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Regime de 12 horas foi inicialmente adotado no departamento de fatiados de frescos
Uma empresa localizada em Armamar adotou turnos de 12 horas em dois dos seus departamentos, com o objetivo de “garantir a produção” e, simultaneamente, proporcionar uma melhor conciliação entre a vida profissional e pessoal dos colaboradores. Esta medida, em vigor “há cerca de um ano”, foi implementada após um processo que contou com o aval dos trabalhadores.
A diretora de Recursos Humanos e Administração da empresa, Joana Pinto, explica ao Jornal do Centro que a alteração surgiu da necessidade de “fixar pessoas” e garantir a produção de forma eficiente. Antes, os trabalhadores tinham um horário de entrada, mas não de saída, uma vez que era necessário concluir as encomendas. “Faziam sempre horas adicionais, mas com esta medida conseguimos reduzir quatro horas semanais. Na vez de fazerem 40, fazem 36 horas por semana”, afirmou.
A nova distribuição do horário consiste em turnos de 12 horas, três dias por semana, com folgas alternadas: “Trabalham, por exemplo, às segundas, quartas e sextas. Na semana seguinte trabalham às terças, quintas e sábados”. Segundo a diretora, esta organização permite que “de 15 em 15 dias tenham um fim de semana prolongado garantido”, o que ajuda na gestão das responsabilidades pessoais.
Joana Pinto destaca ainda que a empresa teve de duplicar a equipa para implementar a medida. “Na altura tínhamos 20 pessoas, tivemos de passar a 40 porque requeria duas equipas. Para além de contratarmos mais, fixámos as pessoas”.
Empresa nota diferenças
Desde a implementação do novo regime, a empresa já nota diferenças. “Fixámos muito mais pessoas, a equipa estabilizou, e em termos produtivos é muito melhor”, referiu Joana Pinto. Para ajudar os colaboradores com a carga horária, a empresa passou a oferecer, além do almoço, o pequeno-almoço e o lanche. Os trabalhadores têm também duas pausas diárias: uma a meio da manhã e outra a meio da tarde.
O regime de 12 horas foi inicialmente adotado no departamento de fatiados de frescos, considerado “pioneiro” na implementação, abrangendo agora também a cantina, onde trabalham duas cozinheiras com este horário e o departamento de fatiados de charcutaria.
O objetivo da empresa é alargar o novo horário a todas as unidades e departamentos, um processo que, segundo Joana Pinto, terá de ser gradual: “Tem de ser aos poucos porque requer contratação de pessoas em dobro”.
A experiência dos colaboradores
Três colaboradores entrevistados confirmaram que a medida trouxe melhorias significativas no equilíbrio entre a vida profissional e pessoal.
A colaboradora São Camilo, que trabalha na empresa desde 2008, considerou que “a vida mudou completamente” com esta nova organização. “Antes trabalhávamos de segunda a sábado, tínhamos um dia de folga aleatório, dificilmente sabíamos quando íamos ter folga”. Com os turnos de 12 horas, São afirma que consegue agora planear melhor a vida pessoal: “Se quiser ir a uma consulta consigo agilizar, consigo marcar a consulta daqui a um mês, daqui a dois, daqui a um ano, se for possível, porque são os dias certos que estamos a trabalhar”.
Odete Vaz, colaboradora desde 2012 e agricultora nas horas livres, partilhou uma perspetiva semelhante. “Trabalhamos 3 dias por semana, 12 horas, e dá-me jeito porque um dia estou a trabalhar, o outro dia vou para o terreno”. Para Odete, o novo horário permite-lhe conciliar o trabalho com os seus terrenos agrícolas e passar mais tempo com a família: “Dá um ânimo. Uma pessoa fica com aquela alegria”.
O chefe de etiquetagem na área dos fatiados frescos, Ricardo Gomes, colaborador desde 2020, também vê vantagens no novo sistema: “Tenho tempo para tudo e mais alguma coisa, sejamos sinceros”. Ricardo destaca ainda o impacto positivo na produtividade: “Por maior que seja o número da encomenda, conseguimos entregar ao cliente atempadamente”. Embora inicialmente tivesse algumas reservas, reconhece que “o benefício é maior que menor”.
Apesar das longas jornadas, os trabalhadores entrevistados concordam que o horário de 12 horas trouxe melhorias significativas na qualidade de vida. Além do tempo extra fora da empresa, sentem-se mais motivados e confirmam o aumento da produtividade.
A redução das horas semanais de 40 para 36 e a previsibilidade dos dias de trabalho são apontadas como vantagens. Em relação ao cansaço, os colaboradores reconhecem que as últimas horas do turno são mais exigentes, mas valorizam a possibilidade de terem dias completos para si e para as suas responsabilidades pessoais.
Com os resultados já observados, a empresa de Armamar pretende continuar a expansão deste modelo para os restantes departamentos e unidades de forma faseada.