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m março assinala-se o Mês da Consciencialização da Endometriose, uma doença que afeta cerca de 10-15% de todas as mulheres em idade fértil e cerca de 30 a 50% daquelas com dor pélvica e infertilidade. Esta doença pode ter um forte impacto na qualidade de vida da mulher, pelo que é fundamental estar alerta, conhecer os sintomas e procurar ajuda precocemente. Porque é possível devolver qualidade de vida à mulher com endometriose. Fique a saber mais sobre esta doença.
O que é a endometriose?
A endometriose, uma doença benigna, caracteriza-se pela presença de células do endométrio – o tecido que reveste a parede interna do útero – fora da cavidade uterina.
É uma doença que na maior parte das vezes surge na adolescência. E, neste caso, é importante esclarecer que embora seja normal ocorrer desconforto durante a menstruação, não é suposto que esta cause dor limitante. E perante estes sintomas, a mulher deve procurar ajuda médica.
Como se manifesta?
Os sintomas mais frequentes são as dores menstruais, as dores nas relações sexuais, a dor pélvica crónica, as alterações no trânsito intestinal. Outros sintomas como cansaço, ansiedade, depressão e infertilidade, também se manifestam.
As queixas vão muito do grau da profundidade de invasão da doença e em que órgãos é que ela está mais presente.
Atendendo aos sintomas mais frequentes da doença, facilmente se percebe que o seu diagnóstico seja, por vezes, difícil e tardio.
Porque está relacionada com a fertilidade?
Estima-se que cerca de 40% das mulheres com endometriose venha a desenvolver algum tipo de infertilidade. Isto prende-se com o facto de os órgãos mais afetados pela endometriose serem precisamente os do aparelho reprodutor feminino – a vagina, os ovários e as trompas. O controlo da doença poderá melhorar o potencial fértil da mulher e em algumas situações consegue-se resolver a infertilidade.
Tem tratamento?
A endometriose é uma doença crónica que tem tratamento. Existe o tratamento médico – com medicação – o tratamento cirúrgico e outras terapêuticas como as nutricionais, psicológicas e desportivas. O tratamento deve ser individualizado e ajustado a cada situação, e, idealmente deve ser instituído por profissionais diferenciados no tratamento desta doença.
Ao nível do tratamento cirúrgico, atualmente é privilegiada a cirurgia minimamente invasiva, que tem várias vantagens para a doente comparativamente à cirurgia convencional, nomeadamente, o facto de permitir uma melhor e mais rápida recuperação.
Miguel Brito, Especialista em Ginecologia-Obstetrícia e Coordenador da Unidade de Endometriose do Hospital CUF Viseu
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