A taróloga Micaela Souto Moura traz as previsões do Tarot, na semana…
O exercício físico e o extrato de flor de castanheiro podem ser…
No Outono, os dias são mais curtos e as noites mais frescas,…
por
José Junqueiro
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
por
José Carreira
O fundador e presidente executivo (CEO) da Toscca, Pedro Pinhão, anunciou um investimento que vai investir cerca de 10 milhões de euros para fabricar uma tecnologia a usar na construção de habitação em madeira.
“É um projeto a concretizar no biénio 2025/26. O objetivo é a comercialização de CLT, porque, neste momento, está a ser importado e, por isso, estamos a estudar um projeto para produzir CLT em Portugal”, anunciou em entrevista à agência Lusa Pedro Pinhão, que fundou a Toscca em 1994 em Oliveira de Frades, distrito de Viseu.
Segundo esclareceu o CEO, “a CLT não é mais do que umas lajes de madeira, é ‘Cross Laminated Timber’” (madeira laminada cruzada, tradução livre), que permite a construção de madeira em andares e a pré-fabricação de habitação em fábrica.
Trata-se da construção em altura, “onde a madeira não entrava e agora graças a uma tecnologia recente, já entra. A chamada CLT que já está a ser largamente utilizada pela Europa fora e nos Estados Unidos da América e nós já usámos cá, mas importada”, disse.
A Toscca aplicou a CLT na “construção de duas salas de aulas para a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, que foram feitas muito rapidamente” e há outros projetos que a empresa está “a disputar” para realizar no setor industrial em Portugal.
“Este investimento no CLT é de 10 milhões de euros e é sofrível, ou seja, não é uma fábrica ultra, ultra, porque para ser teríamos de triplicar o valor. Mas este é um investimento pensado, porque de outra forma também não há escala nem dimensão”, reconheceu.
A CLT, para além da construção em altura, é também utilizada na unifamiliar, um mercado em que a Toscca está a “explorar muito, o nicho da habitação, uma área com um grande potencial de crescimento”.
“E aqui há duas formas. A chamada chave na mão ou através de kits, em que as pessoas podem fazer elas próprias, pelo menos, a estrutura da casa pode ser feita pelo proprietário, reduzindo o custo de mão-de-obra que encarece muito a habitação”, disse.
No seu entender, ou se “arranjam soluções para os custos de habitação, ou o comum dos mortais, muito proximamente, não consegue viver numa casa corrente, a não ser que seja lá no interior recôndito, porque os preços sobem cada vez mais”.
“Se pré-fabricar com engenharia, a CLT, consigo entregar ao cliente elementos pré montados que, ele próprio pode no seu local fazer instalação e, com isso, baixar o custo e pode ser uma solução para este problema que está a inviabilizar a maior parte das pessoas de comprar casa”, defendeu.
A madeira “é claramente mais sustentável, confortável e uma excelente oportunidade de construir com material sustentável, com consumo baixo de energia na sua manufatura e ainda com um contributo brutal para a retenção de dióxido de carbono”.
“A madeira tem tudo para ser o material das próximas décadas”, apontou Pedro Pinhão que disse ter arrancado esta semana com um novo projeto: “a Aldeia da Marinha, que são várias casas para a Marinha Portuguesa, na Base Naval de Alfeite”, em Almada, distrito de Setúbal.
A caminho da internacionalização
Pedro Pinhão adiantou ainda que em 2025 a empresa dá o primeiro passo na internacionalização com a abertura de um escritório em Espanha.
“O nosso principal mercado é Espanha, claramente. É de onde importamos mais madeira e onde vendemos mais. É um país onde vamos criar mesmo uma empresa no próximo ano”, disse. Em Espanha, a empresa vai investir cerca de um milhão de euros e contará numa fase inicial com 10 colaboradores.
Pedro Pinhão reconheceu que o local exato “ainda não está definido, porque Madrid é a capital, e capital é capital, mas por outro lado, o foco de vendas está mais junto ao Mediterrâneo e aí Málaga é uma opção muito interessante”.
Em Portugal, a Toscca tem uma loja em Sintra, no distrito de Lisboa, e, “em breve” vai abrir uma segunda na região do Algarve.
Fundada em 1994, iniciou produção em 1998 e, em outubro de 2017 foi afetada por os incêndios o que “acabou por se tornar numa oportunidade de corrigir lacunas, investir em equipamento mais moderno e tornar a Toscca mais competitiva”, desde a reabertura, em 2018.
“Empregávamos 55 pessoas em 2017 e, neste momento, já ultrapassámos as 150, portanto triplicámos os trabalhadores. E o volume de negócios duplicou. Passámos, na altura, de 11 milhões de euros e vamos em mais de 20 milhões de euros. Temos um ritmo de crescimento de 10% ao ano”, especificou.
Com o “principal mercado, cerca de 70%” em Portugal, a Toscca trabalha também, além de Espanha, com França, Itália, e países africanos, como Marrocos e Senegal e outros “em menor expressão” de negócio.
“Senegal é um país muito interessante com quem estamos a trabalhar, quer na vertente de infraestruturas, como postes, por exemplo, como também na área de turismo, com construção de ‘resorts’”, afirmou.
Em Portugal, é no distrito de Setúbal, no Município de Alcácer do Sal, “na zona da Comporta, ali no eixo de Troia a Melides, que a Toscca tem “a obra de maior visibilidade e impacto, com uma construção de luxo e onde há uma grande preocupação de sustentabilidade”.