Perdição - Grupo Off
Virgílio Cunha CM Aguiar da Beira
dia nacional avc 2024 tondela
LOGO PODCAST_ENTRE PORTAS
WhatsApp Image 2025-01-16 at 181235
som das memorias logo

A Criaverde marcou presença na BTL 2025, transformando os stands com decorações…

19.03.25

Mangualde está mais vibrante do que nunca! Seja pela cultura, gastronomia ou…

19.03.25

Com um legado de 100 anos, a Leroy Merlin reforça a aposta…

19.03.25

por
Joaquim Alexandre Rodrigues

 Três instabilizadores - Jornal do Centro

por
Diogo Chiquelho

 Sucumbência da dignidade - Jornal do Centro
Home » Notícias » Concelho » Viseu » Grupo Off apresenta (Amor de) “Perdição” nos 200 anos de Camilo Castelo Branco

Grupo Off apresenta (Amor de) “Perdição” nos 200 anos de Camilo Castelo Branco

Um espetáculo inserido no festival Dizer Poesia onde o teatro do absurdo coloca o foco nas personagens. Uma peça performativa que se repete dia 29 na ACERT

Diogo Paredes
 Grupo Off apresenta (Amor de) “Perdição” nos 200 anos de Camilo Castelo Branco - Jornal do Centro
19.03.25
fotografia: Grupo Off
partilhar
 Grupo Off apresenta (Amor de) “Perdição” nos 200 anos de Camilo Castelo Branco - Jornal do Centro
19.03.25
Fotografia: Grupo Off
pub
 Grupo Off apresenta (Amor de) “Perdição” nos 200 anos de Camilo Castelo Branco - Jornal do Centro

E se a história que condenou, pela escrita de Camilo Castelo Branco, Simão, Teresa e Mariana a uma busca eterna pelo amor fosse adaptada para o teatro, numa peça performativa? E se essa peça subvertesse a narrativa inicial, dando um maior foco nos personagens e nas suas ânsias interiores?

O Grupo Off, companhia de teatro viseense, apresenta esta quarta-feira, no Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental (CMIA), a peça “Perdição”, cujo objetivo passou precisamente pela reinterpretação deste clássico do romantismo português. Uma abordagem menos naturalista e sim mais poética, com o teatro dos corpos dos movimentos e das vozes, como explicou a encenadora e dramaturga Florbela Sá Cunha ao Jornal do Centro.

A peça tem início às 21h30 e serve como prefácio para a quarta edição do festival “Dizer Poesia” – cujo mote deste ano são os 200 anos do nascimento de Camilo Castelo Branco. A peça desta quarta-feira já se encontra esgotada, contudo, o espetáculo volta a ganhar vida no dia 29 de março, na ACERT, em Tondela.

Uma peça intimista num local pouco habitual para a apresentação de espetáculos que convida a um aproximar entre público e atores que explora o teatro do absurdo. “Nós temos como foco pegar em clássicos e aproximá-los do público, trazer a literatura e dar-lhe uma vertente diferente com dança, com uma performance ou pela música. Foi isso que nos motivou em Amor de Perdição”, explicou ao Jornal do Centro a encenadora e dramaturga.

Teresa Albuquerque, o par romântico de Simão, é interpretada pela atriz e bailarina Mariana Silva, que, embora não tenha nascido em Viseu, mantém na mesma uma relação com a obra, neste caso graças a um primo de Teresa, de seu nome Baltazar. “Eu nasci e cresci em Castro Daire, então a minha relação com a peça passa mais com a questão de Castro Daire”, explicou a atriz. “Sempre ouvi que estava ali uma das casas que aparecia na história de Amor de Perdição, que é a de Baltazar, então a minha relação, na verdade, começa assim, com esta referência da casa de Castro Daire do primo Baltazar”, disse ainda Mariana Silva.

Uma versão de Amor de Perdição com maior ênfase em cada personagem e nas suas lutas e desejos interiores levou a um trabalho de pesquisa por parte de Mariana Silva, que tentou perceber cada vez mais a sua personagem. “A protagonista que eu estou a desempenhar é muito diferente de mim, então tive mais cuidado em tentar perceber melhor a personagem, as vontades dela, o porquê de ela reagir como reage e as atitudes que ela tem”, assumiu Mariana Silva. “Tente fazer uma pesquisa um bocadinho maior à volta da Teresa e tentar perceber o lado dela, que não era algo muito natural em mim”, disse ainda.

Para a bailarina, o surrealismo patente na peça acaba por colocar um maior peso nas personagens do que no enredo: “acho que os silêncios também são maiores, então acaba por haver momentos em que nós temos de cair muito dentro da própria personagem e dentro das próprias histórias pessoais de cada personagem”.

Florbela Sá Cunha lançou o repto aos amantes de Amor de Perdição para que assistam a uma “abordagem artística diferente”. Mariana Silva, por seu lado, falou numa peça “que é uma forma de conhecermos as personagens como normalmente não são mostradas”, num espetáculo “muito interessante porque o próprio espaço dá-nos uma leitura nova das cenas”. “Nós não precisamos de colocar nada em cena porque a própria já tem as suas coisas e as suas particularidades e é interessante pensar em como é que transformamos aquele sítio nesses espaços de Viseu que já existem, em Castro Daire e restantes locais”, disse ainda a Teresa Albuquerque deste Amor de Perdição.

Se a mudança para um teatro do absurdo em vez de uma narração clássica pode dividir opiniões, no caso de Mariana Silva, o absurdo, o abstrato e o teatro performativo são sempre bem-vindos. “Eu não sou nada terra-a-terra, a minha mistura está muito entre a dança e o teatro e sinto-me muito à vontade dentro desta forma absurda de tratar as peças, mas mesmo assim até acho que esta verão, como vem de um clássico, até está fora do meu conforto total, penso que até podia ser ainda mais dentro do absurdo”, concluiu a atriz e bailarina, assumido, contudo, que “mais absurdo podia levar a uma perda de parte da história”.

Além de Florbela Sá Cunha na encenação, na dramaturgia e na adaptação, a peça conta com cenografia e figurinos de Mariana Miguel Cunha, desenho de luz de Sara Nogueira e criação musical de José Pedro Pinto. A interpretação é feita por André Ferreira, Beatriz Pina, Isabel Moura, João Almiro, Mariana Silva, Micael Almeida, Patrick Figueiredo e Rafael Lopes.

Passeios pela Literatura: quando os clássicos ganham uma nova vida

Da parte do Grupo Off, esta não é a primeira vez que um clássico literário é revisitado de um modo performativo. A companhia de teatro é a responsável pelos “Passeios pela Literatura”, cujo foco principal é pegar em clássicos literários, especialmente aqueles que estão próximos da região de Viseu – pense-se, por exemplo, em Aquilino Ribeiro – e abordá-los através de outras vertentes.

“Procuramos aproximar as obras clássicas do público através de vertentes como a dança, a performance ou a música”, explicou Florbela Sá Cunha, responsável pelo Grupo Off. “Aquilo que nos move é saber que a leitura por vezes não está em todo o lado nem em todas as pessoas. Às vezes ouviram falar num determinado clássico, mas de forma muito ligeira e o teatro pode ter esta carga positiva, que é aproximar também o público em geral, ou seja, democratizar a literatura através do teatro”, contou a dramaturga.

Ainda dentro do bicentenário de Camilo Castelo Branco, Florbela Sá Cunha não escondeu a possibilidade de um Passeio pela Literatura que desse vida a quem amou, perdeu-se e morreu amando.

pub
 Grupo Off apresenta (Amor de) “Perdição” nos 200 anos de Camilo Castelo Branco - Jornal do Centro

Outras notícias

pub
 Grupo Off apresenta (Amor de) “Perdição” nos 200 anos de Camilo Castelo Branco - Jornal do Centro

Notícias relacionadas

Procurar