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Um estudo da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viseu conclui que há baixos níveis de literacia financeira junto dos estudantes do ensino superior, em particular os alunos do primeiro ano de cursos relacionados com a área de Gestão.
Segundo o Instituto Politécnico de Viseu, que revelou esta terça-feira (8 de abril) os resultados do inquérito realizado entre setembro e outubro do ano passado, os resultados são “alarmantes” e apontam para o facto de, apesar de muitos alunos estudarem Gestão, estes demonstram “lacunas significativas em conceitos essenciais de finanças pessoais”.
Para combater isso, os autores do estudo defendem a implementação de programas de literacia financeira nas escolas, considerando que se trataria de “uma medida crucial para preparar os jovens para a gestão responsável das suas finanças pessoais”.
Os professores Manuel Reis, Paula Sarabando, Rogério Matias e Tiago Miguel, que assinaram o estudo, argumentam ainda que se deve repensar o modelo de ensino de finanças, a pensar na escolaridade obrigatória (que vai até ao 12.º ano), e que a educação financeira é um “pilar essencial” para o futuro da sociedade portuguesa.
“A falta de conhecimentos financeiros pode ter impactos duradouros, não apenas para os indivíduos, mas também para a economia do país”, concluem.
O estudo revela que, apesar de 68 por cento dos estudantes inquiridos terem optado por estudar um curso da área de Gestão, mais de um terço não sabem calcular percentagens simples. Já 47,7% dos alunos admitem não entender o impacto da inflação, enquanto apenas 29,1% conseguem compreender o conceito de juros compostos (juros que permitem com que o dinheiro gera mais dinheiro ao longo do tempo).
Enquanto quase 46% dos estudantes não entendem o conceito de pagamento de juros sobre empréstimos, 78% não sabem o que é a taxa Euribor nem o spread.
Também segundo o estudo, há menos literacia financeira junto dos alunos. Numa escala de zero a 100, o valor médio de literacia financeira foi de 44,36, revelando uma diminuição face ao valor registado no anterior estudo realizado em 2022 (47,53).
Os homens têm mais literacia financeira (valor de 45,25) do que as mulheres (43,10), números que também apresentam uma ligeira quebra em relação ao estudo anterior.
“Estes resultados revelam que as iniciativas para integrar a literacia financeira no currículo escolar têm sido, até agora, insuficientes. De acordo com o estudo, 3 em cada 4 dos participantes entende que literacia financeira deve ser parte obrigatória do currículo de ensino, sinalizando uma clara procura por uma abordagem mais eficaz neste campo”, refere o IPV em comunicado.
Os dados revelam ainda que as últimas políticas de educação do Governo, voltadas para a introdução de temas financeiros na educação, precisam ser “revistas e ajustadas”. “A implementação de programas de literacia financeira mais robustos, relevantes e efetivamente proporcionados à generalidade dos estudantes (ou seja, fazendo parte da escolaridade obrigatória) é, portanto, uma medida crucial para preparar os jovens para a gestão responsável das suas finanças pessoais, especialmente num contexto de crescente complexidade económica”, pode ler-se nas conclusões.
A amostra do estudo incluiu 172 respostas de estudantes do primeiro ano da ESTGV, sendo composta por 58,7% de homens e 41,3% de mulheres. A maioria dos participantes (72,7%) estava matriculada em cursos de licenciatura, enquanto os restantes frequentavam cursos técnicos superiores profissionais.