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Luís Lopes é dono da empresa PRE Events, especializada em serviços para eventos, e revela em entrevista ao Jornal do Centro os detalhes do incêndio que destruiu um camião carregado com equipamentos audiovisuais no dia 16 de setembro de 2024, na A25, na zona de Albergaria-a-Velha. O veículo regressava de um evento no Super Bock Arena e foi apanhado pelas chamas enquanto circulava na estrada.
“O nosso motorista ainda tentou fazer algumas manobras para inverter a marcha, mas já não conseguiu. A certa altura, com as chamas a bater no camião, ele só teve tempo de sair pela porta do pendura para que se pudesse salvar. A partir daí começou toda a novela que tem decorrido até aos dias de hoje”, relata Luís Lopes.
O camião transportava equipamentos avaliados em mais de 500.000 euros e ficou totalmente destruído. Desde então, a empresa tem solicitado apoios financeiros ao Governo para recuperar a perda, mas, de acordo com o empresário, tem enfrentado dificuldades em obter respostas positivas.
“A nossa empresa está a ser vítima de uma situação que não tem explicação. A Resolução do Conselho de Ministros 130-A/2024, que define os apoios para as empresas afetadas pelos incêndios, não incluiu a nossa sede, apesar de a nossa empresa ter sido diretamente afetada pelos incêndios em Albergaria-a-Velha, como está claramente documentado”, explica.
Luís Lopes critica a forma como os apoios estão a ser distribuídos. “Se há apoios para uns, tem que haver apoios para todos. Se não há apoios para alguns, não há apoios para ninguém. Tem a ver com a questão da equidade, igualdade”, afirma.
Apesar de a sua empresa estar localizada na freguesia de Vila Chã de Sá, em Viseu, que não foi inicialmente incluída na lista de concelhos afetados pela calamidade, o empresário acredita que, de acordo com a Resolução do Conselho de Ministros, deveria ser contemplada com os apoios. O ponto 2 da resolução prevê a possibilidade de alargar as medidas a outros concelhos, o que, segundo Luís Lopes, não está a ser cumprido. “Estamos a aguardar uma resposta do gabinete jurídico do IEFP e uma reunião com a Segurança Social para discutir a situação”, afirma.
O empresário também sublinha a injustiça que a sua empresa tem enfrentado, considerando que o incêndio aconteceu numa localidade afetada pelos fogos, mesmo que a sua sede não esteja situada num dos concelhos listados na resolução. “Seria uma enorme injustiça se uma empresa que foi afetada por incêndios não tivesse acesso a apoios apenas porque não tem sede numa das freguesias abrangidas. A lei não deve ser tão inflexível”, defende.
Luís Lopes reafirma ainda que a sua empresa continua à espera da aprovação de candidaturas aos apoios da Segurança Social, IEFP e IAPMEI. No entanto, apesar do apoio da Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha e da CCDRCentro, que têm acompanhado o processo de candidatura, as respostas têm sido negativas até agora.
“Até hoje, nada de concreto chegou. A resposta que estamos a receber é que a nossa candidatura foi indeferida, apenas porque a nossa sede está em Viseu, e não nas freguesias afetadas. No entanto, é inegável que a nossa empresa foi diretamente afetada”, conclui.
O empresário aguarda que o seu caso seja reconsiderado e permitam que a sua empresa, assim como outras em situações semelhantes, tenha acesso aos apoios necessários para a recuperação dos danos causados pelos incêndios.