edifício comprado spsul habitação
070222183338c1be04d164ffd099e9e5d21796dc199a6c2a2dd5
Assinatura_protocoloestaçãonaúticacarregaldosal
som das memorias logo
261121082345cbd31e4f08cbc237fdbda2b5563900947b148885
261121083019a9f55af575cc44675655afd52fd8ee0b7e8852f2

A taróloga Micaela Souto Moura traz as previsões do Tarot, na semana…

19.12.24

A Farmácia Grão Vasco procura estar perto da comunidade e atenta às…

19.12.24

O ano passa a correr e já estamos no Natal. Cada mês…

19.12.24

por
Joaquim Alexandre Rodrigues

 Ócios e entreténs

por
Jorge Marques

 O Fim ou o Princípio?
Home » Notícias » Colunistas » Fragmentos de um Diário – 10 de Agosto de 1983 (continuação III)

Fragmentos de um Diário – 10 de Agosto de 1983 (continuação III)

 Fragmentos de um Diário - 10 de Agosto de 1983 (continuação III)
07.01.23
partilhar
 Fragmentos de um Diário - 10 de Agosto de 1983 (continuação III)

Foram estas ideias que transmiti à Fátima. Respondeu que assim se explica a grosseria dos nossos contemporâneos. Porque quanto a ela não se deve compartimentar a vida por segmentos, caso se queira evitar consequências desastrosas de que são triste exemplo os tipos nazis que, depois de ouvirem a melhor música, iam de seguida organizar o extermínio nos campos de concentração.
Do café fomos para casa. Entrar nos anexos, foi como se nos recolhêssemos ao nosso lar. O espaço habitacional está dividido por vários quartos, mais uma salinha e cozinha comuns. O quarto da Fátima era confortável, nele cabiam duas camas, um sofá e ainda uma estante com livros, bastantes em alemão, sobretudo os manuais do curso e os de poesia. Mas havia também alguns em português que ela encomendava ao irmão em Lisboa. Dos últimos a chegar, e ainda em cima de uma mesinha, estava uma coletânea de poesia da Florbela Espanca. Perguntei-lhe se gostava. Disse-me que lhe faziam estremecer a alma, que aquela poetisa era uma das que transportava o fogo dentro de si, tal a violência emocional que dos seus poemas transbordava. Mas foi em alemão que disse um poema, de pé, de costas voltadas para mim, a olhar através da janela o verde sombrio das árvores:
Menschenbeifall de Hölderlin
?Ist nicht heilig mein Herz, schöneren Lebens voll,?Seit ich liebe? Warum achtet ihr mich mehr,?Da ich stolzer und wilder,?Wortereicher und leerer war?
Ach! der Menge gefällt, was auf den Marktplatz taugt,?Und es ehret der Knecht nur den Gewaltsamen;?An das Göttliche glauben?Die allein, die es selber sind.
O aplauso dos homens
?Não trago o coração mais puro e belo e vivo?Desde que amo? Por que me afeiçoáveis mais?Quando era altivo e rude,?Palavroso e vazio?
Ah! só agrada à turba o tumulto das feiras;?Dobra-se humilde o servo ao áspero e violento.?Só creem no divino?Os que o trazem em si.

 Fragmentos de um Diário - 10 de Agosto de 1983 (continuação III)

Jornal do Centro

pub
 Fragmentos de um Diário - 10 de Agosto de 1983 (continuação III)

Colunistas

Procurar