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No dia seguinte, não saímos do quarto até à hora do jantar. Acordáramos tarde, com a preguiça a esticar indefinidamente o fio do tempo. Mas com a fome a apertar, resolvi dar um salto à rua. Voltei com o almoço, um meio frango de churrasco com batata frita e pão, e umas sobremesas. Não foi muito. Mas a comida não marcava a nossa agenda. O importante era estarmos juntos, nas nossas brincadeiras e conversas. Escutámos ainda algumas cassetes de música brasileira a preparar-nos para o concerto desse dia à noite. Só depois, no final da tarde, banho tomado e roupa lavada, saímos de casa. Fomos para a zona do Coliseu e por ali perto jantámos. Do concerto gostámos, mas não estou certo que eu e ela o tenhamos seguido com atenção. Por mim, era como se lá não estivesse verdadeiramente, como que, ainda presente na sala, tudo aquilo já pertencesse ao passado, eu, a jovem do castelo, a música, a movimentação do cantor no palco. Ela encostara-se a mim. E, por diversas vezes, percebi que chorava. E que chorava não pelas canções, mas talvez por uma ou outra palavra evocar o irremediável de nós dois. Fôramos ao concerto apascentar a nossa nostalgia futura. E penso que estou a descrever muito rente à verdade porque, ao sairmos da sala e até chegarmos a casa, quase não falámos. Depois ela não conteve as lágrimas, e eu não também não. Aconchegados um ao outro, deixámos soltar o fluxo das emoções, sem palavras vãs, sem falsas consolações. E se fizemos amor, não foi por nenhuma necessidade básica, mas como expressão do bem que nos queríamos um ao outro.
De manhã, ao acordar, ela não estava. Mas deixara um bilhete. Nele escreveu que tinha ido às aulas, embora sem vontade, mas para evitar despedidas. Pedia-me que não esperasse por ela. Mas tinha um pedido, o de que continuássemos a comunicar, por amizade, e em nome da verdade afetiva que em nós existia. Anotou os dois endereços, o de Lisboa e o do Alentejo e reforçou os respetivos números de telefone. Acrescenta que seria um pecado, para usar um termo meu, desperdiçarmos tanto bem querer. Já nos bastam as outras ruínas, os desalentos, as desilusões que nos cabe a cada um.
Eu pensei na Laura, no meu amor de adolescência, e na pena que tive de perder todo o contacto, por decisão dela achar preferível uma memória intocável, a um sentimento a esfarrapar-se. Nunca concordei com o seu juízo absoluto. Com a jovem do castelo não irei por esse caminho. Escrevi-lhe a promessa de manter constante a comunicação.
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