Numa altura em que comemora 18 edições, o Festival de Música da Primavera de Viseu promete uma programação diversificada, com 21 concertos, músicos vindos de todo o mundo e um destaque especial para Beethoven.
A iniciativa decorre entre 4 e 25 de abril, em espaços como o Museu Nacional Grão Vasco, Teatro Viriato, Igreja da Misericórdia, Aula Magna do Politécnico de Viseu, auditório da Escola Secundária Emídio Navarro e nas instalações do Conservatório Regional de Música Dr. José de Azeredo Perdigão em Viseu. A apresentação da edição deste ano decorreu esta terça-feira (25 de abril).
O festival começa com um espetáculo da Orquestra Clássica do Centro, no Teatro Viriato, sob a direção de Cláudio Ferreira. O concerto vai marcar a estreia de “Partita”, uma obra encomendada pelo festival e pela Orquestra Clássica do Centro ao compositor português Sérgio Azevedo, e terá a primeira referência a Beethoven, com a orquestra a interpretar a “Sinfonia n.º 1”.
“É a estreia de uma obra para orquestra de cordas e piano, mas piano para a mão esquerda. O André Roque Cardoso já teve outras participações de música para a mão esquerda”, na sequência de um acidente que teve, acrescentou o diretor artístico, José Carlos Sousa.
A programação incluiu mais concertos com orquestras nos dias 5, 14 e 25 de abril. No dia 5, o Teatro Viriato recebe a Banda Sinfónica Portuguesa, com um concerto que mistura “humor, alegria e diversão”. No dia 14, a Orquestra Sinfónica AMASING, também no Teatro Viriato, “irá trazer uma formação de orquestra de cordas e será só música portuguesa”.
A 25 de abril, na Igreja Nova, será a vez da Orquestra e o Coro XXI. Este concerto vai marcar o fim do festival e celebra a Páscoa “com um programa assente num dos grandes marcos da música religiosa do romantismo tardio: o Requiem de Gabriel Fauré”.
No dia 6 de abril decorre a única iniciativa nas instalações do conservatório, o Concerto de Laureados do 16º Concurso de Instrumentistas do Conservatório, onde participam 50 alunos distribuídos por seis categorias em cinco áreas instrumentais e canto.
A 7 de abril haverá “um concerto em forma de filme”, que traduz os últimos tempos de vida de Ryuichi Sakamoto. “Sakamoto morreu de cancro em 2023 e no último ano da sua vida decidiu preparar uma série de peças para um documentário. É isso que vamos ver no Teatro Viriato, é algo marcante”, explicou José Carlos Sousa.
No dia seguinte, a aula magna do Politécnico de Viseu recebe o concerto do vencedor do quinto Concurso Internacional de Piano de Viseu, Haozhou Wang (China). O músico vai apresentar “um recital que percorre diferentes épocas e estilos”, onde se incluiu “Fantasia” e a “Sonata para piano n.º 3” de Beethoven, “Rondó” de Chopin, “Nocturno” de Debussy e a “Dança da Morte” de Liszt.
Já no período da noite, o mesmo palco conta com a apresentação de Olivier Gardon, pianista com uma carreira internacional consolidada que tem atuado como solista. O programa inicia-se com a “Sonata n.º 30” de Beethoven.
Roman Rabinovich (Israel/Canadá) atua a 9 de abril, também no Politécnico de Viseu. Segundo José Carlos Sousa, o músico vai apresentar “uma obra magistral, emblemática, da história da música, que são as ‘Variacoes Goldberg’, de Bach”, expoente do Barroco na música, composta por uma ária e 30 variações, cuja execução dura mais de uma hora.
Horas antes, sobe ao palco o Duo AccordiCello, com Gonçalo Pires no violoncelo e Flávio Rodrigues no acordeão. O espetáculo “explora a fusão inesperada e expressiva destes dois instrumentos”.
No dia 10, o Grupo de Música Contemporânea de Lisboa sobe ao palco do Politécnico de Viseu com um concerto “cujo programa pretende homenagear a música de Peixinho e Berio”.
Os Solistas da Metropolitana atuam a 11 de abril, no Auditório da Escola S. Emídio Navarro. O grupo, formado por músicos da Orquestra Metropolitana de Lisboa, apresenta o “Septeto em Mi Bemol Maior, Op. 20” de Beethoven.
O final do 6º Concurso Internacional de Piano de Viseu acontece a 12 de abril.
No dia 13 acontece o concerto que serviu de mote para a criação do Festival de Música da Primavera. O espetáculo junta vários professores do conservatório, através de grupos que já existem e de outros criados propositadamente. “O repertório inclui peças clássicas e contemporâneas, desde Beethoven e Shostakovich a Carlos Paredes e Astor Piazzolla”. O concerto é no Hotel Grão Vasco.
José Mesquita e Francisco Luís são os músicos que vão abrilhantar o dia 15. Já o dia 17 está “reservado” para espetáculos em família. Numa primeira parte atua o Duo Sobral, formado por Paula e Rúben Sobral, mãe e filho, e, na segunda parte, os músicos Manuel Toucinho e Pedro Rufino, pai e filho que formam o MP GuitarDuo.
The Spirit of Gambo é a proposta para o dia 21 de abril, no Museu Nacional Grão Vasco. “Este concerto reflete sobre a culminação da viola da gamba baixo enquanto instrumento solista na segunda metade do séc. XVII”.
No dia seguinte, Álvaro Teixeira Lopes e Francisco Berény atuam no Museu Nacional Grão Vasco. “Um recital de piano e guitarra clássica com um programa diversificado, abrangendo obras desde o período barroco até à música contemporânea”.
João Roiz Ensemble atua na Sé de Viseu a 23 de abril e junta-se ao músico Alexandre Delgado para a construção da “Peregrinação Beethoven 2025-2027”, focando o facto de, em 2027, se assinalarem os 200 anos da morte do compositor.
Na cerimónia de apresentação esteve o presidente da Proviseu, naquele que marcou o primeiro ato oficial. Pergigão destacou o contributo da Associação para a Promoção de Viseu da Região quer dar para uma “realidade social e cultural aberta para o mundo”.
“Queremos agradecer aos pais que acreditam no ensino da música dos seus filhos e em toda a estrutura social e cultural”, referiu, acrescentando que este ano o objetivo é dar “continuidade às iniciativas do Conservatório, com parcerias sólidas” a quem desde já agradecemos.”.
Atualmente, o conservatório conta com 457 alunos, 49 colaboradores entre professores de música, administrativos e auxiliares de educação e com 465 sócios da Proviseu.
Já a vereadora da Cultura, Leonor Barata, destacou a importância do evento designado como âncora para as iniciativas que acontecem no município.
