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Um dia, chegou um telegrama da Suíça. A minha amiga dava a entender que me estaria a escrever uma carta sem novidades, mas que, de repente, nesse mesmo dia, à tarde, viu alojar-se no seu hotel, em Wengen, a minha conhecida. Daí o telegrama. Acrescentava que me alojava gratuitamente.
Falei com os meus pais. Disse-lhes que precisava de ir à Suíça verificar se de facto a descrição da Lena, que também conheciam, correspondia ao amor da minha vida. Face à minha seriedade e firmeza de intenções, qualquer objeção que tivessem em mente fragilizou-se. Perguntaram por quanto tempo, e se eu tinha em conta o reinício das aulas. Tranquilizei-os. Então, nem de propósito, o meu pai disse-me que sabia de um seu conhecido, camionista, que partia de madrugada para a Suíça. Poupava-se na viagem e davam-me algum dinheiro para sobreviver por uns dias.
Dois dias depois entrava de comboio na localidade de Wengen. Procurei o hotel da Lena. Depois de nos cumprimentarmos, pediu que esperasse no quarto dela até que pudesse fazer uma pausa. A não ser que eu preferisse dar uma volta. Optei por permanecer oculto, não se desse o caso da Fátima me descobrir e, sei lá, desaparecer. Por algum tempo esperei, enquanto andava às voltas pelo cubículo do quarto. A Lena, a quem expus por alto a minha história, que ela achou o máximo, disse-me que eu tinha duas opções, ou aparecia de repente, por exemplo, à hora do jantar, ou, então, a estratégia de ela própria a convencer, sob um pretexto ainda a pensar, a vir ao seu quarto. Como portuguesas que são, e dado já se conhecerem, e atendendo à empatia que se criara entre ambas, não seria impossível tal iniciativa. No entanto, antes de sair, ela fez-me jurar que não houvera nada de errado ou de trapalhadas entre mim e a Fátima. Jurei-lhe.
Esperei uma hora, talvez, não sei. A verdade é que a dúvida me começou a corroer, a suspeita de que tudo se tratasse de um equívoco martelava-me o pensamento, pus a hipótese de o desejo me ter levado a uma interpretação fantasiada. Sentei-me na cama, convencido do meu erro. Mas de uma coisa estava consciente, a de que me tinha mexido, tomado uma iniciativa. A primeira, é verdade. Mas não me tinha ficado pelo sonho. Agira. E agora não havia retrocesso. Em breve, de uma forma ou de outra, viesse ela ou não ao quarto, fosse ela ou não a estar hospedada no hotel, teria a avaliação do meu palpite. Esperaria.
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Joaquim Alexandre Rodrigues
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