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Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, e o diretor-geral da Fresenius Kabi, Glenn Luis
O diretor-geral em Portugal da farmacêutica alemã Fresenius Kabi, com polo em Tondela, apelou ao Governo para reduzir os prazos no pagamento das faturas e pediu que se coloque travão na descida dos preços dos medicamentos genéricos.
Glenn Luís deixou o recado à tutela durante a sua intervenção numa conferência, que marcou os 25 anos de existência da farmacêutica, que decorreu esta quarta-feira (4 de dezembro) no polo instalado na Zona Industrial do Lajedo, em Santiago de Besteiros, no concelho de Tondela.
“Precisamos de reduzir prazos de pagamento. Não é aceitável, não podemos manter prazos de pagamento acima de 200 dias no setor público”, disse o responsável.
A Fresenius Kabi está presente em mais de 100 países, com mais de 20 fábricas na Europa e conta com mais de 43.000 funcionários. Em Portugal são mais de 850 e, a grande maioria, trabalha em Tondela.
Na sua intervenção, Gleen Luís afirmou ainda que o setor privado está consciente das “responsabilidades na sustentabilidade do sistema nacional de saúde”, mas que o Governo tem que ajudar. “Estamos aqui para assumi-las, mas necessitamos que o Estado promova, entre outras coisas, a previsibilidade”, frisou.
Ainda em relação à sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde, o responsável referiu “a importância do papel do Estado na promoção da prescrição de medicamentos genéricos e biossimilares, aumentando o acesso a tratamentos médicos e libertando verbas para a inovação, que é tão importante”, desafiou.
O diretor-geral lembrou ainda que para combater “a escassez de medicamentos é essencial travar a excessiva descida de preços de medicamentos genéricos” e que “é imperioso introduzir alterações ao modelo de contratação pública que, atualmente, se baseia unicamente, como critério de adjudicação, o preço”.
Em resposta ao pedido para que se encurtem prazos de pagamento, o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, concordou com Glenn Luís e disse que “não é tolerável o Estado pagar mal e fora de hora”, enquanto cliente, no caso do Serviço Nacional de Saúde.
Esse atraso, acrescentou, “acaba por custar mais aos contribuintes, impede a tal previsibilidade, acaba por obrigar que os próprios produtores defendam a forma como participam no mercado e apresentam um preço”.
Leitão Amaro, que abriu a conferência, disse ainda que a questão do pagamento por parte do Estado “é uma luta que tem de ser feita”. “É um compromisso do nosso programa eleitoral, reduzir os prazos de pagamento do Estado para, no horizonte da legislatura, uma média de 30 dias”, disse.
O ministro da Presidência, que é natural de Tondela, falou ainda no papel do Estado no desenvolvimento da indústria, através de políticas de formação e habitação para captar mão de obra e população, assim como “baixar o IRC e os impostos para que quem invista possa ter um retorno mais atrativo” e “diminuir outros custos, nomeadamente burocráticos” procurando assim “o equilíbrio entre regulação e permissão de inovação”.
Leitão Amaro abordou ainda “duas infraestruturas essenciais” para promover a indústria e potenciar a exportação, nomeadamente a ferroviária e rodoviária, referindo-se à Linha da Beira Alta e a ligação Viseu-Coimbra.
O encerramento da conferência contou com a presença da ministra da Saúde, Ana Paula Martins, que assumiu dar continuidade ao trabalho do anterior Governo na questão do preço dos medicamentos.
“O anterior Governo já o fez, nós também o fizemos agora, recentemente, quando anunciámos os novos parâmetros de revisão anual de preços para 2025 dos medicamentos em Portugal e creio que, através da portaria que, por acaso, publicámos a tempo e horas”, destacou.
Fresenius Kabi reforça unidade de penicilina
No final da conferência decorreu uma visita inaugural à unidade de produção de penicilinas alargada, num investimento de mais de 20 milhões de euros.
A expansão desta unidade, com cerca de 6000m2, está equipada com duas linhas de produção. O investimento foi aprovado durante a pandemia e resultou no aumento da capacidade produtiva.
“Não há nenhum hospital que funcione sem antibióticos injetáveis. Aqui em Santiago de Besteiros, são das últimas fábricas da Europa a fabricá-las. Desde a compra da Labesfal, em 2005, já investimos mais de 120 milhões de euros no reforço da nossa capacidade produtiva, e este investimento é feito em Santiago de Besteiros”, sublinhou o diretor-geral da farmacêutica em Portugal, Glenn Luís.