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Teresa Machado
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Isalita Pereira
Na madrugada de 21 de dezembro, terá ocorrido um incidente de cariz racista num estabelecimento noturno em Viseu, que foi comunicado às autoridades e registado no livro de reclamações por uma cidadã que testemunhou a situação. O caso foi também divulgado nas redes sociais, com o intuito de sensibilizar a comunidade para a importância de combater comportamentos de discriminação em espaços públicos.
De acordo com um membro da direção da organização SOS Racismo, que tomou conhecimento da ocorrência, tratar-se-ia de um “ato discriminatório e de puro racismo”. A organização entrou em contacto com os responsáveis do bar e solicitou um posicionamento público sobre o sucedido.
“É de extrema relevância que a vossa casa se manifeste sobre questões como esta, a fim de demonstrar o vosso compromisso com a inclusão e o respeito por todos os clientes, independentemente da sua origem ou cor de pele”, lê-se no comunicado emitido pela instituição. O SOS Racismo destaca que o objetivo não é “incriminar ou apontar culpas a indivíduos em particular”, mas sim solicitar uma posição clara por parte do estabelecimento. A organização sugeriu ainda que poderia ser adequado um pedido de desculpas público, acompanhado de uma declaração que reforce os valores de respeito e inclusão.
Numa atualização, o proprietário Olavo Sousa veio a público prestar esclarecimentos sobre o ocorrido. Numa declaração afirma que “não existe discriminação nos nossos estabelecimentos”, mencionando que, na mesma noite, os intervenientes deslocaram-se a outro espaço de diversão noturna produzido pelo grupo e “entraram sem qualquer tipo de constrangimento”.
Relativamente ao incidente, Olavo Sousa explicou que o porteiro do estabelecimento Factor C, que habitualmente era segurança no ICE Club Viseu, confundiu o cliente em questão com outra pessoa que anteriormente teria causado problemas nesse mesmo estabelecimento. Como consequência, foi exigido um consumo obrigatório ao cliente sem descontos. Posteriormente, o segurança terá percebido o erro, pedido desculpa pelo lapso e convidado o cliente a entrar. Segundo o proprietário, as pessoas que acompanhavam o cliente não teriam aceitado a explicação e teriam insistido na acusação de racismo: “As pessoas que o acompanhavam é que não quiseram perceber e continuaram a insistir na tese de racismo, entendo e felicito que os nossos cidadãos e cidadãs estejam sensíveis a atos discriminatórios, mas não pode valer tudo e fazer acusações como as que foram feitas”.
O proprietário Olavo Sousa destaca ainda que, enquanto aguardavam pelas autoridades, testemunhas puderam observar a entrada de “outros clientes com a mesma cor de pele no estabelecimento”. Questionou se considerariam racismo o pedido de consumo obrigatório feito também a pessoas caucasianas, uma prática que afirmou ocorrer frequentemente por diversos motivos, sem relação com “raça, nacionalidade ou religião”.
Na declaração, o proprietário lamenta que o gesto do porteiro de reconhecer o erro e tentar emendar a situação não tenha sido valorizado, e sublinha que o estabelecimento está de “consciência tranquila em relação à discriminação por racismo” e disponível para colaborar no apuramento dos factos.