No terceiro episódio do programa “Bem-Vindo a”, tivemos o prazer de conversar…
São mais de 100 presépios, de diferentes tamanhos e construídos ao longo…
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Teresa Machado
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1. Takanori Takebe, um cientista com ligações a um hospital pediátrico de Cincinnati e a uma universidade de Tóquio, tem feito carreira focado nas células estaminais e nas formas de as fazer evoluir “para órgãos humanos funcionais.”
Contudo, depois de há três anos o seu pai ter precisado de estar ligado a um respirador, e ele ter percebido a limitação e a violência daquelas máquinas, que causam sérios problemas aos doentes, incluindo lesões pulmonares, Takanori pôs as células estaminais um pouco de lado e pôs-se à procura de alternativas respiratórias.
Ele percebeu que “muitos organismos — por exemplo, os cadozes e os artrópodes — usam órgãos como a pele e os intestinos para se oxigenarem.” Vai daí, com a sua equipa, fez várias experiências fazendo chegar oxigénio ao intestino delgado, através do anus, primeiro em ratinhos e depois em porcos, cuja fisiologia é mais parecida com a humana.
Os resultados foram publicados na semana passada. A oxigenação sanguínea obtida por esta via é prometedora. Conforme se percebe num artigo da The Scientist intitulado “Os mamíferos podem usar os seus intestinos para respirar”, estes “clisteres gasosos” (chamemos-lhe assim) poderão vir a substituir, ou complementar, os respiradores.
Ainda é cedo para haver certezas. Uma coisa se pode afirmar desde já: Takanori Takebe sabe “pensar fora da caixa”.
2. Soube-se esta semana que Rui Rio escolheu Fernando Ruas para candidato à câmara de Viseu. Não há aqui grande surpresa a não ser a demora na tomada da decisão.
Esta espera não foi boa para o PSD. Serviu, acima de tudo, para alimentar uma disputa surda entre Jorge Sobrado (apoiado pelo lóbi dos eventos e das festas) e o candidato a candidato João Paulo Gouveia (apoiado pelo aparelho partidário e pela presidente da câmara em exercício). Cada um daqueles dois vereadores tem reivindicado para si o papel de testamenteiro político de António Almeida Henriques e faz uma narrativa enviesada do que se passou. A verdade é que, nos últimos oito anos, Viseu viu as contas da câmara degradarem-se, a cidade ficar mais suja e mais barulhenta, as aldeias mais esquecidas, o concelho a andar para trás em todos os rankings.
O dr. Ruas, que quer regressar ao lugar onde foi feliz, tem três desafios muito difíceis pela frente:
(i) responder, freguesia a freguesia, ao labor no terreno da formiguinha socialista chamada João Azevedo;
(ii) unir as tropas laranjas, divididas entre duas memórias que se tornaram antagónicas: a dos seus seis mandatos e a dos dois mandatos de AAH;
(iii) convencer as pessoas, especialmente o eleitorado urbano, de que dentro de todo o passado que o seu nome representa há algum futuro.
3. Resta dizer que Rui Rio e António Costa, com as suas escolhas para as autárquicas viseenses, não fizeram como Takanori Takebe. Nem um nem outro pensou “fora da caixa”. Vamos ter um déjà vu, um duelo igual ao das últimas legislativas.
Em 2019, no concelho de Viseu, Fernando Ruas teve mais três mil e cem votos do que João Azevedo. Será que vamos assistir à revanche de Azevedo? Será que Ruas vai conseguir manter os votos laranjas “dentro da caixa”?
Já se sabe, Viseu costuma votar mais à direita do que à esquerda. Ruas tem essa vantagem, mas que pode ser perturbada pela concorrência proveniente do seu lado. Ele vai ter à perna o justicialismo de Pedro Calheiros do Chega, a combatividade nas redes sociais de Fernando Figueiredo da Iniciativa Liberal, a capacidade de argumentação de Paulo Duarte do CDS.
Já do outro lado, não se vê que possa vir grande mossa a Azevedo: enquanto Francisco Almeida, da CDU, vai remexer em feridas antigas (a das portagens ainda dói um pouco, a da universidade já sarou), o Bloco de Esquerda parece querer ficar-se pelos serviços mínimos, não se lhe conhece ainda nem o interior nem o avesso, nenhum nome, nenhuma ideia para a câmara de Viseu.
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