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O Governo decretou um dia de luto nacional para sexta-feira (20 de setembro) pelas vítimas dos incêndios dos últimos dias, uma deliberação aprovada esta quinta-feira (dia 19) pelo Conselho de Ministros.
A decisão foi tomada “em articulação com o Presidente da República” e visa “expressar em nome do povo português” o “profundo pesar e solidariedade para com as vítimas trágicas” dos incêndios, explicou o ministro da Presidência, António Leitão Amaro.
Na conferência de imprensa do Conselho de Ministros de hoje, o governante estendeu as palavras de pesar e solidariedade às famílias das vítimas, às suas comunidades e às corporações de bombeiros.
“Eles em particular que caíram em combate. Tal como diz o seu lema, deram vida pelas nossas vidas na defesa da vida dos outros, dos bens, da natureza, do nosso país. Agradecemos muito esse combate. Sentimos um grande pesar e dor, partilhados pelo povo português, pelas perdas de vidas humanas que estes grandes incêndios causaram esta semana”, disse Leitão Amaro.
O ministro agradeceu ainda “a todos que ainda combatem” e garantiu por parte do executivo uma “resposta rápida na recuperação e o apoio às populações afetadas, às empresas, às autarquias, às corporações de bombeiros e a todos aqueles que sofreram mais de perto estes grandes incêndios”.
A última vez que o Governo decretou luto nacional foi no dia 31 de agosto passado, em homenagem aos militares da GNR que morreram num acidente com um helicóptero de combate a incêndios que amarou no rio Douro, em Lamego.
A lei das precedências do Protocolo do Estado Português determina que “o luto nacional é declarado pelo falecimento do Presidente da República, do presidente da Assembleia da República e do primeiro-ministro e, ainda, dos antigos Presidentes da República, assim como pelo falecimento de personalidade, ou ocorrência de evento, de excecional relevância”.
Nos incêndios que atingem desde domingo as regiões Norte e Centro do país morreram sete pessoas, embora oficialmente a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil apenas contabilize cinco, excluindo da contabilização duas pessoas que morreram de doença súbita no contexto dos fogos.
Cerca de 120 pessoas ficaram feridas, dezenas de casas foram destruídas e as autoridades cortaram estradas e autoestradas.
A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 106 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro já arderam perto de 76 mil hectares.