Em pleno coração de São Pedro do Sul, a aldeia de Covas…
A Farmácia Grão Vasco, em Viseu, vai além da simples dispensa de…
A Criaverde marcou presença na BTL 2025, transformando os stands com decorações…
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
O Clube Desportivo de Tondela e a Greenvolt criaram uma parceira que vai permitir a produção de energia limpa através de 800 painéis solares instalados na cobertura do Estádio João Cardoso e no Pavilhão.
O clube que lidera o campeonato da Segunda Liga passa também a liderar o campeonato da energia, já que esta colaboração vai permitir, além de “alimentar” o clube, partilhar energia com a comunidade envolvente ao estádio, que pode chegar até 380 famílias e empresas, num raio de quatro quilómetros.
A energia gerada vai permitir que o Tondela poupe cerca de 14 mil euros por ano e vai evitar a emissão anual de 163,25 toneladas de CO2. Os tondelenses que aderirem ao projeto vão pagar a eletricidade mais barata, traduzindo-se num desconto na fatura.
Durante a sessão, o presidente do Tondela, Gilberto Coimbra, referiu que este tipo de projetos reforça as intenções do clube em ajudar não só o próprio clube, mas “o que é de proximidade, quer empresas, casas particulares ou instituições”.
“Esta instituição, ao permitir-se fazer isto, sente-se bem consigo própria. Trabalhar para a comunidade não é só futebol, também é pensar em tudo o resto”, disse.
Gilberto Coimbra explicou ainda que a ideia é que “os sócios do clube tenham a oportunidade de ter um desconto sobre o valor da fatura de 20 por cento”.
“A energia, salvo erro, é 0,15, a tarifa normal. Iremos pagar 0,0069 depois de tudo isto começar a trabalhar. Para os sócios, do 0,15 da tarifa atual, irá ser calculado a 0,12 do valor inicial com um desconto de 20% sobre essa fatura. Portanto, eu acho que é ótimo, acho que é muito bom para todos os sócios”, explicou. Com esta possessibilidade, acrescentou, o clube espera poder ter mais sócios.
“É mais um sinal que damos, é mais um sinal que nós nos preocupamos, não só connosco, mas com um benefício para todos”, reforçou.
Já o CEO da Greenvolt Comunidades, José Queirós de Almeida, destacou que “este projeto vai muito para além dos painéis solares e começa exatamente naquilo que é o tecido de qualquer comunidade”.
O responsável frisou ainda que “a Europa, neste momento, tem um desafio mas também tem a oportunidade, o desafio é encontrar formas de energia que permitam ser autónomas e que não estejam dependentes de países”.
No caso do Tondela, referiu, o clube tem um “grande potencial” e que este projeto veio aproveitar um espaço que não tinha utilização, referindo-se à colocação dos painéis na cobertura do estádio.
José Queirós Almeida disse ainda que o clube vai poupar “cerca de 14 mil euros por ano” e que a ideia é que este projeto também seja implementado na futura academia do clube.
“Dependendo depois como é que o preço do mercado vai funcionar, mas, com base nessa estimativa, estamos a falar de uma poupança de 14 mil euros por ano na sua própria energia. Mas mais do que isso, e essa é a parte muito interessante, é permitir isso às empresas e famílias que estão aqui à volta”, disse.
O responsável adiantou ainda que a empresa tem atualmente “mais de 55 comunidades que já estão a funcionar no país, de norte a sul, oeste a oeste”.
O CEO do Grupo Greenvolt, João Manso Neto, também fez uma intervenção onde destacou que estas ações dão a possibilidade de “consumir energia verde, mas de uma maneira mais barata, não só para o clube, neste caso, mas também para a população, para os vizinhos que podem obter isso”.
“O que vos prometo do nosso lado é que, tendo agora entrado neste primeiro projeto do Tondela, vamos certamente fazer também a segunda fase, de começar a olhar o concelho de Tondela que tem potencial, uma realidade industrial extremamente favorável. E o que prometo é um compromisso que vamos olhar para o Tondela de uma forma mais profunda, que seguramente haverá aqui outras oportunidades”.
A autarca de Tondela, Carla Antunes Borges também marcou presença e sublinhou o papel das autarquias na criação de “políticas públicas que permitam, numa primeira fase ou num determinado eixo, que a iniciativa privada possa ter o seu espaço, possa crescer, possa emergir, e, acima de tudo, possa criar valor e possa criar desenvolvimento económico”.
“Desenvolvimento económico esse que não se mede apenas pelas questões financeiras, mas mede-se muito pela sustentabilidade social de um território, e se estamos a falar de sustentabilidade social, logicamente estamos a falar de sustentabilidade financeira das nossas famílias, das nossas instituições, e da capacidade delas próprias gerarem riqueza a vários níveis, a vários níveis”, referiu.
Sobre este projeto, “é a prova daquilo que pode acontecer num território de elevado valor e através de uma iniciativa privada como esta, onde se juntam dois parceiros, o clube, claro que é uma associação, mas também um empreendedor privado, podem criar riqueza no território”.
Carla Antunes Borges disse ainda que a autarquia também está a trabalhar na eficiência energética. “Desde 2022, lançámos um projeto que designámos de criação da sustentabilidade energética do município, e criámos, em primeiro lugar, aquilo que foi o diagnóstico da nossa matriz energética dos edifícios do município. Neste momento, concluímos, no final do ano passado, a identificação e a criação da matriz energética dos nossos edifícios, e, portanto, nós próprios temos o desejo de também, à semelhança daquilo que estão a fazer, termos as nossas autocomunidades”.
Neste sentido, o município já pediu “autorização para realizar um empréstimo, precisamente para a instalação de painéis solares nas coberturas dos edifícios do município, para equilibrar esta balança energética de consumo”.