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Pedi à Fátima que passássemos apenas por Alcácer-Quibir, uma aldeola, no meio de nada, onde o nosso jovem rei se perdeu, a si e ao reino. E onde também nós por pouco não nos perdemos das mochilas que estavam dentro do autocarro e este arrancou, connosco ainda cá fora. Tivemos que correr, a bem correr, para o apanharmos, que ele não parou. Valeu-nos a sua artrose. Mas esta viagem de regresso foi memorável. Feita de noite, com quase toda a gente a fumar ganzas, desde o motorista aos passageiros. Eramos os únicos europeus. Tivemos algum medo, não das pessoas mas da loucura do condutor, que, por vezes, desligando as luzes do autocarro, o deixava rodar na escuridão da noite, talvez na estrada, talvez na areia lateral.
De regresso, viemos pelo Algarve. Conhecemos um casal de jovens alemão, cuja generosidade foi por duas ou três vezes posta à prova. Pelo seguinte: na fronteira portuguesa era obrigatório o pagamento de uma taxa para se entrar no país. O problema é que nem eu nem a Fátima tínhamos já dinheiro para tal. Da viagem nada sobrara. Criou-se portanto ali um impasse. E foi o casal alemão que nos pagou a taxa. Dali partimos os quatro para Vila Real de Santo António onde alugámos dois quartos também pagos pelos alemães. Só no dia seguinte, e já em Faro, pudemos levantar dinheiro para lhes pagar. Para acentuar o caricato da situação houve a coincidência de na fronteira termos tido conhecimento da vitória de Carlos Lopes na maratona de Los Angeles, em que ganhou a medalha de ouro. E, no mesmo momento em que celebrávamos, soubemos que não podíamos entrar no nosso país por não termos dinheiro.
Balanço da visita: Exceto os dias de Arzila, e algumas noites nos quartos de hotel, vivemos muito na exterioridade. Vivia-se empurrado pelo movimento dos acontecimentos, na superfície das coisas, na espuma dos dias, muito pouco na intimidade. Concluímos que as viagens não são boas para nós, muito mais sensíveis que somos à poesia de um recanto de jardim, à demorada beleza de um pôr-de-sol, muito mais amantes da viagem por dentro do nosso amor.
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Joaquim Alexandre Rodrigues
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