Escolas mais pequenas no interior do país: um custo de recursos ou a igualdade na educação?

Atualmente, as escolas no interior do país deparam-se, cada vez mais, com a diminuição de alunos. O estudo do EDULOG concluiu que 40% das escolas do país têm menos de 15 alunos, e 26% operam com menos de dez. Em Viseu, pais e professores debatem se estas oportunidades são um desperdício de recursos públicos ou essenciais para a educação e igualdade em diferentes regiões.

Maria Santos, professora reformada, afirma que todos os alunos devem ter o mesmo direito ao acesso de ensino. A entrevistada acredita que se os centros escolares concentrassem as crianças numa determinada área com um acesso mais fácil, facultando também mais transportes escolares, diminuiria o encerramento das escolas por falta de alunos.

Maria Santos revela ainda já ter trabalhado em três escolas no centro do Porto que sofreram com a falta de alunos, tendo assim de encerrar.

Leila Monteiro, caixeira, acredita que “escolas pequeninas fazem muita falta” e refere que estas proporcionam um melhor apoio aos alunos, dado que, com turmas mais pequenas, os professores conseguem repartir a atenção de igual para igual.

A empresária Liliana Gonçalves tem a opinião de que a oportunidade de acesso nunca será a mesma, “pelo facto de essas crianças não conviverem com um grande aglomerado de crianças, como acontece nas escolas maiores”.

Liliana Gonçalves fala da sua experiência como aluna, até porque frequentou uma escola com poucos alunos, numa aldeia, afirmando que isso não é nada vantajoso para depois ingressar numa escola com muitos mais alunos e mentalidades diferentes.

A empresária critica também a localização das escolas distantes, referindo que existem benefícios, mas também existe a parte má para a mobilidade e disponibilidade dos pais para levar e ir buscar os filhos às escolas. A entrevistada refere que se dessem melhores condições de vida aos meios do interior, as pessoas não procuravam tanto vir morar para o centro das cidades, mantendo assim no ativo as escolas das suas freguesias.

O estudo publicado não menciona quais as localidades mais afetadas no interior do país.

José Pedro Silva e Iara Pires – Alunos de Comunicação Social da Escola Superior de Educação de Viseu