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Idadismo é a terceira maior forma de discriminação, depois do racismo e sexismo

No dia 7 de outubro, a associação Obras Sociais de Viseu assinala o Dia de Combate ao Idadismo com uma conferência

 Idadismo é a terceira maior forma de discriminação, depois do racismo e sexismo
05.10.24
fotografia: Jornal do Centro
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 Idadismo é a terceira maior forma de discriminação, depois do racismo e sexismo
05.10.24
Fotografia: Jornal do Centro
 Idadismo é a terceira maior forma de discriminação, depois do racismo e sexismo

Fundada em 2021, a associação #STOPIDADISMO surge como resposta a um problema silencioso, mas profundamente enraizado no nosso país: o preconceito em relação à idade. Em entrevista, José Carreira, presidente da associação, assume que este estereótipo afeta tanto os mais velhos quanto os jovens, influenciando as suas vidas de forma silenciosa e muitas vezes negligenciada. No dia 7 de outubro, a associação assinala o Dia de Combate ao Idadismo com uma conferência com o objetivo de alertar para a necessidade urgente de combater esta discriminação.

Como surgiu a associação #STOPIDADISMO?

A associação surge em 2021 como um movimento ibero-americano, ou seja, países de língua oficial portuguesa e castelhana. Em Portugal, procura dar solução a duas questões: dar resposta ao estudo da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, lançado em novembro de 202, chamado Portugal Mais Velho, que indica que, na raiz da violência contra pessoas mais velhas, está o idadismo. A partir do momento em que vemos pessoas mais velhas com uma carga negativa e preconceituosa, isso leva ao seu isolamento e as tornas potencias vítimas de diversos tipos de violência. Em março de 2021, surge o relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre o combate ao idadismo. Criámos este movimento para dar resposta a estas duas solicitações. Em Portugal há claramente um problema de estereótipo e preconceito em relação à idade. A OMS deu-nos os dados que nos faltavam: uma em cada duas pessoas é idadistas em relações às pessoas mais velhas e os jovens também são vítimas. 

Para quem ainda não conhece o termo, o que significa idadismo?

O conceito já é antigo, fruto da invisibilidade que as pessoas mais velhas têm na comunidade e na sociedade, mas o próprio termo nunca foi muito divulgado. A própria palavra só entrou no dicionário da língua portuguesa em abril de 2023. Tivemos uma participação ativa na definição da palavra, inicialmente era para ficar “estereótipo e preconceito em relação à idade, sobretudo dos mais velhos”, mas acabou por ficar apenas “estereótipo e preconceito em relação à idade”, pois os mais novos também o sentem. 

No dia 7 de outubro comemora-se o dia de consciencialização do idadismo em Portugal. De que forma a associação o assinala?

Este é apenas o segundo ano que o dia é assinalado em Portugal, e nós, enquanto associação, vamos fazê-lo com uma conferência internacional, em parceria com as obras sociais de Viseu, para que o tema seja colocado na agenda mediática. Será uma conferência online totalmente gratuita, pois queremos chegar ao maior número possível de pessoas.

Considera o idadismo um preconceito invisível aos olhos da sociedade? 

Quando falamos de idadismo, estamos a referir-nos à terceira maior forma de discriminação, depois do racismo e do sexismo. Basta perguntar a alguém na rua se conhece o termo, e a maioria das resposta são negativas. Esta invisibilidade deve-se, ao facto de as próprias pessoas, com o passar da idade se tornarem elas mesmo invisíveis. O idadismo tem três dimensões: pode ser auto pessoal, interpessoal ou institucional. Muitas pessoas, devido à idade, sentem que deixam de ter um propósito ou voz, tornando-se invisíveis na sociedade. É por isso que digo, que é invisível, incendioso e ainda mais grave…normalizado. 

O idadismo sente-se mais em algum género?
Esta comprovado cientificamente que sim. Envelhecer no feminino é mais complexo que no masculino, porque há uma exigência muito maior em relação à mulher em todas as faixas etárias. Há de facto a questão do sexismo, que se interrelaciona. Sabemos que a esperança média de vida das mulheres é mais elevada que a dos homens, há estudos que dizem que a qualidade de vida das mulheres nos últimos anos é inferior à dos homens. 

Embora este conceito seja associado a pessoas mais velhas, um estudo recente da Fundação Francisco Manuel dos Santos comprovou que 40% dos jovens já sofreu discriminação por idade. Esse preconceito é especialmente sentido no ambiente de trabalho?

Sim, pois a maior fatia no desemprego é em jovens até aos 25 anos. Há logo uma barreira à entrada. Quando entram no mercado de trabalho, muitas vezes são olhadas com desconfiança pelos chefes. Parece que a competência de alguém tem a ver com a idade, há um estereotipado em relação aos jovens como sendo irresponsáveis. 

Isso verifica-se em áreas profissionais?

Por exemplo, em setores como a banca, na área do direito, em profissões mais institucionais, com um peso de responsabilidade maior são mais alvo de idadismo. Enquanto que na área das tecnologias já são bem vindos. 

Como é que a associação tenta combater este preconceito?

Estamos alinhados com duas estratégias globais. A primeira estratégia está alinhada com a década para o envelhecimento de saudável 2020-2030. Estamos quase a meio da década e o primeiro pilar da década é mudar a forma como pensamos e agimos em relação à idade, ou seja, combater o idadismo. E seguimos também as três estratégias que a Organização Mundial de Saúde entende como mais eficazes no combate ao idadismo. Em primeiro políticas públicas e legislação, em segundo atividades educativas e por último atividades e estratégias inter-raciais.

Sempre que há autárquicas, legislativas ou presidenciais procuramos chamar a atenção dos eleitores para este tópico sem qualquer conotação política, para perceber que políticas contam que possam combater o idadismo. Propomos que seja lançada uma campanha nacional de combate ao idadismo, como há noutros países da Europa, apoiadas pelo governo.

Apresentam propostas práticas?
Entendemos que devia ser integrado nos currículos escolares, a questão de um país para todas as idades. Propomos, chamando as universidades à participação, com a criação de um observatório de idadismo, para que se possam estudar as questões em Portugal, e que sejam propostas políticas públicas que permitam que todos nós independentemente da idade tenhamos a possibilidade de viver com os nossos direitos garantidos. Propomos também que, a nível de municípios, nos planos municipais para a igualdade seja tomada em conta esta questão como é a igualdade de género por exemplo. 

Porque é tão difícil as pessoas darem a cara por esta causa? Têm medo de envelhecer?

É muito complexo, desde logo porque nós vivemos numa sociedade gerontofóbico, uma boa parte das pessoas tem medo de envelhecer. Mas tenho uma novidade: o contrário de envelhecer a que é muito mau. 

Apesar de ser um preconceito sem idades, focam-se mais nos mais velhos…

Infelizmente nós não conseguimos ir a tudo, e de facto o impacto é muito mais preocupante nos mais velhos. Sabemos também que o jovem vai deixar de o ser, a condição vai desaparecer, enquanto o mais velho torna-se cada vez mais velho, então o risco de idadismo também aumenta. Portugal tem o ministério da juventude, porque não temos uma área dedicada às questões da longevidade?

Alguma mensagem que queira passar com esta entrevista?

Queria que as pessoas olhassem para as outros como gostavam que olhassem para elas. Não importa a idade. 

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