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As chamas estão descontroladas no distrito de Viseu e os bombeiros sem saber como combater os muitos incêndios que durante a noite continuavam ativos e com o vento a soprar com muita intensidade, dificultando o combate.
Momentos de aflição em Carregal do Sal, onde ardeu o anexo de uma empresa, e em Nelas com as chamas a rodearam fábricas como a Borgestena, mas também em Mangualde, concelho que está “encravado” entre Penalva do Castelo e onde as chamas também lavravam com violência. Durante a noite, o combate esteva ainda ser feito nos fogos de Meões (Castro Daire) e Vila Cova à Coelheira.
Durante a noite, várias corporações do país foram reforçar os meios no terreno.
O incêndio de Nelas já entrou em Carregal do Sal e ameaça algumas aldeias como Oliveirinha, Laceiras e Cabanas de Viriato. As autoridades falam em frentes ainda “bastante ativas” e uma noite que se prevê “de grandes dificuldades”.
A Zona Industrial de Oliveirinha, no concelho de Carregal do Sal, está rodeada de chamas.
“Agora a situação está crítica. Estamos a reforçar os meios na Zona Industrial de Oliveirinha para tentar evitar que as chamas entrem” naquele espaço, disse o comandante dos Bombeiros Voluntários de Nelas, Guilherme Almeida.
As populações de Vale de Madeiros e Lapa do Lobo, concelho de Nelas, “não estão propriamente ameaçadas, mas estão a ser protegidas”, assim como Laceiras e Cabanas de Viriato, em Carregal do Sal.
O incêndio que está agora junto da zona industrial do concelho de Carregal do Sal teve início em Senhorim, no concelho de Nelas (distrito de Viseu), e passou para o município vizinho, “inclusive pelo IC12” (Itinerário Complementar 12), acrescentou o comandante.
De acordo com a última atualização, no combate às chamas estavam 311 operacionais. Há o registo de seis feridos, cinco civis e um elemento da GNR, com queimaduras nas faces e braços e que foram transportados para o Hospital de Viseu. Uma casa de primeira habitação também ardeu.
No balanço feito pelo presidente da Câmara de Nelas, há ainda vários damos com anexos ardidos e culturas e alfaias agrícolas destruídas.
Cerca das 23h00, os incêndios no distrito de Viseu mobilizavam 870 bombeiros. Os que mobilizavam mais meios, além de Nelas, eram os fogos de Penalva do Castelo, Vila Nova de Paiva e Castro Daire que deflagrou às 21h30 e estava a ser combatido por 80 bombeiros.
O serviço noturno de urgências pediátricas do Hospital de Visei vai estar a funcionar esta noite, devido à situação causada pelos elevados incêndios na região, anunciou fonte da administração da Unidade Local de Saúde Viseu Dão Lafões.
A mesma fonte informou que os profissionais “de forma espontânea” mostraram disponibilidade para assegurar o atendimento a todas as crianças que ocorram ao serviço esta noite.
Em Penalva do Castelo, há a registar, desde as 00h15, um incêndio em mato na localidade de Miuzela, que, cerca das 19h00, mobilizava 114 operacionais apoiados por 38 veículos. Ainda no concelho de Penalva do Castelo há um outro incêndio, que começou às 20h16 de domingo, também em mato, na localidade de Valamoso. Estava a ser combatido, pela mesma hora, por 95 operacionais, apoiados por 22 veículos. No concelho de Nelas, o incêndio em Vale de Madeiros, desde as 14h19, mobiliza 73 operacionais. Em Folhadal, o incêndio para cujo alerta foi dado pelas 11h53, está a ser combatido por 281 bombeiros, apoiados por 80 veículos. Em Senhorim, o incêndio começou pelas 11h34 e concentra 71 operacionais, apoiados por 19 veículos. Há ainda também o incêndio em Vila Nova de Paiva, combatido por 127 homens e que deflagrou cerca das 17h00.
O primeiro-ministro avisou hoje que o país vai viver “horas difíceis” nos próximos dias devido aos incêndios e apelou a que todos cumpram as instruções das forças de segurança e dos bombeiros.
Luís Montenegro falava à comunicação social na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), tendo ao seu lado o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, onde recusou que tenha havido atrasos quer na ativação do mecanismo europeu de proteção civil quer no corte de estradas.
“Nós vamos passar horas difíceis nos próximos dias, temos de nos preparar para isso e temos de nos juntar para isso”, avisou o chefe do Governo.
Dizendo querer deixar uma palavra de “tranquilização possível e de serenidade ao país”, Montenegro fez um apelo para que todos cumpram as instruções das forças de segurança e dos bombeiros.
“Às vezes elas colidem com a vontade e com os ímpetos mais diretos das pessoas, mas é para o bem delas e para todos os outros Aquilo que ainda hoje foi necessário fazer para desbloquear vias de comunicação e pessoas que estavam a ficar encurraladas em estradas, deve ser evitado ao máximo”, afirmou.
Questionado se, depois dos grandes incêndios de 2017, não seria possível ter evitado situações de pessoas cercadas pelo fogo estradas, o primeiro-ministro respondeu que “não vale a pena arranjar polémicas onde elas não existem”.
“Quando há fogos e quando há avanços, como houve, repentinos, há sempre situações de limite e de dificuldade. Estou muito à vontade, porque hoje estive numa dessas zonas e tive a ocasião, eu próprio, de falar várias vezes com a ministra da Administração Interna, de falar com o Comandante-Geral da Guarda Nacional Republicana, de falar com todos os presidentes de Câmara”, revelou.
Montenegro disse ter pedido, nesses contactos, “toda a colaboração e empenho para que as forças de segurança” pudessem evitar situações de perigo em vias de comunicação e que outras pessoas fossem retiradas dos locais onde estavam.
“Isso aconteceu e, portanto, funcionou. Sinceramente, acho que não é adequado estarmos agora a polemizar uma situação que funcionou. Dir-me-á, podia ter acontecido uma tragédia? Ai, isso pode e amanhã vamos continuar a ter essa iminência. Temos de ser verdadeiramente prudentes”, disse.
A Estrada Nacional 234 na zona de Canas de Senhorim, concelho de Nelas, está cortada ao trânsito por causa dos incêndios que continuam ativos. Segundo os bombeiros, há duas frentes em dois pontos destintos do concelho, uma das quais já a entrar no concelho vizinho de Carregal do Sal.
As chamas, no local, percorrem a linha do IC12, que também está cortado ao trânsito, uma das zonas tampões, a par da linha da Beira Alta, que servem para os operacionais colocarem os meios.
A noite, de acordo com as autoridades e população, “vai ser de grande preocupação”.
A Câmara de Nelas ativou o Plano de Emergência.
A Câmara de Mangualde decidiu ativar esta segunda-feira, às 19h12, o Plano Municipal de Proteção Civil devido à violência dos incêndios que decorrem em várias localidades do concelho. “Com esta ativação pretende-se proteger as pessoas e os seus bens”, informou a autarquia.
À agência Lusa o segundo-comandante do Comando Sub-regional Viseu Dão Lafões, João Cardoso, disse que o incêndio que teve início em Miuzela, concelho de Penalva do Castelo, propagou-se ao concelho vizinho de Mangualde.
Por volta das 19h00, o incêndio colocou a aldeia de Quintela de Azurara “em risco de ser atingida pelas chamas”, no concelho de Mangualde, no distrito de Viseu.
Este incêndio em mato, cujo alerta aconteceu pelas 00h15, mobilizava, pelas 20h00, 128 operacionais apoiados por 42 veículos.
Seis pessoas ficaram feridas no combate às chamas nos incêndios de Nelas. As vítimas são civis que estavam a ajudar no combate às chamas. As seis encontravam-se, ao final da tarde, ainda em observação no Hospital de Viseu.
“Há seis pessoas feridas, três do Folhadal e outras três de Vale de Madeiros, entre os 20 anos e os quase 70. Entre eles, há dois em estado grave, que inspiram alguns cuidados”, disse o comandante dos Bombeiros Voluntários de Nelas.
Guilherme Almeida disse que os dois feridos graves “são entre as pessoas mais velhas que estavam a tentar salvaguardar os seus bens”, uma em Folhadal e outra em Vale de Madeiros, freguesia de Canas de Senhorim, Nelas.
Em Nelas, há dois fogos ativos, um em Folhadal e outro em Senhorim. No terreno, cerca das 18h00, estavam no combate a estes dois fogos 324 operacionais.
As chamas estão perto de várias habitações e em uma delas foi a GNR que ajudou mulheres e crianças a saírem da habitação, assim como vários elementos das juntas de freguesia e outros meios de proteção civil.
O maior problema são os “ventos devastadores”, como notaram no terreno algumas das pessoas que tentam ajudar os bombeiros e que descrevem frentes com “diversas direções”.
O comandante dos Bombeiros de Nelas fala numa situação “muito crítica”. “Temos dois fogos ativos em Senhorim em que a maior preocupação é a zona industrial para onde as chamas se estão a dirigir. Temos o de Folhadal com o fogo a rodear as localidades de Vale de Medeiros, Lapa do Lobo e Laceiras”, informa Guilherme Almeida.
O operacional receia a noite porque não se advinha nenhuma janela de oportunidade para o combate. “Prevêem-se ventos desfavoráveis. Vão faltar os meios aéreos e já estamos com grande falta de meios terrestres”, sustenta.
Às 18h00, estavam em curso oito incêndios no distrito de Viseu que envolviam cerca de 600 operacionais. Em Vila Nova de Paiva, deflagrou um fogo cerca das 17h00 e a ser combatido por 63 bombeiros.
Em Nelas e em Penalva, os incêndios mais preocupantes, foram cortadas estradas municipais, além do IC12, EN239 e EN231.
O incêndio que teve início em Miuzela, concelho de Penalva do Castelo, propagou-se ao concelho vizinho de Mangualde e “colocou, neste momento, [cerca das 19h00] uma aldeia em risco, Quintela de Azurara”, disse o segundo-comandante do Comando Sub-regional Viseu Dão Lafões.
À volta do distrito o cenário é o mesmo. Em Aveiro, cinco fogos mobilizam mais de 1.200 operacionais e Duas pessoas morreram nos incêndios de Sever do Vouga e Albergaria-a-Velha. Segundo a ANEPC, uma pessoa ficou carbonizada no fogo de Sever do Vouga e outra sofreu um ataque cardíaco no incêndio de Albergaria-a-Velha.
Entretanto, a Guarda Nacional Republicana esclareceu em comunicado que foi encontrado cerca das 15:30 um corpo carbonizado na zona florestal do Sobreiro, no concelho de Albergaria-a-Velha.
“Pelos factos apurados até ao momento, trata-se de um cidadão de nacionalidade brasileira, de 28 anos de idade, funcionário de uma empresa que se dedica à exploração florestal. Este cidadão terá ido, juntamente com outros funcionários da empresa, recuperar alguma maquinaria que se encontrava na zona afetada pelo incêndio”, refere a GNR, adiantando que a Polícia Judiciária foi chamada ao local, e assume a investigação da ocorrência.
No domingo, um bombeiro que combatia um incêndio na região de Oliveira de Azeméis morreu vítima de “doença súbita”.