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Estatuto não significa Talento

 Estatuto não significa Talento
08.12.23
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Por vezes ficamos confundidos com a ideia sobre o que será o talento? Trata-se de um conceito transversal á atividade humana, mas que por vezes se apresenta disfarçado e a fazer-se passar por ele. É por isso que vale a pena questionar esse conceito.
Talento não é o aluno que tira excelentes notas, isso quer apenas dizer que foi um bom aprendiz e tem potencial. Também não é um curriculum cheio de títulos académicos e de cargos importantes com os seus respetivos estatutos. O talento é para se exprimir no local próprio, visível e facilmente reconhecível. Talento é ter uma boa ideia e ser capaz de a concretizar. É aquele que pensa, faz diferente e motiva os outros a fazer o mesmo. Talento é sempre um fazer!
Há duas competências básicas para se entrar nesse campeonato. Uma é a capacidade de resistência de um maratonista e vamos ver porquê, a outra é a humildade, mas com um significado bem diferente daquele que conhecemos. Humildade, entendida como uma autoestima inteligente e quando já não são precisos os elogios ou o peso dos títulos e respetivo estatuto.
Mas porque se fala tanto da necessidade de talento? Porque o mundo precisa que se faça diferente! Porque primeiro é preciso inventar, criar e depois inovar e levar á prática. É uma operação delicada e que precisa da tal resistência do maratonista, porque a fase da invenção não é especialmente produtiva e muitos desistem aqui. Mas o ouro do futuro é fazer dos inventores e dos criadores gente da inovação. O problema é que investir nisso é um processo criativo e mais lento e reduzir custos é racional, mais rápido e mais fácil, por isso aparece sempre como primeira solução.
O que se passa com a gestão do talento nas Organizações, na Política e nos Governos? No nosso cérebro a liderança está do lado direito, que é aquele da criação e da inovação. Do lado esquerdo está a gestão e a racionalidade. Como compatibilizar estes dois contrários? Esta articulação também precisa de arte e ela não se vai procurar na racionalidade, no já conhecido e experimentado. Muito boas e grandes organizações buscaram nas artes os insights que os ajudaram a dar esse salto. Foram á música para ver como funcionava uma orquestra e qual era o papel do maestro? Como é que com tanta variedade de instrumentos se conseguia criar uma unidade e sintonia tão perfeitas? Foram ouvir os grandes chefs, atores, encenadores do teatro, realizadores, atores de cinema e gente do desporto. Saíram da sua zona de conforto, do seu mundo que julgavam perfeito e da ideia que já sabiam tudo.
No Preconceito da Ordem, Pessoa recomenda-nos: “Tão regrada, regular e organizada é a vida portuguesa, que mais parece que somos um exército que uma nação de gente com existências individuais. Nunca o português tem uma ação sua. Age sempre em grupo, sente sempre em grupo, pensa sempre em grupo, está sempre á espera dos outros para tudo. Portugal precisa de um indisciplinador…” .
O talento português no Mundo não se manifesta apenas no futebol, ele é conhecido e reconhecido nas mais diferentes atividades! Mas para nós próprios somos um mau viveiro de talento e insistimos num falso tratamento igualitário. Todo aquele que se destaca é uma ameaça.
Por tudo isto é difícil fabricar talento e alguns tem mesmo que entrar na clandestinidade, porque ele acaba combatido pelas pirâmides hierárquicas tradicionais e pela mediania. Forma-se uma espécie de Santa Aliança para o destruir. Há demasiado talento e potencial a ficar pelo caminho, num tempo em que ele é o nosso principal recurso. Um talento que todos os dias está a sair do país, porque todo o Mundo anda á procura dele. É o nosso maior desperdício!
Temos um histórico de maus exemplos nas lideranças, que sempre se apoiaram no Estatuto dos seus Cargos, porque era isso que os protegia e lhes dava segurança. Hoje voltamos a sentir que muito boa gente está a repetir o modelo, mas que ao mesmo tempo clama por mudança para que tudo fique na mesma. A passagem de testemunho nos altos cargos está a ser feita para a conquista de um Estatuto e não para exprimir o Talento, a realidade grita-nos que os melhores não podem continuar a ficar no banco dos suplentes!
John Sullivan, um conhecido mestre da gestão do talento já dizia: “Lembrem-se de que o talento não trabalha para idiotas, por isso, se quiserem melhorar a qualidade do vosso talento, se o procuram por todo o lado, então precisam de melhorar a qualidade da vossa gestão política e empresarial e dos políticos e gestores”.
Claro que não há problema sem solução! Mas tudo começa por não se confundir Estatutos, Títulos, Liderança e Talento. Confusão onde o Sistema Político, pela sua importância e visibilidade tem dado um péssimo exemplo. Há Estatutos a mais e Talento a menos na Política e isso conduz a lideranças fracas e autoritárias. Temos que as avaliar pelo que fazem na realidade e não pelo culto do Estatuto do Cargo que carregam. A liderança é a ação, a expressão objetiva do desempenho do responsável por um Cargo. Confundir as duas coisas tem sido o nosso problema maior. Acontece, porque no Estatuto parece que moram apenas direitos, esquecem-se os deveres e uma coisa não vive sem a outra. Há necessidade de uma escola na política onde se aprenda a influenciar sem autoridade, o que pressupõe uma competência chamada “Presença Autêntica” e que quer dizer, comunicar com verdade e inspirar confiança. Nessa falta, tal como dizia J. K. Galbraith, estamos hoje a viver de uns jogos chamados fraudes inocentes e de Sistemas que não tem em conta a realidade, nem o Homem real.
Nisto a Sociedade tem grande responsabilidade, porque ainda não percebeu, nem aceitou, que um Grande Líder tem que ser primeiro um Grande Homem/Mulher e não alguém com um Grande Estatuto. Por isso, preocupemo-nos em descobrir e colocar nos Altos Cargos essa Gente Grande. Fique-se também com a ideia de que Talento é o Ser e o Estatuto é o Parecer.

 Estatuto não significa Talento

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