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15 de Janeiro de 1976 (continuação)
A verdade é que ainda nos relacionámos por uns dias. Conversas, nada mais. Mas depois ela tomou uma decisão. Ao fim do almoço fui ter com ela ao cimo das escadas que partem do ginásio. Conversámos umas banalidades. Aproximei-me para tentar um simples beijo. De repente, a pretexto de ter de ir não sei onde, levantou-se e foi-se embora. Percebi que algo se tinha quebrado.
Depois de ter permanecido sentado uns minutos, levantei-me e fui lá fora. Encontrei-a com uma prima e umas amigas. Pedi-lhe explicações. Disse-me que não era nada, que no dia seguinte explicaria. Mas face à minha insistência, confessou que queria acabar. Só não sei o que ela queria acabar, se nada começara.
Mas compreendi. Na verdade, eu não estava com ela. Podia-lhe ter dito do meu amor de Lisboa e da minha indisponibilidade para algo mais sério. Mas para quê? Por que hei-de dizer seja a quem for dos meus segredos, da minha vida íntima? Ninguém sabe, e assim deve continuar. Dizem que o segredo é a alma do negócio.
Não me agrada esta última palavra. Mas também para mim o mistério é o testemunho do meu amor pela Fátima. De qualquer modo, esta minha colega merece que eu a respeite. Merece alguém que a faça feliz, à maneira dela.
Procuro palavras, ritmos e sons
para uma poesia
que traga o amargor de muitas bocas,
que seja o sangue de muito grito.
Procuro palavras esfarrapadas
que sejam restos de granadas,
palavras que sejam ruínas,
poeira de casas assombradas,
e de vidros sem luz.
Procuro palavras que guardem
no ventre o ouro que há no lixo,
as lágrimas, gritos e preces
que ecoam pelas esquinas
a morte de cada gesto por cumprir.
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Joaquim Alexandre Rodrigues
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