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Há dias aconteceu algo insólito: eu e um colega, após uma árdua caminhada à chuva, chegámos a uma casa que presumíamos ser dos “Meninos de Deus”. Uma casa antiga com jardim. Afinal encontrámos uma outra pequena comunidade de jovens que dizem que vivem a tarefa de promoção da unidade religiosa, procurando interligá-la com a ciência e outras atividades humanas. Fomos bem recebidos, com chá, biscoitos, muita conversa e gentileza. Todavia, no decorrer do encontro, houve, por uma ou outra ocasião, comentários que me deixaram em estado de alerta. Ao sairmos, percebi que o meu colega não se apercebera da subtileza desses apartes. Calei as minha suspeitas. Mas duas tardes depois, bati de novo à porta da mesma casa. Uma das jovens do outro dia, uma dinamarquesa muito loira, de olhos claros, toda vestida de branco, deu-me as boas vindas.
Um pouco de inglês, mesclado com frases arrastadas em português, e lá nos entendemos durante um bocado até aparecer uma outra jovem, esta portuguesa. Convidaram-me para uma outra sala, sem mobílias, só aromas estranhos, tapetes e almofadões. Uma delas pôs num gravador uma cassete de música indiana ou nepalesa ou coisa no género. Os perfumes atordoaram-me um tanto o espírito. Nunca gostei destes cheiros exóticos. Pela conversa, elas terão apreciado a minha simpatia pelo misticismo, a sabedoria oriental e coisas no género. Daí o convite para me juntar ao grupo, ainda pequeno na cidade, mas animado de um espírito de missão. E depois veio a confirmação das minhas suspeitas iniciais. A filosofia do movimento incluía a apologia do sexo livre. E as minhas anfitriães tomaram a iniciativa de mostrarem que não se ficavam pela teoria. Enquanto a dinamarquesa se desenvencilhava do longo vestido branco, a portuguesa ajudava-me a desbloquear a perplexidade, desapertando-me o cinto das calças, a tirá-las, e tudo num movimento de uma surpreendente serenidade. Eu deixei-me conduzir, absolutamente seduzido pela calma das moças, pelo seu sorriso, pela sua dedicação meticulosa ao jogo da sensualidade. Nunca me vira em tal situação.
Gostei daquele yoga tântrico. A dinamarquesa evidenciava um autodomínio superior à portuguesa. Mas senti-me mais próximo desta, mais afetiva, mais verdadeira, mais sensível. No fim, penso que adormeci um pouco, porque quando dei por mim, já elas estavam vestidas e com um tabuleiro de chá e biscoitos à minha frente. Conversámos ainda um pouco. E vim-me embora, prometendo-lhes pensar no convite para me juntar ao movimento. Menti. Gostei mas não quero. Sinto a alma morta.
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Joaquim Alexandre Rodrigues
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Vitor Santos
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