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A uricemia corresponde à concentração de ácido úrico no sangue. Quando os valores se encontram elevados: geralmente >8mg/dL no homem; >7mg/dL na mulher, designamos esta situação por hiperuricemia, que pode ter efeitos prejudiciais para a vida humana.
O ácido úrico é o produto de degradação das purinas, um componente natural de alguns alimentos pertencentes à nossa dieta, como o marisco, a carne ou as bebidas alcoólicas. Assim, tanto o consumo excessivo destes alimentos, como a presença de causas hereditárias, podem conduzir ao aumento da produção de ácido úrico. Por outro lado, pessoas com doença renal prévia ou que tomem medicação que interfira com a capacidade de eliminação renal de ácido úrico podem também ter valores de uricemia elevados.
Num estudo epidemiológico português, foi verificada uma prevalência de hiperuricemia de 12,8%, sendo mais frequente nos homens. Com esta prevalência significativa, a hiperuricemia torna-se uma condição de elevada relevância clínica, por estar associada a um vasto leque de patologias, nomeadamente gota, litíase renal, doença renal crónica, hipertensão arterial, doença cardiovascular e aumento da resistência à insulina, e por consequência, diabetes.
Relativamente à gota, a hiperuricemia é o seu principal fator de risco. Esta resulta da deposição de cristais de monourato de sódio, principalmente nas articulações, quando os níveis de ácido úrico se encontram sustentadamente elevados.
A clínica aguda da doença (crise de gota) evolui de forma intermitente, com crises de artrite, normalmente auto-limitadas (1 a 2 semanas), intercaladas com períodos assintomáticos. Estas crises caracterizam-se por dor, vermelhidão e inchaço das articulações afetadas e podem ser despoletadas por fatores externos como: traumatismo local, fármacos, ingestão de alimentos ricos em purinas ou bebidas alcoólicas. Na fase inicial, habitualmente é apenas afetada uma articulação, sendo a localização mais típica no 1º dedo do pé, também conhecida como Podagra. Outras articulações, como os joelhos e os tornozelos, também são comumente afetadas. Durante as crises podem surgir sintomas sistémicos, como a febre.
Com a progressão da doença, as crises tornam-se mais frequentes e prolongadas, com tendência para atingir mais articulações, com encurtamento dos períodos assintomáticos, até que estes deixam de existir, surgindo assim a artrite gotosa crónica. Nesta fase, as articulações afetadas encontram-se permanentemente dolorosas e inflamadas, levando à deformação e incapacidade constante das mesmas. Subsequentemente, o ácido úrico começa a acumular-se também na pele e tecidos moles, originando os “tofos gotosos”, e nos rins, levando ao surgimento de litíase e, posteriormente, insuficiência renal.
A par disto, sabe-se também que a doença coronária é mais prevalente em doentes com gota, e que a mortalidade por enfarte do miocárdio é superior à das pessoas sem gota.
Existem algumas medidas que pode adotar, de forma a manter os níveis de ácido úrico dentro dos limites considerados normais:
Hidratação frequente e abundante (2-3L de água por dia);
Evite o consumo de álcool;
Modere o consumo de alimentos ricos em purinas, como carne e marisco;
Diminua o consumo de gorduras e evite o jejum prolongado;
Não se automedique sem indicação médica específica – alguns medicamentos podem aumentar os níveis de ácido úrico;
Caso lhe sejam prescritos medicamentos para tratamento da hiperuricemia, é importante que cumpra a posologia diária indicada;
Não deve suspender esta medicação específica sem consultar um/a médico/a, uma vez que a súbita interrupção da sua toma pode ter efeitos prejudiciais, como o desenvolvimento de uma crise de gota.
Não obstante, perante o aparecimento da clínica anteriormente mencionada, é fundamental consultar um/a médico/a o mais precocemente possível, dado que quanto mais cedo iniciar o tratamento, mais rapidamente se aliviará a dor. Até lá, poderá aliviar a sintomatologia com o repouso e a aplicação de gelo no local.
Procure ajuda, conte com a sua Equipa de Saúde Familiar!
Catarina Reis; Rui Gonçalves e Vanessa Rodrigues – Médic@s, IFE Medicina Geral e Familiar, na USF Grão Vasco, em colaboração com a UCC Viseense
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