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Muitos jovens viseenses deparam-se com a necessidade de sair da sua cidade para estudar noutros locais como Coimbra ou Lisboa. Se o fazem por vontade própria, direi que, na grande maioria das situações a resposta será sim e não. Sim porque têm certezas do que pretendem fazer no futuro. Não porque sair de Viseu é um facto incontornável, a terra que os acolheu, desde sempre, não lhes possibilita concretizar os sonhos.
Tornam-se assim estudantes migrantes com deslocações contínuas. Deslocações a que se obrigam, a que foram obrigados, feitas num IP3 que se requalifica sem respeito quanto aos prazos a cumprir. De 2024 aponta-se já o cenário de 2026 para a conclusão da obra. Numa IP3 que obriga a desvios que aumentam em muito a insegurança do percurso e o seu tempo de duração. Um IP3 sem condições e sem alternativas rodoviárias a que se acrescenta agora, em simultâneo e saliento, em simultâneo, o encerramento total da Linha da Beira Alta por um período de 9 meses, se não existirem as tão habituais derrapagens.
Esta decisão denota a insensatez, a negligência face às regiões do interior e suas populações. Denota que, uma vez mais, está bem longe a tão apregoada coesão territorial. Continua a política feita com as lentes de Lisboa, tendente a asfixiar o interior, retirando-lhe dignidade, a dignidade dos seus cidadãos, entendidos como cidadãos de segunda.
Esta decisão é a antítese da expressão “Juntos seguimos e conseguimos” cujo sujeito não é decerto o “nós” Viseenses porque “nós” não conseguimos, continuamos sem conseguir. Pelo contrário, outros conseguem, sendo a afirmação do Senhor Ministro Matos Fernandes, do anterior governo, que transcrevo, prova inequívoca disso: “Quando surgiu a hipótese do PRR sabíamos bem onde investir: serão 554 milhões de euros para construir 2 novas linhas do Metropolitano de Lisboa”. Está em causa o PRR, lançado pela União Europeia, no qual o interior, uma vez mais, é preterido em relação aqueles que são os grandes centros.
Voltando à questão inicial e como afirmei em simultâneo com as obras que decorrem no IP3 e suas graves contingências, o governo encerra a Linha da Beira Alta. Transportes rodoviários alternativos serão disponibilizados às populações dos municípios servidos por aquela Linha, mas e os concelhos como Viseu que não sendo servidos diretamente pelo comboio e a ele recorriam que alternativas têm?
Na mesma ordem de pensamento pode questionar-se:
Para quando a isenção de portagens às empresas rodoviárias a operar em Portugal que permita a diminuição do custo do bilhete e a utilização de percursos em autoestrada, ou vias com perfil de autoestrada, muito mais seguras e rápidas, enquanto decorrem os trabalhos no IP3?
Para quando a criação de um passe social económico ou gratuito a facultar aos estudantes do interior deslocados ou a criação de transportes alternativos a custo reduzido ou gratuito, para esses mesmos jovens estudantes migrantes?
Para quando… para quando … poderia enumerar uma panóplia de soluções que sei estão na cabeça de tantos, mas na vontade de muito poucos.
Enquanto isso, as famílias do interior esquecido, como Viseu, que têm os seus filhos como estudantes deslocados que apoios têm? Podem deduzir o valor das rendas pagas, até ao limite de 300 euros de dedução anual, em sede de IRS.
O âmago da questão é que se governa para a próxima eleição e não para a próxima geração. Governa-se para o litoral e não para o interior.
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