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Escola Agrária de Viseu celebra 30 anos de olhos postos no futuro

Cerimónia de comemoração aconteceu esta quinta-feira e ficou marcada pelas obras das novas instalações da escola, a vontade em atrair mais alunos e por várias homenagens a professores, alunos e funcionários. Secretario de Estado das Florestas, Rui Ladeira, marcou presença

Micaela Costa
 Escola Agrária de Viseu celebra 30 anos de olhos postos no futuro
24.10.24
fotografia: Jornal do Centro
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 Escola Agrária de Viseu celebra 30 anos de olhos postos no futuro
24.10.24
Fotografia: Jornal do Centro
 Escola Agrária de Viseu celebra 30 anos de olhos postos no futuro

As novas instalações como motor para a captação de novos alunos e melhores condições de ensino, a necessidade de equipar laboratórios e atrair mais parceiros institucionais e a homenagem a professores, antigos alunos e funcionários marcaram a cerimónia de comemoração dos 30 anos da Escola Superior Agrária de Viseu (ESAV), que decorreu esta quinta-feira (24 de outubro).

“São 30 anos de história, dedicação, de conhecimento, inovação e desenvolvimento para a região e para o país”, começou por dizer na sua intervenção o presidente da ESAV, Hélder Viana. Além do responsável, marcaram presença na iniciativa o secretário de Estado das Florestas, Rui Ladeira, o presidente do Instituto Politécnico de Viseu (IPV), José Costa, e o presidente da Câmara Municipal de Viseu, Fernando Ruas.

Três décadas volvidas, Hélder Viana assegura que a “ESAV está focada no futuro, com confiança e otimismo” e destacou as novas instalações, cuja obra de mais de cinco milhões de euros já está no terreno, como forma de garantir esse futuro e, consequente, mais alunos.

“Este ano iniciámos a construção de um novo edifício, um importante investimento que irá abrir novos horizontes à ESAV. Estamos convictos que ao dotarmos a ESAV de novas capacidades que atraem os jovens para o estudo das ciência biológicas e agrárias, estamos a dar-lhes ferramentas que os preparam melhor para um futuro cada vez mais incerto”, destacou.

O responsável lembrou ainda que são necessários laboratórios que permitam “a atração de diversos investimentos”. Um pedido que acabou por ter resposta do secretário de Estado das Florestas, Rui Ladeira, que garantiu que fará “pressão positiva” junto do ministério da Educação, a quem cabe matérias como o apoio e investimento nas instituições de ensino.

Outras das preocupações deixadas aos governante foi a necessidade de mais alunos e futuros técnicos em áreas como a floresta ou a agricultura e disse estar disponível para colaborar com o governo nesta matéria.

“Um dos problemas transversais às instituições de ensino agrário é a captação de novos alunos, não obstante de este ano termos tido 175 novas matriculas, o que é muito bom para a realidades destas instituições de ensino. No nosso caso particular, que somos da área florestal, houve 10 estudantes em todo o país a entrar para as licenciaturas. Como é que o país pode continuar com uma taxa destas na formação de técnicos?”, lamentou.

Assim, e porque “os técnicos são fundamentais na área florestal, agrícola, animal ou alimentar”, o responsável mostrou-se disponível “para trabalhar em conjunto com o ministério da Agricultura para podermos desenvolver estas ações de capacitação técnica”.

“Uma das formas de captarmos capital humano para as escolas superiores agrárias podem passar por fomentar e transferir competências da formação de organismos que a vocação não é essa, como formar sapadores florestais, bombeiros, carta de tratoristas e muitos outros exemplos. Há muitos trabalhos que podemos fazer em complementaridade com os serviços regionais da agricultura e florestas, neste momento eles não têm capacidade e nós, agrárias, conseguimos dar resposta”, disse.

Na intervenção, o presidente da ESAV lembrou ainda o trabalho que tem sido desenvolvido ao longo destes 30 anos e que permitiu que atualmente existam na escola “cinco licenciaturas, sete CteSP [Cursos Técnicos Superiores Profissionais], quatro mestrados”, sem esquecer o programa doutoral que este ano foi aprovado, um dos primeiros a nível do país, em Sustentabilidade Agroalimentar e Ambiental.

“As formações lecionadas na nossa escola abrem aos alunos perspetivas de se poderem fixar nestes territórios, em vez de terem que pensar em emigrar em busca de um futuro melhor. A ESAV é um local que gera oportunidades para se fixarem nesta cidade, nesta região e nestes territórios”, sublinhou, acrescentando que também as dezenas de profissionais já formados ao longo destes 30 anos “contribuíram de forma decisiva para o progresso da agricultura, para o desenvolvimento do tecido empresarial e para a coesão territorial”.

Hélder Viana destacou ainda os passos dados na investigação. “Temos investigadores de renome nacional e mundial, que impulsionaram a investigação, a transferência de conhecimento para o mundo privado e para o setor produtivo em particular. Estamos na liderança das publicações cientificas, quer no IPV, quer das escolas superiores agrárias. Temos mais de 24 projetos em curso, com montantes que estão a rondar os dois milhões de euros”, disse.

O responsável acrescentou que recentemente viram aprovadas “uma candidatura ao programa VITIS (uma medida de apoio à reestruturação e reconversão de vinhas) para reformulação de uma vinha” e ainda um projeto aprovado no Plano de Recuperação e Resiliência “para a reforma e modernização das ciências agrárias no valor de 3,5 milhões de euros, num consórcio dos quais 603 mil euros são investidos aqui, na Escola Superior Agrária”.

Na intervenção, Hélder Viana quis ainda destacar o papel das várias parcerias que têm feito ao longo dos anos, “nomeadamente as autarquias, empresas, diversas entidades públicas e todos os que contribuíram para a ESAV chegar até aqui”.

O presidente da escola deixou também uma “homenagem a todos os que contribuíram para o nosso sucesso, estudantes, funcionários, professores, dirigentes, parceiros e amigos”.

Secretário de Estado sublinha necessidade de mais técnicos e de avançar com pacto para a floresta
Na sua intervenção, o secretário de Estado das Florestas, Rui Ladeira, começou por destacar o percurso da ESAV ao longo destes 30 anos, que em muito se deve “ao corpo docente e não docente” e “enalteceu a capacidade em criar as infraestruturas necessárias para garantir um ensino de qualidade, sem problemas de comodidade para toda a comunidade escolar”.

 Escola Agrária de Viseu celebra 30 anos de olhos postos no futuro

Rui Ladeira fez ainda questão de concordar com o presidente da ESAV na necessidade de formar mais técnicos em áreas determinantes como a floresta e a agricultura.

“[a falta de técnicos] É preocupante para o país, numa área tão necessária como a floresta. Procura-se técnicos florestais e não há e no mercado temos centenas de necessidades para aquilo que é um setor onde muito há a fazer”, disse.

Já na agricultura, Rui Ladeira disse que, nos últimos anos, “não esteve no posicionamento que deveria ter estado, seja no âmbito do rendimento ao agricultor, seja no âmbito da estruturação de posicionamento do quadro mundial da produção agrícola, da autonomia nacional em determinadas áreas que podem ser líderes e também na questão da floresta”.

Quanto à necessidade de financiamento para equipar laboratórios, o governante garantiu que vai ajudar a fazer “pressão positiva”.

“Claro que isto é incumbência do ministério da Educação, mas há aqui uma área que é importante no âmbito da estratégia para o futuro como um laboratório de solos, um equipamento para dar apoio naquilo que é a estratégia para abrir portas para esse futuro. Já levo essa nota para transmitir ao senhor ministro da Educação a necessidade de um laboratório bem equipado para a região e para o país nesta dimensão agrária, relevando a agricultura e a floresta. Farei uma pressão positiva para criar essas condições”, frisou.

Rui Ladeira falou ainda nas intenções do governo para áreas como a floresta, relembrando o plano que está a ser elaborado pelo ministério da Agricultura e a secretaria de Estado das Florestas.

“O ministro da Agricultura, que tem a área da floresta, foi mandatado pelo governo para liderar e apresentar um plano de intervenção para a floresta portuguesa em 90 dias. Este trabalho está a ser estruturado, começou em maio, e já temos alguns dos planos que vamos querer implementar. De uma vez por todas, temos que criar um mecanismo e um plano de intervenção, não são estudos técnicos ou mais grupos de trabalhos. Estamos a falar de juntar informação, todos os que podem contribuir para definir esse rumo e responder ao que são preocupações importantes para o país”, frisou.

Este pacto pretende “simplificar e desburocratizar” e “resolver e ordenar a floresta, porque a gestão ativa é pontual ou residual, porque temos baixa produtividade”, destacou.

“Temos três fileiras – o pinheiro, o eucalipto e o sobreiro – e algumas não têm intervenção, são passivos, não têm gestão. Temos que resolver a questão da baixa produtividade, temos potencial, somos lideres mundiais no sobreiro, na cortiça, temos potencial ao nível destas fileiras e muitas outras. Temos uma elevada fragmentação da produtividade, temos um elevado número de propriedades abandonadas e temos que garantir a capacidade de captação de profissionais, não é só engenheiros e técnicos, é preciso mão de obra. Temos que olhar para estes setores, para o sistema de gestão integrada de incêndios florestais”, disse.

Presidente do IPV espera conclusão de obras no próximo ano
O presidente do Politécnico de Viseu, José Costa, foi outras das personalidades a usar da palavra durante a cerimónia e começou por frisar que “a qualidade da escola e quem faz as instituições são as pessoas”.

 Escola Agrária de Viseu celebra 30 anos de olhos postos no futuro

Na sua intervenção, o responsável pelo politécnico, que é composto por cinco unidades orgânicas, deixou o desejo de ver concluídas as obras da ESAV já no próximo ano.

“O nosso desejo é que no próximo ano, quando comemorarmos os 31 anos, as obras estejam concluídas, para termos um edifício que reúne condições que a Escola Superior Agrária nunca teve e, provavelmente, muitas das outras unidades orgânicas também não”.

Também para José Costa, o novo espaço que está em construção “é muito importante para a escola e para o instituto e será mais uma oportunidade de poder ser valorizado no contexto das escolas superiores agrárias” e “pode ser vital para a captação de novos estudantes e novos públicos de formação ao longo da vida”.

O responsável lembrou que o investimento é de 5,3 milhões de euros, “algo que para se conquistar foi difícil” e frisou que a instituição “ainda não obteve na sua plenitude o dinheiro”.

O IPV tem hoje, segundo José Costa, “um potencial que nunca teve” e “só existe pelo percurso que foi feito”, destacando que integram o politécnico 6409 estudantes.

O responsável lembrou ainda a vontade em ter uma Universidade Politécnica no próximo ano e lembrou que está também em construção o Centro de Tecnologia e Inovação no Campus Politécnico.

José Costa deixou ainda um apelo ao território para que, em colaboração com o IPV, a região possa “ir mais longe”.

“O território tem 362 mil habitantes, tem oito grandes empresas, quase 50 mil pequenas e médicas empresas, tem um volume de negócios de cerca de 10,5 mil milhões de euros, tem cerca de 400 mil visitantes na CIM Viseu Dão Lafões”, disse, reforçando que estes números “aumentam a responsabilidade de quem está à nossa volta”.

“Nós temos este dever de construir oportunidades para os estudantes, formação ao longo da vida, mas quem está à nossa volta também tem que ajudar. Estamos ladeados por quatro Comunidades Intermunicipais, um núcleo substantivo de pessoas e empresas e se nós estivermos todos juntos podemos ir muito mais longe e o nosso território tem esse potencial”, finalizou.

Já o presidente da Câmara Municipal de Viseu, Fernando Ruas, lembrou que o concelho tem crescido também pela dinâmica criada pelo ensino superior.

 Escola Agrária de Viseu celebra 30 anos de olhos postos no futuro

“O ensino tem para a comunidade dois tipos de influência no seu desenvolvimento. Tem a montante e a jusante, porque dá desenvolvimento à cidade e à comunidade porque se fazem instalações e, depois, continua com aquilo que os professores e estudantes nos trazem”, referiu o também presidente da Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões.

O autarca destacou ainda o aumento da população na cidade de Viseu nas últimas décadas, tendo agora atingido os 100 mil. “Foi por força desta dinâmica e, nomeadamente, pelo ensino superior que chegamos a esta situação”, disse.

Fernando Ruas frisou ainda o “percurso espetacular” do Politécnico e da Escola Superior Agrária, “que é reconhecido no país e fora do país”.

“Viseu é uma comunidade do interior e que fez o seu trabalho. Viseu vai ser cada vez mais conhecida por ser uma comunidade que se desenvolveu pelos seus meios. Não precisamos que ninguém faça o nosso trabalho, precisamos é que os outros também façam o seu trabalho”, disse.

Homenagens a professores, funcionários e alunos
A cerimónia de comemoração dos 30 anos da ESAV ficou ainda marcada pela homenagem a várias figuras ligadas à instituição, desde professores, antigos alunos e funcionários e a Junta de Freguesia de Viseu.

Entre os homenageados estão nomes como Joaquim Seixas, João Antas de Barros, José Rocha, António Pinto ou José Matias.

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