendas e magia, conta uma história que merece ser (re)conhecida.

Carregal do Sal é um dos locais no distrito de Viseu com mais estruturas arqueológicas que nos remetem ao pré-histórico. O concelho orgulha-se de ter 15 dólmens e outras estruturas funerárias identificadas, algumas delas integradas no Circuito Pré-Histórico Fiais/ Azenha, um dos mais antigos do país. Criado em 2001, este circuito é resultado do trabalho do município e da Junta de Freguesia de Oliveira do Conde, que abriga cerca de 90% destes monumentos.

Marco Lopes, arqueólogo e funcionário do município sente muito orgulho no património de Carregal do Sal, mas assume ser “uma grande responsabilidade”. Responsabilidade essa que o município tem assumido com dedicação, investindo na proteção, manutenção e contínua investigação científica.

Todos os anos, o município apoia campanhas de escavações arqueológicas em parceria com o Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa e o arqueólogo Fábio Silva, um dos especialistas envolvidos na descoberta destes tesouros.

A Mega Rota do Megalitismo: uma viagem no tempo

Carregal do Sal integra a Mega Rota do Megalitismo da CIM Viseu Dão Lafões, um percurso com mais de 500 km que inclui 14 municípios e destaca 28 monumentos megalíticos. Desses, três estão em Carregal do Sal, e cada um carrega um legado único. 

Um dos monumentos em destaque na rota é a Orca da Palheira, um caso único no país. Na década de 70, uma família construiu uma casa em volta do monumento e viveu ali durante anos. “Conhecidos como a família Planeta, eles transformaram a orca numa habitação, algo que desconheço em qualquer outro lugar do país”, explica Marco.

Já a Orca de Santo Tisco guarda um mistério com vestígios de pinturas num dos esteios, que se acredita representar o Sol. “É uma janela para o passado, que nos permite imaginar os rituais e crenças das comunidades que aqui viveram”, diz o arqueólogo.

O Dólmen da Orca também referido na rota da CIM Viseu Dão Lafões, é considerado monumento nacional há mais de 50 anos. Com uma laje de cobertura que pesa cerca de 30 toneladas, este dólmen é um dos maiores e bem conservados do país. “O seu excelente estado de conservação permite-nos perceber a arte e o seu peso, a dificuldade que deve ter sido a construção”, destaca Marco.

Mais do que monumentos: um habitat Pré-Histórico

O Habitat do Ameal foi o primeiro local habitacional descoberto na Beira Alta, revelando a existência de cinco cabanas e duas lareiras, oferecendo um exemplo da vida doméstica das comunidades neolíticas.

Os artefactos encontrados nestas escavações estão expostos no Museu Municipal Manuel Soares de Albergaria, um espaço que complementa a visita aos monumentos. “Aconselho a toda a gente que visita os monumentos a passar pelo museu para ver o que foi descoberto neles”, sugere Marco.

Um património que pertence a todos

Apesar de todos os monumentos que se encontram no município carregarem um passado rico, este património está integrado no quotidiano. “É completamente fascinante pois é história pura. História a céu aberto”, diz o arqueólogo. 

Os monumentos estão bem sinalizados, e os visitantes podem explorá-los livremente, sentindo-se parte de uma narrativa que começou há milhares de anos. Para quem quiser mergulhar nas profundezas do passado histórico, é possível solicitar aos municípios visitas guiadas com explicações detalhadas sobre as descobertas arqueológicas.

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