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Igreja de S. Miguel de Fetal: restauro sobre restauro, é neste edifício que, diz a tradição, está o túmulo do último rei dos Godos

Do período pós-romano à Alta Idade Média passando pelo auge do barroco, a Igreja de S. Miguel de Fetal é um dos espaços religiosos mais antigos de Viseu

Diogo Paredes
 Igreja de S. Miguel de Fetal: restauro sobre restauro, é neste edifício que, diz a tradição, está o túmulo do último rei dos Godos - Jornal do Centro
19.04.25
diogo.paredes@jornaldocentro.pt
fotografia: Jornal do Centro
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19.04.25
Fotografia: Jornal do Centro
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Ao pensar na igreja com mais antiguidade e preponderância na cidade de Viseu, muitas vezes os primeiros espaços que vêm à cabeça são a Igreja da Misericórdia ou a própria Sé Catedral de Viseu. Existe em Viseu, contudo, uma igreja que remonta a um tempo anterior, localizada atualmente em segundo plano face aos principais espaços da cidade.

Ao lado da Escola Básica de São Miguel, junto da entrada do Fontelo, a Igreja de S. Miguel de Fetal, antigamente designada de Igreja de S. Miguel Arcanjo, data da primeira metade do século XVIII, mas a sua antecessora foi erguida alguns séculos antes. Pensa-se que será algures neste espaço religioso, localizado na rua Simões Dias, que se encontra o túmulo de D. Rodrigo, o último rei dos Godos Tal é apontado nas Crónicas Asturianas, como explica a arqueóloga Catarina Tente no artigo “A igreja de São Miguel de Fetal (Viseu). Resultados das escavações arqueológicas e a sua interpretação”. Além de arqueóloga, Catarina Tente é diretora do Instituto de Estudos Medievais da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

“Num primeiro momento que grosseiramente se pode situar após o século IV, foi erigido um edifício (…) onde se integrava a sepultura e que utilizou materiais de construção de edifícios romanos”, afirma a investigadora no artigo. O trabalho académico diz respeito a escavações arqueológicas que ocorreram nesta igreja entre 2013 e 2014.

Posteriormente, de acordo com Catarina Tente, foi erguido um templo sobre este edifício “pós-romano”, de dimensões próximas às da atual igreja. “Esta estrutura com alicerces colocados transversalmente integrou a sepultura de exceção na sua parede, o que demonstra que a mesma foi reconhecida e à qual foi dada alguma importância”, aponta, esclarecendo ao mesmo tempo que “as escavações permitiram verificar que o interior da sepultura estava intacto, o que comprova o respeito que os construtores medievais tiveram para com aquela estrutura e com o defunto ali inumado”.

Este templo erguido posteriormente sobre o primeiro edifício pós-romano terá as suas origens no século IX, num momento que Catarina Tente aponta como sendo posterior à conquista da cidade por Afonso III. Num documento de 1162, é mencionado que o prior S. Teotónio, às sextas-feiras, rezava a “missa por todos os fiéis defuntos na igreja de S. Miguel Arcanjo, que ficava fora das muralhas no cemitério da cidade”.

Uma nova igreja do classicismo em pleno auge do período barroco

De acordo com a tese da historiadora Liliana Castilho, intitulada “A cidade de Viseu nos séculos XVII e XVIII – Arquitetura e Urbanismo”, durante breves anos, os frades do Convento de São Francisco de Orgens instalaram-se em S. Miguel de Fetal. Esta não era, contudo, a localização mais conveniente, tendo em 1634 adquirido terrenos para a construção do Convento de Santo António.

Algures entre as décadas de 1720 e 1730, o Bispo D. Jerónimo Soares mandou restaurar a igreja existente. Em 1735, é concluído o restauro daquele que será o túmulo de D. Rodrigo, onde se encontra a inscrição em latim que diz “Aqui jaz ou jazeu o último rei dos Godos, segundo diz a tradição”. A 3 de fevereiro, de acordo com a investigadora da Universidade Nova, o cabido da Sé de Viseu contratou o mestre-de-obras António Ribeiro para remodelar a capela da Igreja de S. Miguel. “Os trabalhos de carpintaria relacionados com a obra e as portas da igreja ficaram a cargo do mestre José do Vale”, afirmou ainda a investigadora.

No início de 1740, a obra da nova igreja de S. Miguel – a que atualmente se encontra edificada – estaria finalmente concluída. Cerca de 12 anos depois, foi assinada uma escritura entre o entalhador Manuel Madeira, de Santa Comba Dão, e o padre Manuel Roiz de Carvalho, para a execução do retábulo-mor até agosto de 1753. O edifício deixaria de ser Igreja Paroquial de Viseu apenas em 1808.

Desde então, e até aos dias de hoje, a Igreja de S. Miguel de Fetal acabou por ser colocada num papel secundário dentro dos diferentes edifícios religiosos que se foram edificando em Viseu. Em 2001, foram roubadas as imagens dos altares colaterais da igreja. Embora construída durante o auge do período barroco, como explica a placa informativa afixada junto do local, a Igreja de S. Miguel de Fetal conserva traços classicistas.

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